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Facismo e Nazismo

Facismo e Nazismo

INTRODUÇÃO

 

FASCISMO

 

Fascismo é uma forma de radicalismo político autoritário nacionalista que ganhou destaque no início do século XX na Europa. Os fascistas procuravam unificar sua nação através de um Estado totalitário que promove a vigilância, um estado forte, a mobilização em massa da comunidade nacional, confiando em um partido de vanguarda para iniciar uma revolução e organizar a nação em princípios fascistas hostis ao socialismo e ao comunismo em todas as suas formas. Influenciado pelo sindicalismo nacional, o fascismo criado na Itália durante a Primeira Guerra Mundial combina mais tipicamente posições de direita com elementos da política de esquerda, em oposição ao liberalismo, ao marxismo e ao conservadorismo tradicional. Embora o fascismo seja muitas vezes colocado na extrema-direita dentro do espectro esquerda-direita tradicional, vários académicos disseram que a descrição é inadequada.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Desenvolvimento

 

Os movimentos fascistas compartilham certas características comuns, incluindo a veneração ao Estado, a devoção a um líder forte e uma ênfase em ultranacionalismo, etnocentrismo e militarismo. O fascismo vê a violência política, a guerra, e o imperialismo como meios para alcançar o rejuvenescimento nacional e afirma que as nações e raças consideradas superiores devem obter espaço deslocando ou eliminando aquelas consideradas fracas ou inferiores, como no caso da prática fascista modelada pelo nazismo.

 

O fascismo tomou emprestado teorias e terminologias do socialismo, mas aplicou-as sob o ponto de vista que o conflito entre as nações e raças fosse mais significativo, do que o conflito de classes e teve foco em acabar com as divisões de classes dentro da nação. Defendeu uma economia mista, com o objectivo principal de conseguir autarquia para garantir a auto-suficiência, e a independência nacional através de proteccionismo e políticas económicas que intercalam intervencionismo e privatização. O fascismo sustenta o que é, às vezes, chamado de Terceira posição entre o capitalismo e o socialismo marxista.

 

Influenciados pelo sindicalismo nacional, os primeiros movimentos fascistas surgiram na Itália, cerca da Primeira Guerra Mundial, combinando elementos da política de esquerda com mais tipicamente a política de direita, em oposição ao socialismo, ao comunismo, à democracia liberal e, em alguns casos, ao conservadorismo tradicional. Embora o fascismo seja geralmente colocado na extrema-direita no tradicional espectro esquerda-direita, os fascistas em si e alguns comentaristas argumentaram que a descrição é inadequada.

 

Etimologia

 

O termo fascismo é derivado da palavra em latim fasces. Um feixe de varas amarradas em volta de um machado, foi um símbolo do poder conferido aos magistrados na República Romana de flagelar e decapitar cidadãos desobedientes. Eram carregados por lictores e poderiam ser usados para castigo corporal e pena capital a seu próprio comando. Mussolini adoptou esse símbolo para o seu partido, cujos seguidores passaram a chamar-se fascistas.

 

O simbolismo dos fasces sugeria "a força pela união": uma única haste é facilmente quebrada, enquanto o feixe é difícil de quebrar. Símbolos semelhantes foram desenvolvidos por diferentes movimentos fascistas. Por exemplo, o símbolo da Falange Espanhola é composto de cinco flechas unidas por uma parelha.

 

Definições

 

Historiadores, cientistas políticos e outros estudiosos têm debatido por muito tempo a natureza exacta do fascismo. Cada forma de fascismo é diferente, deixando muitas definições amplas ou restritas demais.

 

Roger Griffin descreve o fascismo como "um género de ideologia política cujo núcleo mítico em suas várias permutações é uma forma palingenética de ultranacionalismo populista". Griffin descreve a ideologia como tendo três componentes principais: "(i) o mito do renascimento, (ii) populista ultra-nacionalismo e (iii) o mito da decadência". O fascismo é "uma forma verdadeiramente revolucionária, anti-liberal, multiclasse, e, em última análise, nacionalista anti-conservadora" construído sobre uma complexa gama de influências teóricas e culturais. Ele distingue um período entre-guerras quando se manifestou através de "partidos políticos armados" liderados por elites populistas se opondo ao socialismo e ao liberalismo e prometendo uma política radical para salvar o país da decadência.

 

  1. Emilio Gentile descreve o fascismo com os seguintes dez elementos constitutivos: um movimento de massa de adesão multiclasse em que prevalecem, entre os líderes e os militantes, os sectores médios, em grande parte, novos na actividade política, organizados como uma milícia partidária, que baseiam sua identidade não em hierarquia social ou origem de classe, mas em um sentido de camaradagem, acredita-se investido de uma missão de regeneração nacional, considera-se em estado de guerra contra adversários políticos e visa conquistar o monopólio do poder político por meio do terror, política parlamentar e acordos com grupos maiores, para criar um novo regime que destrói a democracia parlamentar;
  2. Uma ideologia "anti-ideológica" e pragmática que se proclama antimaterialista, anti-individualista, antiliberal, antidemocrática, anti-marxista, mas populista e anticapitalista em tendência, se expressando esteticamente mais que, teoricamente, por meio de um novo estilo de política e por mitos, ritos e símbolos, como uma religião leiga projectada para aculturar, socializar e integrar a fé das massas com o objectivo de criar um "novo homem";
  3. Uma cultura fundada no pensamento místico e o no sentido trágico e activista da vida concebida como a manifestação da vontade de poder, sobre o mito da juventude como artífice da história, e na exaltação da militarização da política como modelo de vida e actividade colectiva;
  4. Uma concepção totalitária do primado da política, concebida como uma experiência de integração para realizar a fusão do indivíduo e das massas na unidade orgânica e mística da nação como uma comunidade étnica e moral, a adopção de medidas de discriminação e perseguição contra aqueles considerados fora desta comunidade quer como inimigos do regime ou membros de raças consideradas inferiores ou perigosas para a integridade da nação;
  5. Uma ética civil, fundada em total dedicação à comunidade nacional, sobre a disciplina, a virilidade, a camaradagem e o espírito guerreiro;
  6. Um Estado de partido único que tem a tarefa de prover a defesa armada do regime, a selecção de seus quadros de direcção e organização das massas no interior do estado, em um processo de mobilização permanente de emoção e da fé;
  7. Um aparato policial que impede, controla e reprime a dissidência e a oposição, mesmo usando o terror organizado;
  8. Um sistema político organizado pela hierarquia de funções nomeadas a partir do topo e coroado pela figura de "líder", investido com um carisma sagrado, que comanda, dirige e coordena as actividades do partido e do regime;
  9. Organização corporativa da economia que suprime a liberdade sindical, amplia a esfera de intervenção do Estado, e visa alcançar, por princípios de tecnocracia e solidariedade, a colaboração dos "sectores produtivos" sob o controle do regime, para alcançar seus objectivos de poder, ainda preservando a propriedade privada e as divisões de classe;
  10. Uma política externa inspirada no mito do poder nacional e grandeza, com o objectivo de expansão imperialista. — Emilio Gentile

 

Stanley Payne descreve o fascismo em três sectores de características: sua ideologia e objectivos; suas negações; e seu estilo e organização, conforme a seguir detalhado:

  1. A ideologia e os objectivos
  • "Adopção de uma filosofia idealista, vitalista e voluntarista, normalmente envolvendo a tentativa de realizar uma nova cultura auto-determinada, secular e moderna"
  • "Criação de um novo Estado autoritário nacionalista não baseado em princípios ou modelos tradicionais"
  • "Organização de uma nova estrutura económica nacional integrada, altamente regulada, multiclasse; seja chamada de corporativista nacional, nacional-socialista, nacional-sindicalista"
  • "Avaliação positiva e uso, ou vontade de usar a violência e a guerra"
  • "O objectivo do império, expansão ou uma mudança radical na relação do país com as outras potências"

 

  1. As negações fascistas
  • "Antiliberalismo"
  • "Anticomunismo"
  • "Anticonservacionismo (embora com o entendimento de que grupos fascistas estavam dispostos a realizar alianças temporárias com outros sectores, mais comumente com a direita) "

 

  1. O estilo e a organização
  • "Tentativa de mobilização de massas com a militarização das relações políticas e estilo e com o objectivo de uma milícia de massa de partido único"
  • "Ênfase na estrutura estética em encontros, símbolos e liturgia política, enfatizando aspectos emocionais e místicos"
  • "Estresse extremo no princípio masculino e na dominação masculina, enquanto defendendo uma visão fortemente orgânica da sociedade"
  • "Exaltação da juventude acima de outras fases da vida, enfatizando o conflito das gerações, pelo menos, para efectuar a transformação política inicial"
  • "Tendência específica em direcção a um estilo autoritário, carismático e pessoal de comando, se o comando for, em certa medida, inicialmente electivo"

 

Paxton vê o fascismo como "uma forma de comportamento político marcado pela preocupação obsessiva com o declínio da comunidade, humilhação ou vitimização e pelo culto compensatório da unidade, energia e pureza, na qual um partido de massas de militantes nacionalistas comprometidos, trabalhando em inquieta, mas colaborativamente efectiva com as elites tradicionais, abandona as liberdades democráticas e persegue com violência redentora e sem restrições éticas ou legais de limpeza interna e expansão externa". Uma definição comum de fascismo se concentra em três grupos de ideias:

 

  • As negações fascistas de anti-liberalismo, anti-comunismo e anti-conservadorismo.
  • Objectivos nacionalistas e autoritários para a criação de uma estrutura económica regulada para transformar as relações sociais dentro de uma cultura moderna, auto-determinada.
  • Uma estética política usando simbolismo romântico, mobilização em massa, visão positiva da violência, promoção da masculinidade e da juventude e liderança carismática.

 

Posição no espectro político

 

O fascismo é comumente descrito como "extrema-direita" embora alguns autores têm encontrado dificuldade em colocar o fascismo em um espectro político esquerda-direita convencional. O fascismo foi influenciado pela esquerda e pela direita, conservadores e anti-conservadores, nacionais e supranacionais, racionais e anti-racionais. Um número de historiadores têm considerado o fascismo ou como uma doutrina centrista revolucionária, ou uma doutrina que mistura filosofias da esquerda e da direita, ou como ambas as coisas, não existindo assim, um puro centro, indistinto e não adjectivado, nem uma pura posição extrema.

 

O fascismo é considerado por alguns estudiosos como de extrema-direita por causa de seu conservadorismo social e meios autoritários de oposição ao igualitarismo. Roderick Stackleberg coloca o fascismo, incluindo o nazismo, que ele diz ser "uma variante radical do fascismo", do lado direito, explicando que "quanto mais a pessoa considerar a igualdade absoluta entre todos os povos para ser uma condição desejável, mais à esquerda vai estar no espectro ideológico. Quanto mais uma pessoa considera a desigualdade como inevitável ou mesmo desejável, o mais para a direita será".

 

História/Fin de siècle a fusão do maurrasismo com sorelianismo (1880–1914)

 

As raízes ideológicas do fascismo foram traçados em 1880, e em particular o tema do fin de siècle da época. O tema foi baseado na revolta contra o materialismo, o racionalismo, o positivismo, a sociedade burguesa e a democracia. A geração do fin-de-siècle apoiou o emocionalismo, o irracionalismo, o subjetivismo e o vitalismo. A mentalidade do fin-de-siècle viu a civilização como em crise e que exigia uma solução massiva e total; as escolas intelectuais do fin-de-siècle considerava o indivíduo como apenas uma parte da colectividade maior, o que não deveria ser visto como uma soma numérica atomizada de indivíduos eles condenaram o individualismo racionalista da sociedade liberal e a dissolução dos laços sociais na sociedade burguesa.

 

O ponto de vista do fin-de-siècle foi influenciado por vários desenvolvimentos intelectuais, como a biologia de Darwin biology; a estética de Wagner; o racialismo de Arthur de Gobineau; a psicologia de Gustave Le Bon; e filosofias de Friedrich Nietzsche, Fyodor Dostoyevsky e Henri Bergson. O darwinismo social, que ganhou ampla aceitação, não fazia distinção entre a vida física e social, visto a condição humana como sendo uma luta incessante para atingir a sobrevivência do mais apto. O darwinismo social desafiou alegação de escolha deliberada e racional do positivismo como o comportamento determinante dos seres humanos, o darwinismo social concentrou-se em hereditariedade, raça e meio ambiente e a ênfase na identidade do biogrupo e o papel das relações orgânicas dentro das sociedades promoveram legitimidade e apelo para o nacionalismo. Novas teorias da psicologia social e política também rejeitaram a noção de comportamento humano de ser governado por escolha racional, e, em vez alegou que a emoção era mais influente em questões políticas do que a razão. O argumento de Nietzsche de que "Deus está morto" coincidiu com o ataque à "mentalidade de rebanho" do cristianismo, a democracia e o coletivismo moderno, o seu conceito de übermensch e sua defesa da vontade de poder como um instinto primordial, tiveram grandes influências sobre muitos da geração fin-de-siècle. A afirmação de Bergson da existência de um "élan vital" ou instinto vital centrava-se na livre escolha e rejeitou os processos do materialismo e do determinismo, isto desafiou o marxismo.

 

Gaetano Mosca em sua obra A classe dominante (1896) desenvolveu a teoria que afirma que em todas as sociedades uma "minoria organizada" vai dominar e governar sobre a "maioria desorganizada". Mosca afirma que existem apenas duas classes na sociedade "o governo" (a minoria organizada) e os "governados" (a maioria desorganizada). Ele afirma que a natureza organizada da minoria organizada a torna irresistível a qualquer indivíduo da maioria desorganizada.

 

O conceito de propaganda da escritura do anarquista Mikhail Bakunin , salientou a importância da acção directa como o principal meio das políticas, incluindo a violência revolucionária, isso se tornou popular entre os fascistas que admirava o conceito e o adoptaram como parte do fascismo.

 

O francês nacionalista e reaccionário monárquico Charles Maurras influenciou o fascismo. Maurras promoveu o que chamou de "nacionalismo integral", apelando para a unidade orgânica de uma nação, Maurras insistiu que um poderoso monarca era um líder ideal de uma nação. Maurras desconfiava do que ele considerava a mistificação democrática da vontade popular que criaria um sujeito colectivo impessoal. Ele alegou que um poderoso monarca era um soberano personificada que poderia exercer a autoridade para unir as pessoas de uma nação. O "nacionalismo integral" de Maurras foi idealizado pelos fascistas, mas modificado para uma forma revolucionária modernizada.

 

O revolucionário francês e sindicalista Georges Sorel promoveu a legitimidade da violência política em sua obra Reflexões sobre Violência (1908) e outras obras em que defendeu a acção sindicalista radical para alcançar uma revolução e derrubar o capitalismo e a burguesia através de greve geral. Em Reflexões sobre Violência, Sorel enfatizou a necessidade por uma religião política revolucionária. Além disso, em sua obra As ilusões do progresso, Sorel denunciou a democracia como reaccionária, dizendo que "nada é mais aristocrático do que a democracia." Em 1909, após o fracasso de uma greve geral sindicalista na França, Sorel e seus partidários deixaram a esquerda radical e foram para a direita radical, onde procuraram mesclar catolicismo militante e patriotismo francês, com seus pontos de vista - defendendo patriotas anti-republicanos cristão francês como ideais revolucionários. Inicialmente Sorel tinha sido oficialmente um revisionista do marxismo, mas em 1910 anunciou o seu abandono da literatura socialista e afirmou, em 1914, usando um aforismo de Benedetto Croce que "o socialismo está morto" por causa da "decomposição do marxismo". Maurras teve interesse em fundir seus ideais nacionalistas com o sindicalismo soreliano como um meio de enfrentar a democracia. Maurras afirmou "um socialismo liberado do elemento democrático e cosmopolita se encaixa no nacionalismo como uma bela luva se encaixa uma bela mão."

 

A fusão do nacionalismo Maurassiano com o sindicalismo de Sorel influenciou o radical e nacionalista italiano Enrico Corradini. Corradini falou da necessidade de um movimento de sindicalismo nacional, liderado por aristocratas elitistas e anti-democratas que compartilhavam um compromisso sindicalista revolucionário para dirigir a acção e desejosos por lutar. Corradini falou da Itália como uma "nação proletária" que precisava perseguir oimperialismo, a fim de desafiar a "plutocracia" francesa e britânica. Pontos de vista de Corradini faziam parte de um conjunto mais amplo de percepções dentro da direita Associação Nacionalista Italiano (ANI), que alegou que o atraso económico da Itália foi causado pela corrupção da sua classe política, o liberalismo e a divisão causada por um "socialismo ignóbil", a ANI manteve laços e influências entre os conservadores, os católicos e a comunidade empresarial. Sindicalistas nacionais italianos realizaram um conjunto de princípios comuns: a rejeição de valores burgueses, a democracia, o liberalismo, o marxismo, o internacionalismo e o pacifismo, bem como a promoção de heroísmo, vitalismo e violência. A ANI alegou que a democracia liberal não era mais compatível com o mundo moderno e defendeu um Estado forte e o imperialismo, afirmando que os seres humanos são naturalmente predatórios e que as nações estavam em uma luta constante, no qual apenas os mais fortes poderiam sobreviver.

 

O futurismo foi ao mesmo tempo um movimento artístico-cultural e, inicialmente, um movimento político na Itália, liderado por Filippo Tommaso Marinetti, fundador do Manifesto futurista (1908), defendeu as causas do modernismo, a acção e a violência política como elementos necessários de política, enquanto denunciava o liberalismo e a política parlamentar. Marinetti rejeitou a democracia convencional com base na regra da maioria e igualitarismo, promovendo uma nova forma de democracia que descreveu em sua obra "A concepção futurista da democracia".

 

O futurismo influenciou o fascismo em sua ênfase em reconhecer a natureza viril da acção violenta e a guerra como sendo necessidades da civilização moderna. Marinetti promoveu a necessidade de treinamento físico aos jovens, dizendo que na educação masculina, a ginástica deve ter precedência sobre os livros, e defendia a segregação dos sexos sobre esta matéria, em que a sensibilidade feminina não deve entrar na educação de homens que Marinetti alegou devem ser "animados, belicosos, musculares e violentamente dinâmicos".

Primeira Guerra Mundial e após (1914-1929)

 

Com a eclosão da Primeira Guerra Mundial em acosto de 1914, a esquerda política italiana ficou gravemente dividida sobre sua posição a respeito da guerra. O Partido Socialista Italiano (PSI) se opôs à guerra por razões de internacionalismo, mas um número de sindicalistas revolucionários italianos apoiaram a intervenção contra a Alemanha e a Áustria-Hungria, alegando que os seus regimes reaccionário precisavam ser derrotados para garantir o sucesso do socialismo. Corradini apresentou a mesma necessidade para a Itália como uma "nação proletária" de derrotar a Alemanha reaccionária de uma perspectiva nacionalista. As origens do fascismo italiano resultou dessa divisão, primeiro com Angelo Oliviero Olivetti formando um pró-intervencionismo fasci chamado Fasci d'Azione Internazionalista em outubro de 1914. Benito Mussolini após ser expulso de sua posição como editor-chefe do jornal Avanti! do PSI por sua postura pró-Entente, aderiu à causa intervencionista em um fasci separado. O termo "fascismo" foi usado pela primeira vez em 1915 por membros do movimento de Mussolini, o Fasci d'Azione Rivoluzionaria.

 

Aumento internacional do fascismo e a Segunda Guerra Mundial (1929-1945)

Os movimentos fascistas cresceram com força no resto da Europa. O fascista húngaro Gyula Gömbös subiu ao poder como primeiro-ministro da Hungria em 1932 e tentou consolidar seu Partido de Unidade Nacional em todo o país, ele criou a jornada de trabalho de oito horas/dia, uma semana de quarenta e oito horas de trabalho para a indústria e procurou consolidar uma economia corporativista e perseguiu reivindicações irredentistas nos vizinhos da Hungria. O movimento fascista Guarda de Ferro da Romênia cresceram em apoio político a partir de 1933, ganhando representatividade no governo romeno e um membro da Guarda de Ferro romena assassinou o primeiro-ministro Ion Duca. Em 6 de Fevereiro de 1934, a França enfrentou a maior crise política interna desde o Caso Dreyfus, quando os fascistas do Mouvement Franciste e vários movimentos de extrema-direita se revoltaram em massa em Paris contra o governo francês, resultando em grande violência política. Uma variedade de governos para-fascistas que emprestavam elementos do fascismo foram formados durante a Grande Depressão, incluindo os da Grécia, Lituânia, Polónia e Iugoslávia.

 

Pós-Segunda Guerra Mundial (1945 - presente)

 

Na sequência da Segunda Guerra Mundial, a vitória dos Aliados sobre as potências do Eixo levaram ao colapso vários regimes fascistas na Europa. O Julgamento de Nuremberg condenou vários líderes nazistas por crimes contra a humanidade, envolvendo o Holocausto. No entanto, ainda permaneceram várias ideologias e governos que foram ideologicamente ligados ao fascismo.

 

O Estado de um partido só do falangista Francisco Franco na Espanha ficou oficialmente neutro durante a Segunda Guerra Mundial e sobreviveu ao colapso das Potências do Eixo. A ascensão de Franco ao poder tinha sido assistida directamente pelos militares da Itália fascista e da Alemanha nazista durante a Guerra Civil Espanhola, e tinha levado voluntários a lutar ao lado da Alemanha nazista contra a União Soviética durante a Segunda Guerra Mundial. Após a II Guerra Mundial e de um período de isolamento internacional, o regime de Franco normalizou as relações com as potências ocidentais durante a Guerra Fria, até a morte de Franco, em 1975, e a transformação da Espanha em uma democracia liberal.

 

Cristianismo e fascismo

 

Em 11 de Fevereiro de 1929, Pietro Gaspari, Cardeal Secretário do Estado do Papa Pio XI e Mussolini, assinaram o Tratado de Latrão que colocava um fim na Questão Romana, a disputa de seis anos entre o papado e o reino da Itália.

 

O Tratado de Latrão de 1929 foi uma tentativa de acabar com um conflito que existia desde 1870-1871 entre o Estado italiano e a Igreja Católica Romana. Entre 1870 e 1929, os papas eram "prisioneiros do Vaticano", e eram opositores do "liberal" Estado italiano. A maioria dos políticos italianos eram abertamente anticlericais e procurou limitar o controlo católico na educação e no casamento.

Desde que Mussolini sabia ele não deveria atacar a Igreja Católica ou os seus apoiantes camponeses, ele posou como o "protector" dos católicos italianos. Ele abriu negociações com o papado, em 1926, para curar a ferida entre a Igreja e o "poder usurpador", como oficiais da Igreja que se referiam ao Estado italiano. As negociações não foram fáceis, mas Mussolini logo mostrou que tinha vantagem quando proibiu a organização da juventude católica Exploratori cattolici. A hierarquia da Igreja foi dividida entre "católicos sociais" que se oponham ao fascismo, e os conservadores e pragmáticos que aceitaram o governo de Mussolini como desejável. A maioria dos católicos italianos não eram antifascistas, pois o nacionalismo os empurrou contra o fascismo e muitos viram a questão como dos males o menor, Mussolini era preferível à anarquia ou ao marxismo.

 

Regimes fascistas pelo mundo

 

A aparição do fascismo como uma força dominante é um fenómeno de apenas alguns anos que pode ser datado precisamente, ele começou em 1922/1923, com a emergência do Partido Nacional Fascista italiano liderado por Mussolini e terminou em 1945 com a derrota e morte de Mussolini e Hitler. Além da Itália e Alemanha, registaram-se movimentos fascistas de destaque na Áustria, Bélgica, Grã-Bretanha, Finlândia, Hungria, Roménia, Espanha bem como na África do Sul e Brasil.

 

Conceito actual/Neofascismo

 

O fascismo em sua forma mais tradicional reapareceu nas décadas de 80 e 90 do século XX sob os nomes de fascismo e movimento neonazista, que em suas formas mais marginais reproduz uma estética "retrô" e atitudes similares a violência juvenil. Como movimento político de presença institucional, surgiu na Itália após a Segunda Guerra Mundial, sob a forma do partido político Movimento Sociale Italiano (Movimento Social Italiano), que eventualmente buscaria uma forma mais acessível para o regime político democrático, sob o nome de Alleanza Nazionale e foi redefinido como pós-fascista, atingindo o governo italiano (Gianfranco Fini, sob a presidência de Silvio Berlusconi, 1994).

 

Desde o final do século XX, aumentaram as chances eleitorais dos partidos que baseiam suas propostas políticas em distintas ofertas de dureza contra a imigração e a favor de uma manutenção da personalidade nacional. Além da Itália, em várias democracias europeias coincide com a presença de extrema-direita ou personalidades com um passado nazista ou fascista têm chegado a causar inclusive problemas internacionais: como o caso do escândalo da chegada de Kurt Waldheim para a presidência da Áustria (1996) ou a entrada no governo de Jörg Haider, do Freiheitliche Partei Österreichs (Partido Liberal de Austria, FPÖ), em 1999, neste mesmo país. Na Holanda, um caso semelhante ocorreu com Lijst Pim Fortuyn (Lista Pim Fortuyn, LPF) em 2002. Na França, a inesperada posibilidade de que Jean-Marie Le Pen (Front National, Frente Nacional) pudesse chegar a presidência da República, reuniu votos de todo o espectro político de esquerda e de direita contra ele nas Eleições presidenciais da França de 2002.

 

Fascismo de esquerda

 

O conceito, tal como utilizado originalmente por Jürgen Habermas, designava os movimentos terroristas de extrema-esquerda dos anos sessenta. Na década de 80, seu uso foi estendido para descrever pejorativamente a qualquer ideologia esquerdista (especialmente nos EUA).

 

Fundamentalismos religiosos

 

O aparecimento do fundamentalismo islâmico no cenário internacional depois da Revolução Iraniana (1979), sua extensão a outras repúblicas islâmicas e o terrorismo internacional, revelaram a possibilidade de um totalitarismo religioso que emprega técnicas violentas comparável ao fascismo, sendo assim, tais movimentos têm sido qualificados pejorativamente pelo termo "Islamofascismo", embora tais movimentos ideológicos são muito distantes uns dos outros. Também é comum notar as semelhanças ao fascismo de movimentos chamado de fundamentalismo cristão, que em alguns casos têm vindo a chamar "cristofascismo".

Fascista como insulto

 

Após a derrota das Potências do Eixo na Segunda Guerra Mundial, o termo "fascista" tem sido usado como pejorativo, muitas vezes referindo-se a grande variação de movimentos em todo o espectro político. George Orwell escreveu em 1944 que "a palavra" fascismo "é quase inteiramente sem sentido... quase qualquer inglês aceitaria 'valentão' como sinónimo de 'fascista'". Richard Griffiths argumentou em 2005 que o "fascismo" é a "a palavra mais usada e mais mal usada dos nossos tempos". "Fascista" é às vezes aplicado a organizações do pós-guerra e formas de pensar que os académicos mais comumente definem como " neofascista".

 

NAZISMO

 

Nazismo, conhecido oficialmente na Alemanha como Nacional-Socialismo (em alemão: Nationalsozialismus), é a ideologia praticada pelo Partido Nazista da Alemanha, formulada por Adolf Hitler e adoptada pelo governo da Alemanha de 1933 a 1945. Esse período ficou conhecido como Alemanha Nazista ou Terceiro Reich.

 

O nazismo é frequentemente considerado por estudiosos como uma derivação do fascismo. Mesmo incorporando elementos comuns tanto da direita política quanto da esquerda política, o nazismo é considerado de extrema-direita. Os nazistas foram um dos vários grupos históricos que utilizaram o termo nacional-socialismo para descrever a si mesmos e, na década de 1920, tornaram-se o maior grupo da Alemanha. Os ideais do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (Partido Nazista) são expressos no seu "Programa de 25 Pontos", proclamado em 1920. Entre os elementos-chave do nazismo, há o antiparlamentarismo, o pangermanismo, o racismo, o colectivismo, a eugenia, o antissemitismo/antijudaísmo, o anticomunismo, o totalitarismo e a oposição ao liberalismo econômico e político.

 

Na década de 1930, o nazismo não era um movimento monolítico, mas sim uma combinação de várias ideologias e filosofias centradas principalmente no nacionalismo, no anticomunismo e no tradicionalismo. Alguns grupos, como o strasserismo, faziam inicialmente parte do movimento nazista. Uma de suas motivações foi a insatisfação com o Tratado de Versalhes, que era entendido como uma conspiração judaica-comunista para humilhar a Alemanha no final da Primeira Guerra Mundial. Os males da Alemanha pós-guerra foram críticos para a formação da ideologia e suas críticas à República de Weimar pós-guerra. O Partido Nazista chegou ao poder na Alemanha em 1933. Em resposta à instabilidade criada pela Grande Depressão, os nazistas procuraram um terceiro modo de gerenciar a economia do seu país, sem que este tivesse ideais comunistas ou capitalistas. O governo nazista efectivamente acabou em 7 de Maio de 1945, no Dia V-E, quando os nazistas incondicionalmente renderam-se às potências aliadas, que tomaram a administração da Alemanha até que o país formasse o seu próprio governo democrático.

 

Conceito

 

O nome do Partido Nazista era "National Sozialistische Deutsche Arbeiterpartei" (N.S.D.A.P.) ou, em português, Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães. Apesar de o nome socialista ser utilizado, o conceito socialista do nazismo é radicalmente oposto ao conceito do socialismo marxista como é compreendido hoje, na verdade era declaradamente antissocialista ou anticomunista. O termo National Sozialistische, que em alemão dá origem a "nazismo", era utilizado como forma de se contrapor ao termo comunismo, ou socialismo internacional, no sentido utilizado pelo marxismo. O nazismo pode ser considerado uma forma extrema de fascismo, muitas vezes chamado de nazifascismo. Os vários tipos de fascismos se identificam como antissocialistas.

 

Hitler dizia que o termo "socialista" era uma palavra de origem alemã, correspondente a um modelo ideal de terras semicoletivas, semiprivadas, que existia entre os antigos povos germânicos do I Reich, e afirmava que Karl Marx, um judeu, havia roubado essa palavra para sua teoria subversiva, o comunismo. Foi justamente para diferenciar a sua proposta de novo modelo de sociedade do socialismo primitivo, que Marx criou o termo comunismo (enquanto estágio pós-socialista). Hitler defendia o retorno ao socialismo germânico do primeiro Reich. Assim, na Alemanha, havia uma disputa retórica e linguístico-formal entre nazistas e comunistas, em torno do uso e do significado do termo "socialismo" na língua alemã.

 

História

 

Adolf Hitler chegou ao poder enquanto líder de um partido político, o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei ou NSDAP). Os termos nazi ou nazista são acrónimos do nome do partido (vem de National Sozialist). A Alemanha desse período é também conhecida como "Alemanha Nazista" ("Alemanha Nazi" PE) e os partidários do nazismo eram (e são) chamados nazistas (nazis PE). O nazismo foi proibido na Alemanha moderna, muito embora pequenos grupos de simpatizantes, chamados neonazistas (neonazis PE), continuem a existir na Alemanha e noutros países. Alguns revisionistas históricos disseminam propaganda que nega ou minimiza o Holocausto (ver: Negacionismo do Holocausto).

 

Origens/Nacionalismo (Völkisch)

 

Uma das influências ideológicas mais significativas sobre os nazistas foi o nacionalista alemão Johann Gottlieb Fichte, cujas obras serviram de inspiração para Hitler e outros membros nazistas, incluindo Dietrich Eckart e Arnold Fanck. Em sua obra Discursos à nação alemã (1808), escrita em meio à ocupação napoleónica de Berlim pela França, Fichte invocou uma revolução nacional alemã contra os ocupantes franceses, fazendo discursos públicos, armando seus alunos para a batalha contra os franceses, e salientando a necessidade da acção para expulsar os franceses. O nacionalismo de Fichte era populista e em oposição às elites tradicionais, insistindo na necessidade de uma "Guerra do Povo" (Volkskrieg), conceito este semelhante ao adoptado posteriormente pelos nazistas. Fichte promoveu o excepcionalismo alemão e salientou a necessidade da nação alemã ser purificada, incluindo purgar a língua alemã de palavras francesas, uma política que os nazistas empreenderam ao assumir o poder.

 

Ele denunciou o materialismo, o individualismo e sociedade industrial urbana secularizada, ao defender uma sociedade "superior" com base na cultura "popular" alemã e no "sangue" alemão. Denunciou os estrangeiros, as ideias estrangeiras e declarou que os judeus, as nacionais minorias, católicos e maçons eram "traidores da nação" e indignos da inclusão na nação alemã. Ele descreveu o mundo em termos da lei natural e romantismo, exaltando as virtudes da vida rural, condenando a negligência da tradição e da decadência da moral, denunciou a destruição do meio ambiente, e condenou as culturas "cosmopolitas", como as dos judeus e ciganos.

 

Derrota da Alemanha na Primeira Guerra Mundial e consequências

Nas palavras de Karl Dietrich Bracher: "o nazismo, como Hitler, foi o produto da Primeira Guerra Mundial, porém, recebeu sua forma e sua força daqueles problemas básicos da história alemã moderna que caracterizaram a difícil caminhada do movimento democrático". Em 1917, a Alemanha havia derrotado a Rússia, que se retirou da guerra em meio à Revolução Bolchevique. Entretanto, o povo alemão também estava insatisfeito com a guerra que já durava tempo demais e havia consumido vidas demais. Em 1918, tem início na Alemanha uma série de rebeliões populares, de trabalhadores e soldados, que, inspirados na Revolução Russa de 1917, pretendiam derrubar o governo e acabar com a guerra (ver: Revoluções de 1917-23). Os movimentos mais fortes eram justamente os socialistas, organizados pelo grupo chamado de Liga Espartaquista, liderados por Rosa Luxemburgo, que havia convivido com Lenin quando este morou na Alemanha.

 

Quase simultaneamente, estouravam rebeliões de camponeses famintos no sul da Alemanha e na região da Bavária. Os comunistas quase tomaram o poder em Janeiro de 1919. Entretanto, durante todo o período 1917-1919, a ameaça da insurreição era constante e a elite temia que uma revolução popular pudesse acontecer a qualquer momento. Apesar de a guerra no front ocidental estar tecnicamente empatada, a entrada dos Estados Unidos em favor da Inglaterra e da França, em 1917, começava a mudar a guerra contra a Alemanha. A elite alemã toma uma decisão desesperada: aceita um acordo de paz desfavorável para não correr o risco de ver uma revolução comunista na Alemanha.

 

Na década de 1920, os nazistas se levantam como novo bastião contra os socialistas e se utilizam do discurso anticomunista para conseguir doações dos banqueiros e industriais alemães para suas campanhas eleitorais. O Partido Nazista tinha assim dois grandes desafios político-ideológicos: explicar a derrota de um povo teoricamente superior e, ao mesmo tempo, conseguir encontrar um culpado que não fossem os banqueiros alemães, que agora financiavam as campanhas eleitorais do partido Nazista. Hitler construiu a solução na obra "Minha Luta", que refinou posteriormente em outros escritos do Partido Nazi. A solução era simples: Hitler argumentou que a Alemanha havia sido derrotada por uma grande conspiração internacional de judeus. Ele criou uma maléfica e terrível conspiração de judeus de diferentes países (banqueiros judeus na Inglaterra e na França, associados com judeus comunistas na Rússia), que se uniram para derrotar a Alemanha. Hitler conseguiu, com uma só teoria, explicar a derrota na Primeira Guerra Mundial.

 

O Programa de 25 pontos do NSDAP

 

O "Programa de 25 Pontos", oficialmente "Programa de 25 Pontos do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães" (em alemão: Das 25-Punkte-Programm der Nationalsozialistischen Deutschen Arbeiterpartei) é o nome dado ao programa político do Partido dos Trabalhadores Alemães (DAP), tal como foi proclamado em 24 de Fevereiro de 1920, em Munique, por Adolf Hitler. O programa foi aprovado por uma audiência de duas mil pessoas (segundo a descrição de Hitler em Mein Kampf), na Hofbräuhaus, uma das maiores cervejarias da cidade.

 

Em 8 de Agosto do mesmo ano, o DAP passou a se chamar Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, mantendo o mesmo programa, cujo conteúdo é o seguinte.

 

  1. Nós pedimos a constituição de uma Grande Alemanha, que reúna todos os alemães, baseados no direito à autodeterminação dos povos.
  2. Pedimos igualdade de direitos para o povo alemão em relação às outras nações e a revogação do Tratado de Versalhes e do Tratado de Saint Germain.
  3. Pedimos terras e colónias para nutrir o nosso povo e reabsorver a nossa população.
  4. Só os cidadãos gozam de direitos cívicos. Para ser cidadão, é necessário ser de sangue alemão. A confissão religiosa pouco importa. Nenhum judeu, porém, pode ser cidadão.
  5. Os não cidadãos só podem viver na Alemanha como hóspedes, e terão de submeter-se à legislação sobre os estrangeiros.
  6. O direito de fixar a orientação e as leis do Estado é reservado unicamente aos cidadãos. Por isso, pedimos que todas as funções públicas, seja qual for a sua natureza, não possam ser exercidas senão por cidadãos. Nós combatemos a prática parlamentar, origem da corrupção, de atribuição de lugares por relações de partido, sem importar o carácter ou a capacidade.
  7. Pedimos que o Estado se comprometa a proporcionar meios de vida a todos os cidadãos. Se o país não puder alimentar toda a população, os não cidadãos devem ser expulsos do Reich.
  8. É necessário impedir novas imigrações de não alemães. Pedimos que todos os não alemães estabelecidos no Reich, depois de 2 de Agosto de 1914, sejam imediatamente obrigados a deixar o Reich.
  9. Todos os cidadãos têm os mesmos direitos e os mesmos deveres.
  10. O primeiro dever do cidadão é trabalhar, física ou intelectualmente. A actividade do indivíduo não deve prejudicar os interesses do colectivo, mas integrar-se dentro desta e para o bem de todos. É por isso que pedimos:
  11. A supressão do rendimento dos ociosos e dos que levam uma vida fácil, a supressão da escravidão do juro.
  12. Considerando os enormes sacrifícios de vidas e de dinheiro que qualquer guerra exige do povo, o enriquecimento pessoal com a guerra deve ser estigmatizado como um crime contra o povo. Pedimos por isso o confisco de todos os lucros de guerra, sem excepção.
  13. Pedimos a nacionalização de todas as empresas que actualmente pertencem a trusts.
  14. Pedimos uma participação nos lucros das grandes empresas.
  15. Pedimos um aumento substancial das pensões de reforma.
  16. Pedimos a criação e protecção de uma classe média sã, a entrega imediata das grandes lojas à administração comunal e o seu aluguel aos pequenos comerciantes, a baixo preço. Deve ser dado prioridade aos pequenos comerciantes e industriais nos fornecimentos ao Estado, aos Länder ou aos municípios.
  17. Pedimos uma reforma agrária adaptada às nossas necessidades nacionais, a promulgação de uma lei que permite a expropriação, sem indenização, de terrenos para fins de utilidade pública, a supressão de impostos sobre os terrenos e a extinção da especulação fundiária.
  18. Pedimos uma luta sem tréguas contra todos os que, pelas suas actividades, prejudicam o interesse nacional. Criminosos de direito comum, traficantes, agiotas etc. devem ser punidos com a pena de morte, sem consideração de credo religioso ou raça.
  19. Pedimos que o direito romano seja substituído por um direito público alemão, pois o primeiro é servidor de uma concepção materialista do mundo.
  20. A extensão da nossa infra-estrutura escolar deve permitir a todos os alemães bem dotados e trabalhadores o acesso a uma educação superior e, através dela, aos lugares de direcção (ver: Educação na Alemanha Nazista). Os programas de todos os estabelecimentos de ensino devem ser adaptados às necessidades da vida prática. O espírito nacional deve ser incutido na escola a partir da idade da razão. Pedimos que o Estado suporte os encargos da instituição superior dos filhos excepcionalmente dotados de pais pobres, qualquer que seja a sua profissão ou classe social.
  21. O Estado deve preocupar-se em melhorar a saúde pública mediante a protecção da mãe e dos filhos, a introdução de meios idóneos para desenvolver as aptidões físicas, pela obrigação legal de praticar desporto e ginástica, e um apoio poderoso a todas as associações que tenham por objectivo a educação física da juventude.
  22. Pedimos a supressão do exército de mercenários e a criação de um exército nacional.
  23. Pedimos a luta pela lei contra a mentira política consciente e a sua propagação por meio da imprensa. Para que se torne possível a criação de uma imprensa alemã, pedimos que:

 

  1. Todos os directores e colaboradores de jornais em língua alemã sejam cidadãos alemães;
  2. A difusão dos jornais não alemães seja submetida a autorização expressa. Estes jornais não podem ser impressos em língua alemã;
  3. Seja proibida por lei qualquer participação financeira ou de qualquer influência de não alemães em jornais alemães. Pedimos que qualquer infracção dessas medidas seja sancionada com o encerramento das empresas de impressão culpadas, bem como pela expulsão imediata, para fora do Reich, dos não alemães responsáveis. Os jornais que forem contra o interesse público devem ser proibidos. Pedimos que se combata pela lei um ensino literário e artístico gerador da desagregação da nossa vida nacional; e o encerramento das organizações que contrariem as medidas anteriores.
  1. Pedimos a liberdade no seio do Estado para todas as confissões religiosas, na medida em que não ponham em perigo a existência do Estado ou não ofendam o sentimento moral da raça germânica. O partido, como tal, defende o ponto de vista de um cristianismo positivo, sem todavia se ligar a uma confissão precisa. Combate o espírito judaico-materialista no interior e no exterior e está convencido de que a restauração duradoura do nosso povo não se pode conseguir senão partindo do interior e com base no princípio: o interesse geral sobrepõe-se ao interesse particular.
  2. Para levar tudo isso a bom termo, pedimos a criação de um poder central forte, a autoridade absoluta do gabinete político sobre a totalidade do Reich e as suas organizações, a criação de câmaras profissionais e de organismos municipais encarregados da realização dos diferentes Länder, de leis e bases promulgadas pelo Reich.

 

Os dirigentes do partido prometem envidar todos os seus esforços para a realização dos pontos antes enumerados, sacrificando, se for preciso, a sua própria vida. Munique, 24 de Fevereiro de 1920.

 

Motivos da ascensão do nacional-socialismo

 

Uma questão importante sobre o nacional-socialismo tem a ver com os factores que promoveram a sua ascensão, não só na Alemanha mas também noutros países europeus e do continente americano (podiam encontrar-se movimentos nacional-socialistas na Suécia, Grã-Bretanha, Itália, Espanha, Checoslováquia, Estados Unidos, Argentina e Chile nos anos 1920 e 30). Esses factores podem ter sido:

 

  1. A devastação económica em toda a Europa, depois da Primeira Guerra Mundial;
  2. A falta de orientação em muitas pessoas depois da queda da monarquia em muitos países europeus;
  3. A fama de envolvimento judaico em aproveitamentos ilegítimos com a Primeira Guerra Mundial;
  4. A rejeição do comunismo;
  5. A influência das comunidades de língua alemã;
  6. As dificuldades das classes trabalhadores e a crise econômica.

 

Efeitos

 

As teorias nazistas foram utilizadas para justificar uma agenda política totalitária de ódio racial e de supressão da dissidência com o uso de todos os meios do Estado. Como outros regimes fascistas, o regime nazista punha ênfase no anticomunismo e no chamado princípio do líder (Führerprinzip). Esse é um princípio-chave na ideologia fascista, segundo o qual se considera o líder como a corporização do movimento e da nação. Ao contrário de outras ideologias fascistas, o nazismo era virulentamente racista. Algumas das manifestações do racismo nazista foram:

 

 

O anticlericalismo faz parte da ideologia nazista, o que é mais um ponto de divergência com outros fascismos. Talvez o efeito intelectual mais importante do nazismo tenha sido o descrédito, durante pelo menos duas gerações, das tentativas de utilizar a sociobiologia para explicar ou influenciar assuntos sociais.

 

Líderes

 

O nazista mais importante foi Adolf Hitler, que governou a Alemanha Nazi de 30 de Janeiro de 1933 até o seu suicídio a 30 de Abril de 1945. Ele levou o Reich alemão à Segunda Guerra Mundial. Com Hitler, o nacionalismo étnico e o racismo juntaram-se numa ideologia militarista. Depois da guerra, muitos nazis de primeiro plano foram condenados por crimes de guerra e crimes contra a humanidade no Julgamento de Nuremberg. O símbolo nazista é a suástica orientada no sentido dos ponteiros do relógio, sendo desenhada em um plano 5x5.

 

Base filosófica

 

Se bem que a raça fosse um factor crucial na visão do mundo dos nazistas, as raízes ideológicas do nazismo iam um pouco mais fundo. Os nazistas procuraram legitimação em obras anteriores, particularmente numa leitura, por muitos considerada discutível, da tradição romântica do século XIX, em especial do pensamento de Friedrich Nietzsche sobre o desenvolvimento do homem em direção ao Übermensch.

 

No seu livro de 1939, Alemanha: Jekyll & Hyde, o escritor Sebastian Haffner chama o nazismo de "uma primeira (autónoma e nova) forma de niilismo radical, que nega simultaneamente todos os valores, sejam eles valores capitalistas e burgueses, sejam eles proletários". É bem verdade que esse ponto de vista acaba por desconsiderar o projecto de crescimento industrial e de manutenção da ordem social estabelecida, como se percebe na Alemanha sob poder nazista, e um repúdio selectivo a elementos da "cultura burguesa tipicamente inglesa" e não apenas burguesa (visto o repúdio aos judeus, parte visível da burguesia na época).

 

A essência do nazismo: totalitarismo e racismo

 

A essência do fascismo e do nazismo está no totalitarismo, especificamente na noção de controlo totalitário, ou seja, na ideia de que o Estado e, em última instância, o chefe de Estado (no caso da Alemanha, o Führer), deveria controlar tudo e todos. Para isso, a homogeneização da sociedade é fundamental (ver: Gleichschaltung). As formas de controlo social em regimes totalitários geralmente envolvem o uso e a exacerbação do medo a um grau extremo. Todos passam a vigiar a todos e todos se sentem vigiados e intimidados. Cada indivíduo passa a ser "os olhos e ouvidos" do Führer no processo de construção de uma sociedade totalitária. Nesse processo de homogeneização totalitária, os inúmeros festivais, actividades cívicas, como as mobilização das massas nas ruas, foram determinantes.

 

Para controlar tudo e todos, o nazismo instigava e exacerbava ao extremo o nacionalismo, geralmente associado às rivalidades com outros países suposta ou realmente ameaçadores. A ideia de um inimigo externo extremamente poderoso é funcional para unir a sociedade contra o "inimigo comum". O medo de um inimigo externo é funcional para aglutinar socialmente povos que até há pouco tempo não se identificavam como uma só nação, como foram os casos de países unificados apenas no século XIX (Alemanha e Itália). Como Sigmund Freud havia demonstrado, a necessidade da criação artificial da identidade em grupos sociais pode levar à homogeneização forçada destes, e a existência de membros diferentes no grupo é desestabilizadora, o que leva o grupo a tentar eliminá-lo. Tão relevante é essa explicação para entender o fenómeno do fascismo e do nazismo, que as obras de Freud estiveram entre as primeiras a serem queimadas nas famosas queimas de livros organizadas pelo Partido Nazista, em 1933 e 1934.

 

O papel da ideologia da superioridade racial no Nazismo/ Hitler e a obra Mein Kampf

 

De acordo com o livro Mein Kampf ("Minha Luta"), Hitler desenvolveu as suas teorias políticas pela observação cuidadosa das políticas do Império Austro-Húngaro. Ele nasceu como cidadão do Império e acreditava que a sua diversidade étnica e linguística o enfraquecera. Também via a democracia como uma força desestabilizadora, porque colocava o poder nas mãos das minorias étnicas, que tinham incentivo para enfraquecer e desestabilizar mais o Império, diferentemente da ditadura, que colocava o poder nas mãos de indivíduos restritos e intelectualmente favoráveis.

 

O nazismo defende que uma nação é a máxima criação de uma raça. Consequentemente, as grandes nações (literalmente, nações grandes) seriam a criação de grandes raças. A teoria diz que as grandes nações alcançam tal nível devido aos seus poderios militar e intelectual e que estes, por sua vez, se originam em culturas racionais e civilizadas, que, por sua vez ainda, são criadas por raças com boa saúde natural e traços agressivos, inteligentes e corajosos.

 

Teoria económica

 

O nazismo também defendia um forte intervencionismo do Estado na economia para manter o capitalismo e evitar uma crise mais profunda que permitisse a ascensão dos comunistas como havia acontecido na Rússia em 1917 e quase aconteceu na Alemanha em 1918. Dessa forma, o nazismo pode ser considerado uma ideologia contrária ao livre mercado e ao liberalismo económico. O próprio socialista George Orwell reconheceu que o nazismo era uma forma de capitalismo que utilizava o modelo económico socialista.

 

É relevante ressaltar que, após a Primeira Guerra Mundial, mas especialmente após a Crise de 1929, a maior parte dos novos movimentos políticos assumiram um discurso antiliberal, tanto no plano político como no económico, e isso inclui desde grupos conservadores, passando por grupos moderados e defensores da democracia e da intervenção do Estado na economia, como keynesianos e social-democratas, até movimentos revolucionários anticapitalistas socialistas ou comunistas.

 

Alguns economistas reconhecem que tanto a Alemanha de Hitler como os Estados Unidos e a Inglaterra só se recuperaram economicamente da Crise de 1929 quando implementaram políticas fortemente intervencionistas, associadas a uma acelerada militarização da sociedade e da economia. Essa militarização da economia se traduziu no direcionamento de vários sectores da indústria para atender às enormes encomendas militares, além do fim do desemprego pelo recrutamento de soldados.

 

Por outro lado, um estudo no âmbito da Universidade de Barcelona mostra que maior parte das empresas que tinha sido colocada sob controlo estatal durante nos últimos anos da República de Weimar, no contexto da crise económica decorrente da Grande Depressão (Crise de 1929), foi reprivatizada por meio de várias vendas de acções ao público entre 1935 e 1937.

 

A política económica

 

A teoria económica nazista preocupou-se com os assuntos domésticos imediatos e, em separado, com as concepções ideológicas da economia internacional. A política económica doméstica concentrou-se em três objectivos principais:

 

 

Todos esses objectivos pretendiam contrariar aquilo que era visto como os defeitos da República de Weimar e solidificar o apoio doméstico ao partido. Nisso, os nazistas foram bastante bem sucedidos. Entre 1933 e 1936, o PIB alemão cresceu a uma taxa média anual de 9,5% e a taxa de crescimento da indústria foi de 17,2%. Alguns economistas defendem que a expansão da economia alemã nesse período não foi resultado da acção do partido nazista, mas sim uma consequência das políticas económicas dos últimos anos da República de Weimar, que começaram então a ter efeito. Tal ponto de vista é contestado visto que pouquíssimo se fez para a manutenção da economia, chegando Hugenberg a afirmar que a política ao seu alcance era uma política que não pretende lutar contra a miséria, mas aprender a conviver lado a lado com ela.

 

Similaridades econômicas entre o nazismo e socialismo

 

O socialismo moderno se originou, a partir do século XVIII, de um movimento intelectual e político da classe trabalhadora que criticou os efeitos da industrialização e da propriedade privada na sociedade. O renascimento do republicanismo na Revolução Americana de 1776 e os valores igualitários introduzidos pela Revolução Francesa de 1789 deram origem ao socialismo como um movimento político distinto. No início do século XIX, o termo socialismo se referia a qualquer preocupação com os problemas sociais do capitalismo, independentemente das soluções para esses problemas. No entanto, no final do século XIX, o socialismo tinha chegado a significar oposição ao capitalismo e defesa de uma alternativa pós-capitalista ao sistema com base em alguma forma de propriedade social.

 

Há muitas variedades do socialismo e não há uma única definição abrangendo todos eles. Os modos socialistas diferem no tipo de propriedade social que defendem, no grau em que eles dependem de mercados e no panejamento (como a gestão deve ser organizada dentro das instituições produtivas), bem como no papel do Estado na construção do sistema. O socialismo marxista, portanto, não é a única forma de socialismo a ter existido na história, mas é sem dúvida a principal.

 

O anticapitalismo nazista

 

Os nazistas acreditavam que o capitalismo causava danos às nações pelo controle das finanças internacionais, pelo domínio econômico das grandes empresas e pela influência dos judeus. Cartazes de propaganda nazista, nos bairros de classe populares, exaltavam o anticapitalismo. Em um deles, estava escrito: "Manter um sistema industrial podre não tem nada a ver com nacionalismo. Eu posso amar a Alemanha e odiar o capitalismo". Hitler expressava, tanto em público como em privado, um profundo desprezo pelo capitalismo, acusando-o de tomar como reféns as nações para beneficiar os interesses de uma classe rentista de "parasitas cosmopolitas". Ele era contra a economia de mercado e a busca desenfreada do lucro e queria uma economia que respeitasse o interesse público. Não confiava no capitalismo por causa de sua natureza egoísta e preferiu uma economia planificada, sujeita aos interesses do povo. Hitler declarou em 1934, em um quadro do partido, que "o sistema econômico contemporâneo fora criação dos judeus".

 

O anticomunismo nazista

 

Os historiadores Ian Kershaw e Joachim Fest argumentam que, na Alemanha pós-Primeira Guerra Mundial, os nazistas foram um dos muitos partidos políticos nacionalistas e fascistas em disputa pela liderança do anticomunismo alemão. Os nazistas alegavam que o comunismo era perigoso para o bem-estar das nações por causa de sua intenção de dissolver a propriedade privada, por apoiar a luta de classes, sua agressão contra a classe média, sua hostilidade para com os pequenos empresários, e seu ateísmo. O nazismo rejeitava o conceito de luta de classes e também o igualitarismo, favorecendo uma economia estratificada, com as classes sociais definidas tendo por base o mérito e o talento, mantendo propriedade privada, bem como criando uma espécie de solidariedade nacional que transcenderia a distinção de classe.

 

Nazismo e fascismo

 

O termo "nazismo" é frequentemente - mas incorrectamente - usado como sinónimo de "fascismo". Ao passo que o nazismo incorporou elementos estilísticos do fascismo, as semelhanças principais entre os dois foram a ditadura, o irredentismo territorial e a teoria económica básica. Por exemplo, Benito Mussolini, o fundador do fascismo, não adaptou o antissemitismo até se ter aliado a Hitler, enquanto o nazismo foi explicitamente racista desde o início. O ditador espanhol Francisco Franco, frequentemente chamado fascista, poderá talvez ser descrito como um monárquico católico reaccionário que adoptou pouco do fascismo para além do estilo.

 

 

Nazismo e romantismo

 

De acordo com Bertrand Russell, o nazismo provém de uma tradição diferente quer do capitalismo liberal quer do comunismo. E, por isso, para entender os valores do nazismo, é necessário explorar essa ligação sem trivializar o movimento tal como ele era no seu auge, nos anos 1930, e o descartar como pouco mais que racismo. Muitos historiadores dizem que o elemento antissemítico, que também existe nos movimentos-irmãos do nazismo, os fascismos de Itália e Espanha (mesmo que em formas e medidas diferentes), foi adaptado por Hitler para obter popularidade para o seu movimento.

 

Nazismo e religião

 

As relações iniciais entre o nazismo e o cristianismo podem ser descritas como complexas e controversas. Nas igrejas protestantes, a revolução nazista foi no início acolhida com "benévola simpatia". Tendo o nazismo procurado identificar-se com o patriotismo alemão, algumas personalidades protestantes, como o Dr. Martin Niemöller, votaram inicialmente em favor dos nacionais-socialistas. Em Julho de 1933, os representantes das igrejas protestantes alemães escreveram uma constituição para a criação de uma Reichskirche (Igreja do Reich), que foi criada a partir da fusão das 28 igrejas luteranas e reformistas alemães, que englobavam em torno de 48 milhões de adeptos, e que era considerada a "igreja oficial" do regime.

 

Desde o início, foi diferente a atitude dos católicos, alarmados pelo conteúdo racista dos livros "Minha Luta", de Adolf Hitler, e "O Mito do Século XX", de Alfred Rosenberg. Nesses livros, os arianos surgem como os elementos superiores da humanidade, defendendo-se a pureza racial ariana como a primeira necessidade dos alemães. Contrapunham os católicos que a destruição de barreiras entre judeus e gentílicos pertence à própria essência do Evangelho e que o racismo não tem cabimento na igreja cristã. Quando Hitler aceitou uma Concordata com o Vaticano (Reichskonkordat), houve alguns católicos que ainda hesitaram. Os três inimigos mortais da Alemanha, tal como os nazistas afirmavam na sua propaganda interna, eram, porém, claramente identificados: marxismo, judaísmo e cristianismo. A "incompatibilidade fundamental do nacional-socialismo com a religião cristã era manifesta", passando todos os cristãos, tanto protestantes como católicos, ao ataque sistemático ao nazismo.

 

Nazismo e paganismo

 

Foi por intermédio do nazismo que se deu no século XX a mais importante manifestação do paganismo. Uma denuncia da componente pagã do nazismo surgiu nos Estados Unidos, em 1934, logo após a vitória eleitoral e a subida ao poder de Adolf Hitler, como o livro "Nazismo: um assalto à civilização". Nesse livro, chamava-se a atenção para algo que se considerava inquietante: no dia 30 de julho de 1933, mais de cem mil nazistas tinham-se reunido em Eisenach para declarar querer tornar "a origem germânica a realidade divina", restaurando Odin, Baldur, Freia e os outros deuses teutônicos nos altares da Alemanha - Wotan deveria estar no lugar de Deus, Siegfried no lugar de Cristo.

 

Durante o ano de 1936, os líderes nazis começam a abandonar a "cristandade alemã" ou o que também se designava por "cristianismo positivo". É então que Goebbels apresenta o nazismo como se fosse uma religião a ser respeitada - havia uma nova fé alemã a defender. Enquanto von Schirach tentava imbuir na Juventude Hitleriana a admiração pelas antigas tribos pagãs, o Movimento da Fé Germânica (Deutsche Glaubensbewegung, DGB) fazia o grosso da propaganda. O DGB tinha como profeta Jakob Wilhelm Hauer (1881-1962), professor de Teologia em Tübingen, que pregava a ideia de uma fé ariana dos alemães. No livro Deutsche Gottschau, Hauer defendia que a história da Alemanha era mais do que mera sequência de fatos, havendo na sua base uma divindade que encarnava o espírito da raça ariana.

 

Vítimas religiosas

 

Chama-se a atenção também para o fato de as Testemunhas de Jeová terem sido vítimas por opção (ver: Testemunhas de Jeová e o Holocausto). "A guerra nazista contra os judeus visava à sua aniquilação e os deixou com poucas opções para escapar", explicou o Dr. Abraham J. Peck, Diretor Executivo do Museu do Holocausto de Houston, Texas, EUA. "A perseguição nazista contra as Testemunhas de Jeová visava à erradicação da religião. Por conseguinte, as Testemunhas de Jeová recebiam dos nazistas a oferta de liberdade, caso renunciassem à sua . A maioria das Testemunhas preferiu sofrer e enfrentar a morte junto com as outras vítimas do nazismo a apoiar a ideologia nazista de ódio e violência."

 

O termo "nazista" na cultura popular

 

As atrocidades cometidas pelo regime nazista e a sua ideologia extremista tornaram o nazismo importante de nota na linguagem popular como na história. O termo "nazista" (no português do Brasil), ou "nazi" (no português europeu), é frequentemente utilizado para descrever grupos de pessoas que tentam impor soluções impopulares ou extremistas à população em geral, ou que cometem crimes e outros tipos de violações sobre terceiros sem mostrar remorso. Alguns dos usos do termo que se vêem na cultura popular são extremamente ofensivos. Frases como "nazista do software livre" ou "feminazi" são dois exemplos de usos particularmente objectáveis. Mesmo muitos dos que mais fortemente se opõem ao movimento do software livre não gostam do que encaram como a trivialização dos nazistas. O termo é usado tão frequentemente que inspirou a "lei de Godwin", segundo a qual "com o prolongamento de uma discussão online, a probabilidade de surgir uma comparação envolvendo os nazistas ou Hitler aproxima-se de um". Talvez esteja a acontecer o mesmo que com outras palavras ofensivas e a comunidade esteja a reclamar o termo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CONCLUSÃO

 

EM SUMA: NAZISMO, baseia-se na doutrina do nacional-socialismo, formulada por Adolf Hitler (1889-1945), que orienta o programa do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (NSDAP). A essência da ideologia nazista encontra-se no livro de Hitler, Minha Luta (Mein Kampf). Nacionalista, defende o racismo e a superioridade da raça ariana; nega as instituições da democracia liberal e a revolução socialista; apoia o campesinato e o totalitarismo; e luta pelo expansionismo alemão.

 

JÁ O FASCISMO, é uma doutrina totalitária desenvolvida por Benito Mussolini na Itália, a partir de 1919, durante seu governo (1922 – 1943 e 1943 – 1945). Fascismo deriva de fascio, nome de grupos políticos ou de militância que surgiram na Itália entre fins do século XIX e começo do século XX; mas também de fasces, que nos tempos do Império Romano era um símbolo dos magistrados: um machado cujo cabo era rodeado de varas, simbolizando o poder do Estado e a unidade do povo. Os fascistas italianos também ficaram conhecidos pela expressão camisas negras, em virtude do uniforme que utilizavam. O fascismo é uma doutrina e uma prática política estadista e colectivista, opondo-se aos diversos liberalismos, socialismos e democracias.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

BIBLIOGRAFIA

 

 

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