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  • IDENTIDADE DO ADOLESCENTE
  • O tema vital mais importante na personalidade adolescente:
    Desenvolvimento do EU
    Desenvolvimento da identidade pessoal
    Referem-se ao núcleo da pessoa. Está estreitamente vinculado à própria história do adolescente.
  • IDENTIDADE
    Consciência que o indivíduo tem de si mesmo como um ser no mundo.
    É o conhecimento por parte de cada indivíduo da condição de ser uma unidade pessoal ou entidade separada e distinta dos outros, o que lhe permite reconhecer-se o mesmo a cada instante da sua evolução ontológica.
  • “Uma organização interna, autoconstruída e dinâmica de impulsos, habilidades, crenças e história individual” (Marcia, 1980, p.159)
  • Vínculo de integração espacial – imagem corporal, representação que o indivíduo tem de si próprio.
    Conceito
    Operativo
    de Identidade
    Vínculo de integração temporal – capacidade de recordar-se do passado, imaginar o futuro, sentir-se o mesmo ao longo da vida, apesar das mudanças.
    Vínculo de integração social – diz respeito às inter-relações pessoais no decurso de sua existência.
  • O que eu penso que sou
    SENTIMENTO DE
    IDENTIDADE
    O que os outros pensam que sou
    O que eu penso que os outros pensam que sou
  • Uma questão fundamental durante a adolescência é a busca de identidade, a qual tem componentes ocupacionais, sexuais e de valores. .Em termos psicológicos, a tarefa básica do adolescente é a aquisição do sentimento de identidade.A crise evolutiva do processo adolescente é sobretudo uma crise de identidade.
  • Para formar uma identidade, os adolescentes devem afirmar e organizar
    Interesses
    Habilidades
    Desejos
    Necessidades
    Expressos num contexto social.
  • Estados de Identidade: crise e comprometimento
    James Marcia, em pesquisa baseada na teoria de Erickson, descreveu quatro estados de identidade, os quais parecem estar relacionados com certos aspectos da personalidade.
    As quatro categorias de estados de identidade diferem de acordo com a presença ou a ausência de crise e comprometimento – elementos que Erickson via como cruciais na formação da identidade.
    Marcia define crise como um período de tomada de decisões consciente e comprometimento como um investimento pessoal numa ocupação ou sistema de crenças (ideologias).
  • Pré-fechamento:
    comprometimento
    sem crise.
    Conquista de Identidade:
    crise que leva ao
    comprometimento.
    ESTADOS DE
    IDENTIDADE
    Difusão de
    Identidade: nenhum
    comprometimento
    e nenhuma crise.
    Moratória:
    crise sem ainda haver
    comprometimento.
  • A adolescência é um momento chave e também crítico na formação da identidade.
    É na adolescência que, segundo Erickson, o indivíduo atinge o ponto de maturação que lhe permite viver em sociedade e relacionar-se com os demais, como pessoa psicossocialmente sadia ou madura.
  • REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
    COOL, César, et.al.(orgs.). Desenvolvimento Psicológico e educação: psicologia evolutiva. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. v.1.
    OSORIO, Luiz Carlos. Adolescente Hoje. Porto Alegre: Artmed, 1989.
    PAPALIA, Diane E.; OLDS, Sally Wendkos. Desenvolvimento Humano. Porto Alegre, Artmed, 2000.

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Professores: Imagens e auto imagens

Maria Paula de Almeida Borges

170

definem uma pessoa, e que se inscreve num

processo evolutivo. [A identidade social]

molda-se, reorganiza-se, modifica-se ao l

ongo da vida. Realiza-se através de um duplo

processo de socialização

37

e de personalização

38

” (Campeau et all, 1998:109).

Enfim cremos poder dizer que a identidade social repousa sobre “as referências

privilegiadas (...) da pertença

a um grupo ou a uma dada categoria

39

social, as posições

que um indivíduo ocupa numa estrutura so

cial”( (Deschamps et all, 1999:151).

Neste sentido parece-nos ser possível af

irmar que o “indivíduo é tanto um ser

colectivo como um ser privado” (Camp

eau et all, 1998:93)

, possuidor de uma

identidade que se constrói no individual

mas também no colectivo. Assim e se a

identidade pessoal é da ordem do vivido também nos parece que a identidade social

seja da “ordem da realidade vivida”

(Drevillon, 1979:179) podendo, de acordo com o

podem ser entendidos como referentes uma vez que na sua perspectiva os indivíduos “formam grupos

para atingir determinados fins. Conseqüentemente, os fins (...) mantêm freqüentemente os membros do

grupo juntos, conferem uma base à solidariedade e orientam a actividade” (ibid:51). Por último e no que

respeita à ideologia que na sua perspectiva “é muita

s vezes descrita como a característica mental do

grupo” (ibid:53) consideram os autores que ela “co

nsiste num conjunto de ideias que caracterizam a

forma como um grupo expõe, explica e justifica as

finalidades e os meios

das suas acções sociais

organizadas” dando assim ”uma identidade aos me

mbros do grupo, definindo a cesão do grupo e

descrevendo o seu carácter exclusivo”(ibid:54)

37

De acordo com Dubar (

1998:135) “a identidade social não é inat

a, ela resulta da socialização dos

indivíduos. Ela não é puramente pessoal, dependendo do julgamento dos outros”

38

Campeau et all afirmam no que respeita à socia

lização e à personalização que “a socialização permite

ao indivíduo criança fazer a aprend

izagem das regras sociais e culturais para estarem à vontade no seu

meio. Mais tarde, na adolescência, o indivíduo persona

liza-se, isto é rejeita selectivamente certos aspectos

da socialização, escolhe a forma mais pessoal dos m

odelos, dos valores, das normas e fá-los seus”

(1998:109).

39

O processo que permite a elabor

ação e inserção dos indivíduos numa

categoria social – categorização –

foi extensamente desenvolvido por Tajfel aquando da construção da teoria da identidade social. Aebischer

e Oberlé (1990:84) a

pontam no entanto duas funçõe

s essenciais ao processo

de categorização social. As

autoras dizem que este processo “fornece os elementos

de referência a partir dos quais o ambiente e os

factos sociais são estruturados e apreendidos; partic

ipa na constituição da identidade social, uma vez que

esta está ligada ao conhecimento da pertença [do in

divíduo] a certos grupos sociais e ao significado

emocional e avaliativo que resulta desta pertença”.

As autoras referem ainda que ao categorizar

“sistematizamos o nosso ambiente, ordenámo-lo,

simplificámo-lo de maneira que nos podemos

reconhecer na massa de informações e de acontecime

ntos que nos assaltam todos os dias” (ibidem). O

processo de categorização

pressuporá pois “uma actividade de co

nhecimento que nos pe

rmite orientar no

ambiente e de nele nos ancorarmos, (...) uma sel

ecção de informações que são triadas, agrupadas,

ordenadas e reagrupadas em função das categorias per

tinentes para um indivíduo num dado momento e de

critérios que definem essas mesmas categorias” (ibidem).

De acordo com Deschamps et all (1999:155) “uma categoria corresponde (...) a um conjunto de

elementos que têm em comum uma ou várias característic

as” pelo que “toda a categoria social é antes de

mais, uma categoria cognitiva, isto é é o congregar,

em espírito, de pessoas que supostamente partilham

uma ou mais características comuns”.

Professores: Imagens e auto imagens

Maria Paula de Almeida Borges

171

autor, distinguir-se cinco elementos consti

tutivos dessa mesma identidade social. A

identidade social será, pois,

“ - subjectivamente vivida e percebida pelos membros de um grupo;

- resulta da consciência de pertença a um grupo;

- define-se antes de mais pela oposição e diferença com outros grupos;

- discerne-se através de um conjunt

o de representações em que se

opõem traços negativos e positivos;

- as atitudes e imagens exprimem-se num discursos que revela um

sistema de ideias” (ibidem).

E de novo reencontramos ideias que já

foram perpassando na reflexão que

fizemos sobre a identidade e sobre a identidade pessoal. As ideias da similitude e a

correspondente oposta da diferença, da estima de si

40

, dos estatutos e papéis, das

crenças, das práticas, das tradições, das opi

niões. Para além dest

as que perpassam no

entendimento do que poderá ser a identidade

social, encontra-nos-emos, também,

perante ideias que respeitam a aspectos af

ectivos provenientes do”sentido de pertença”

que “se constrói na partilha de experiên

cias comuns” (Campeau et all, 1998:93).

Ideias que nos remetem para diferentes

formas de solidariedade humana até

porque, no entender dos autores, estas “ilu

stram bem no concreto o sentimento de

pertença” (ibid:95) uma vez que “o espírito

do grupo que se exprime nas diferentes

manifestações de solidariedade – sindical, familia

r, de clã ou de classe – se traduz na

entreajuda, na adesão, na lealdade e na

valorização dos laços comunitários. Nessas

40

A estima de si, reenvia-nos “ para os julgamentos de

valor da pessoa por relação com as características

do ou dos grupos com os quais se identifica. Assim uma pessoa poderia dizer que os grupos sociais aos

quais pertence formam uma parte importante da estima de si.” (Vallerand e Losier, 1994:130). Os autores

afirmam, ainda, que a estima de si “reflecte a av

aliação subjectiva do indivíduo quanto aos atributos

pessoais, como as suas competências, a sua personalidade ou a sua apareência” (ibidem)

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manifestações de solidariedade esquece-se o

‘eu’ para não se ser senão um ‘nós’ por

detrás de uma causa comum” (ibidem).

E identidade social estará ligada à

similitude uma vez que ela “exprime um

conjunto de papéis partilhados que contribuem para definir, ao mesmo tempo, o

indivíduo em questão e todos os indivíduos

comprometidos com o desempenho desses

papéis” (Lorenzi-Cioldi, 1988:19) sendo a sim

ilitude mais bem aceite pelo indivíduo se

“forem os outros aqueles que se assemelh

am ao próprio sujeito, tido como modelo”

(Aebischer e Oberlé, 1990:77) até porque as

“identidades sociais são partilhadas por

aqueles que ocupam posições semelhantes, que têm pertenças comuns” (Deschamps et

all, 1999: 152).

A similitude, factor constitutivo da identidade social, permitirá ao sujeito então

ser “uma pessoa parecida com aquelas que pa

rtilham o mesmo meio de vida que ele”

(Campeau et all, 1998:109).

O aspecto oposto ao da similitude será o da diferenciação ou singularidade. E,

se por um lado, podemos dizer que um dos aspect

os marcantes da iden

tidade social será

a ideia da similitude, de semelhança entre os indivíduos que constituem um grupo, por

outro lado, parece-nos ser possível dizer que

“se (..) é através da afirmação da nossa

singularidade que confortamos a nossa identi

dade, e se a diferença é para se buscar

como aquilo que nos permite distinguirmo-nos dos outros, esta é também um valor que

partilhamos com os outros” (Aebischer e

Oberlé, 1990:102). Campeau et all (1998:95)

afirmam mesmo que “a partir do momento em que uma pessoa se sente em segurança

no seio do grupo, tem tendência a afirmar a su

a diferença, a sua si

ngularidade, o que a

torna numa pessoa diferente”.

O sentimento de identidade não nascerá, assim, “da consciência da diferença

entre a espécie humana e as outras espécies

animais, mas da existência da distinção

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173

entre colectividades e mesmo entre outros homens e outras colectividades” (Freund,

1979:75) pelo que nos parece ser possível af

irmar que quando falamos em similitude e

em diferença no âmbito da identidade social estaremos a falar quanto ao primeiro na

possibilidade e até necessidade que o sujeito

tem, e expressa, de

se sentir igual ou

similar a outros, por forma a que possa inte

grar , pertencer a grupos com os quais se

identifica e onde encontra a “segurança” Campeau et all (1998:95).

No que respeita à diferença ela está ligad

a quer ao sentimento de distinção entre

grupos quer ao sentimento de distinção en

tre indivíduos de um mesmo grupo. Distinção

esta que acontece uma vez que o grupo “funciona como o catalizador privilegiado da

identificação pessoal” (Ruano-Borbalan, 1998:7).

No entanto, e face ao postulado pela teor

ia da identidade social, enunciada por

Tajfel, poderíamos afirmar que uma das “necessidades fundamentais do indivíduo é

construir e preservar uma identidade distinta

daquela que pertence ao outro” (Lorenzi-

Cioldi, 1988:14).

A distinção intragrupo satisfaz a necessida

de do indivíduo cons

truir e preservar

uma identidade distinta, assegurando níveis

de aceitação securizantes. Por seu lado a

distinção intergrupos responde

à necessidade de sentir que

se pertence a grupos onde se

percebe como “ semelhante aos outros

membros do endogrupo e diferente dos do

exogrupo” (Bourhis e Gagnon, 1994:747). Assim,

o indivíduo, no sentido de satisfazer

esta necessidade “efectua comparações favor

áveis entre o seu grupo e os outros grupos”

(Lorenzi-Cioldi, 1988:14).

Parece-nos, pois ser possível afirmar que

de acordo com o postu

lado pela teoria

da identidade social “um indivíduo partilha

as suas pertenças a categorias sociais com

certos indivíduos e distingue-s

e de outros através destas

mesmas pertenças” (Doise,

1992:253) pelo que seria “ precisamente

pela acentuação das semelhanças e das

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diferenças que o organismo vivo pode organi

zar com maior eficáci

a a sua actividade no

ambiente” (ibid:254) o que, no que respeita

ao homem “ tais acentuações seriam

também muito importantes para que ele se

possa orientar no seu universo social”

(ibidem).

Para que o ser humano se possa pois orie

ntar no seu universo

social precisa de

se identificar com certos grupos ligados ao

sexo, à idade, à ocupação profissional, ao

grupo social (cf. Bourhis e Gagnon, 1994:748)

o que pressuporá um processo de

categorização

41

. E será este processo que de aco

rdo com Bourhis e Gagnon, (ibidem)

permitirá ”ao indivíduo definir-se enquanto membro

de grupos particulares nos seio da

estrutura social”. As acções dos grupos so

ciais subentendem sistemas complexos de

categorização que se traduzem nas converg

ências ou clivagens sociais e que permite

ajudar a perceber como “a realidad

e social se estrutura” (1992:263).

A identidade social que se constrói se

rá entendida assim como “parte do

conceito de si dos indivíduos que provém do seu conhecimento da pertença a um grupo

social, associado ao valor e à significação

emotiva desta pertença” (Bourhis e Gagnon,

1994:748).

A teoria da identidade soci

al releva, pois, “a definição

de um ‘nós-outros’ que

permite aos membros de um grupo dizer ‘nós

pertencemos a um gr

upo’ (...) graças a

este processo, os indivíduos percebem-se

como membros de um grupo, identificam-se

como tal e diferenciam o seu grupo de out

ros grupos” (Deschamps et all, 1999:43).

41

Deschamps et all (1999:154) dizem mesmo que a cat

egorização “permite o re

corte do ambiente para

posterior reagrupamento dos obj

ectos que são ou que parecem similares uns aos outros em certas

dimensões e diferentes de outros objectos nessas

mesmas dimensões. A categorização tem um papel

específico na estruturação do ambiente tendo um

a função de sistematização

(recorte e organização) e

através da simplificação em si desse mesmo ambiente.

(...) Um dos principais ef

eitos da categorização é o

aumento percebido das diferenças entre as categorias (...) e das semelhanças no interior de uma mesma

categoria”.

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175

Será através da percepção, da identificação

da pertença a categorias sociais que

o indivíduo pode construir “uma

identidade social positiva

[uma vez que] o grupo de

pertença deve aparecer diferente dos outros

grupos nas dimensões julgadas positivas e

importantes para o indivíduo membro

desse grupo” (Bourhis e Gagnon, 1994:748). Mas

para além da possibilidade de construção de uma identidade social positiva, o indivíduo

na relação que o seu grupo de pertença – o

endogrupo – estabelece com o ou os outros

grupos, pode ainda construir um

a identidade social negativa

o que pode “ter um efeito

nefasto na estima de si” (ibidem) uma vez que “há uma sobreavaliação do exogrupo

percebido como tendo a maior parte das cara

cterísticas valorizadas pela sociedade

dominante” (ibid:749). Tal fact

o, pode levar-nos a afirmar com Doise que “as pertenças

categoriais intervêm em grande parte na

definição do Eu/Self que cada indivíduo

elabora “ (1992:265) mas que a “acentuação da

s diferenças e das semelhanças entre

grupos [sendo os processos centrais da

categorização] nã

o se desenrolam

necessariamente de uma forma simétr

ica para todos os

grupos” (ibid:267).

Mas importa distinguir a identidade ”social ‘virtual’ emprestada a uma pessoa e

a identidade social ’real’ que ela se

atribui a si próp

ria” (Dubar, 1997:107).

E a identidade social virtual pode assumi

r grande variabilidade conforme ela

decorre do endo-grupo ou do exogrupo. A identidad

e social será ainda o resultado do

processo de interacção que cada um de nós

desenvolve com os outros e com o meio em

que se move permitindo assim, que cada um escolha entre as diversas opções que o

grupo ou grupos de pertença lhe oferecem, até por

que as escolhas, as opções feitas pelo

indivíduo permitem o comprome

timento do “ser individual

na colectividade” (Freund,

1979:79). Deste comprometimento releva o f

acto de o mesmo ser assumido não apenas

como a “simples selecção passageira que

[qualquer um] faz quotidianamente na sua

existência” (ibidem) mas sim co

m convicção e com”fé” (ibidem).

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176

E porque a identidade social se constrói

também desde os mais tenros anos da

vida de cada um e se vai refazendo até ao

momento da morte, parece-nos ser possível

dizer que ela se constrói em grupos

como a família, a escola, o trabalho.

3.5. A identidade profissional

Procurando nós perceber qual a imagem que

os professores têm de si próprios e

quais as imagens que os outros – nomeadamente os alunos – têm da profissão e dos

profissionais, cremos ser necessário reflectir sobre esta forma de identidade social

específica que é a identidade profissional.

E entendemos que a identificação prof

issional é uma forma específica da

identidade social, pois, como afirma C

ohen-Scali, (2000:81) a “distinção entre

identidade social e identidade

profissional não aparece semp

re de forma clara” uma vez

que a diferença essencial entre as duas identid

ades estará ligada ao contexto particular e

até singular no qual a identidade social

se actualiza, aparecendo a identidade

profissional como uma facet

a da identidade social.

Relembremos que tal como já dissemos

todos nós pertencemos a vários grupos,

ao grupo família – onde ocorre a primeira socialização – ao grupo escola – é na escola,

na interacção com os seus pares e com os

professores, que a criança experimenta a sua

primeira identidade so

cial num grupo mais alargado – e mais tarde ao grupo de

trabalho, que no caso dos professores

que nos interessa

prefigura um grupo

profissional, mas que na sociedade actu

al é uma situação entre muitas outras.

Entendida a necessidade de individualmen

te ao mesmo tempo que, em conjunto,

construirmos a identidade social, entendido

ainda o facto de todos nós vivermos em

Professores: Imagens e auto imagens

Maria Paula de Almeida Borges

177

relação com os outros, em grupos, pois nenhum

de nós é uma ilha isolada, surge-nos,

por vezes, de forma pouco clara a distinção entre a identidade social e a identidade

profissional.

As identidades profissionais diferenciam-

se das identidades sociais porque “se

constituem e evoluem no quadro de activ

idades particulares: as actividades

profissionais” (Cohen-Scali ,2000:82). Entenda

-se aqui actividade

s profissionais em

sentido amplo, não excluindo actividades labo

rais que a sociologia

das profissões não

reconhece como profissão.

Mas não é indiferente a qualif

icação de profissional. Co

m efeito, como diz Blin

(1997:182) “a noção qualif

icante de profissional é uma

das instâncias da identidade

social que postula que, no contexto prof

issional, a identidade profissional seja

mobilizada prioritariamente por

relação às outras identidade

s. É uma vez mais afirmar a

necessária contextualização no

sentido em que o contexto actualiza preferencialmente

as identidades que lhe são específicas”.

Mas a identidade profissional não depende

só do contexto social e profissional

nem se resumem essencialmente a situar

socialmente alguém. ar

a Dubar (1997:235) As

identidades profissionais co

rresponderão, para Dubar (1997:235) “a trajectórias sociais

diferentes (...) envolvem as

categorias oficiais, as posiçõ

es nos espaço

s escolares e

socioprofissionais, mas não se resumem a cate

gorias sociais. São in

tensamente vividas

pelos indivíduos em causa e reenviam tanto para

definições de si como para rotulagens

feitas pelos outros: são pois formas identitárias”.

Voltando ainda ao contexto em que ocorre

m as identidades pr

ofissionais parece-

nos também determinante para a emergência

da identidade sub

linhar que “a questão do

trabalho que se faz, do seu lugar na sociedade e do sentido que se lhe dá constituem uma

dimensão, mais ou menos central, das identi

dades individuais e colectivas” (Dubar,

Professores: Imagens e auto imagens

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178

1998b:66). E de novo temos aqui a ideia de que

a identidade profission

al é uma parte do

que poderá ser entendido como a identidade

colectiva que “implica a aspiração a uma

identidade pelo menos parcialmente construí

da no seio de um grupo, a partir de um

conjunto de relações tais como uma comunhão

de pontos de vista ou de estilos de vida e

mais geralmente maneiras de ser” (Freund, 1979:67).

De acordo com Cohen-Scali (2000:82), a

identidade profissi

onal e a identidade

social não se chegarão a confundir, embora

nem sempre a distinção entre ambas seja

clara porque “a primeira reenvia para o

domínio do emprego e das actividades

económicas enquanto que a segunda diz re

speito ao estatuto social”.

Assim, e tendo em conta que Dubar ente

nde que as identidades sociais são

formas identitárias, parece-nos ser possível afirmar que “a noção de forma identitária

engloba estes dois aspectos essenciais da

identidade num contexto em que a relação

com o emprego se torna num aspecto essencia

l” (ibidem) até porque falar de formas

identitárias correspond

e a falar de “maneiras de se definir

42

, de se identificar face aos

outros, no campo profissional” (Dubar, 2003:45).

A identidade profissional poderá ser en

tendida, pois como o “produto de um

duplo compromisso

43

entre a identidade para o outro

44

(...) e uma identidade para si

45

(ligada à biografia, à trajec

tória escolar e á identidade visada)” (Gravé, 2003:38) uma

42

Dubar afirma que existe uma diversidade de maneiras que cada um utiliza para se identificar, para se

definir. Essa diversidade de maneiras “de se definir de

se situar por relação aos

outros e de antecipar o seu

futuro, não é apenas um produto do seu percurso anterior, origem social e diploma escolar. Ela é também

resultante das experiências sobre o mercado de trabalho

(interno ou externo), isto é, ela é resultante de um

trabalho sobre si, situado num contexto relacional e dependente de processos de reconhecimento social e

pessoal” (2003:45).

43

A este duplo compromisso ou transacção corres

ponderão dois importantes campos, no entender de

Dubar, o que corresponde à sua relação “consigo mesm

o, através da maneira como cada um conta o seu

percurso anterior, na maneira como se transforma

em conto” e o que corresponde à sua relação com “os

outros através da forma como se forja o reconhecimento de si pelos parceiros de actividade” (2003:45).

44

O autor entende, no que respeita à identidade profissional, como identidade para os outros “o

reconhecimento (ou não) em determinado momento e num

dado contexto das competências e saberes de

um indivíduo em termos de estatuto e de remuneração” (Gravé, 2003:40)

45

Que se caracteriza pelo facto de estar ligada “às traj

ectórias sociais, escolares e profissionais anteriores

e à percepção do futuro individual” (Gravé, 2003:40)

Professores: Imagens e auto imagens

Maria Paula de Almeida Borges

179

vez que este processo de duplo compromisso

poderá ainda ser caracterizado pelo facto

de ocorrer num “universo de trocas”

(Sainsaulieu, 1988:259) que poderá ser

considerado como um “lugar de experimentação

sobre si e sobre os outros” (ibidem).

A identidade profissional constituirá, em

nosso entender, “não só uma identidade

no trabalho, mas também e sobretudo uma pr

ojecção de si no futur

o, a antecipação de

uma trajectória de emprego e o desencadear

de uma lógica de apre

ndizagem, ou melhor,

de formação” (Dubar,1997:114). O que, no ente

nder de Dubar, poderá ser chamado de

“occupational identity” (ibidem) pretende

ndo-se com esta designação significar “a

identificação a uma carreira na sua

globalidade (career), a implicação

46

(commitment)

num tipo de actividades e a e

xperiência da estratificação

social, as discriminações

étnicas e sexuais, as desigualdades de ace

sso às diferentes pr

ofissões” (ibidem).

A noção de que a identidade profissiona

l transporta consiga uma ideia de

prospectiva, de futuro, par

ece-nos deveras importante. E

parece-nos importante pois, o

trabalho, hoje, não se perspectiva da mesm

a forma que se perspectivava nos anos do

post-guerra.

A ideia que perpassava nessas décadas er

a ainda a ideia de que o trabalho era

para a vida e que dependia da formação qualificante inicial de cada indivíduo. Essa

formação inicial permitir-lhe-i

a encontrar um posto de tr

abalho que lhe “assentava

como uma luva” e no qual se manteria

para o resto da sua vida activa.

Hoje, face às mudanças vertiginosas que se foram e vão operando parece que

“todas as ‘convenções’ portadoras de identida

des profissionais, e portanto, sociais, são

46

Thévenet entende que a implicação é uma “noção

nova” (1990:44) e que respeita à “interacção do

sistema de valores da pessoa, da sua própria percepção do sucesso pessoal e da auto-concepção com o

sistema de valores da empresa e da sua cultura” (ibi

d:45). Para este autor a implicação poderá ainda ser

definidada através da “convicção

e aceitação dos objectivos e valore

s da organização; vontade de actuar

no sentido das missões e finalidades que a organização

estabelece; desejo muito forte de manter a sua

participação na vida da organização” (ibidem)

Professores: Imagens e auto imagens

Maria Paula de Almeida Borges

180

progressivamente postas em causa (...) pelas

novas formas de gestão das empresas e

mesmo às vezes pelas próprias administrações” (Dubar, 1998b:71).

Hoje novas competências são valorizadas, a estabilidade do e no emprego, a

imobilidade interna já não serão, por muitos, queridas como o pareciam ser

anteriormente.

Hoje, parecem “multiplicar-se os procedimentos de individualização (...), pôr-se

em dúvida as categorias (...) históricas em

blemáticas de uma identidade social forte”

(ibidem) o que nos permitirá dizer que “é

no confronto com o mercado do trabalho que,

sem dúvida, se situa hoje o desafio ident

itário mais importante

dos indivíduos da

geração da crise. Este confronto assume form

as sociais diversas e significativas segundo

os países, os níveis escolare

s e as origens sociais. Mas é da sua saída que depende,

simultaneamente, a identificação pelo outro das suas competências, do seu estatuto e da

carreira possível e a construção para si do

projecto, das aspirações e da identidade

possível. Este afrontamento com a incerteza,

diz respeito praticam

ente a todos” (Dubar,

1997:113).

Esta articulação de que Dubar nos fala

entre a identidade para si e a identidade

para os outros estará, assim, “no coração dos processos de construção ou de reprodução

identitária de cada indivíduo” (Gravé, 2003:40).

Para além desta articulação parece-nos se

r de relevar o facto de que as relações

que os indivíduos estabelecem no ou nos seus

locais de trabalho, serão factor importante

e terão uma “importância crescente na so

ciabilidade do trabalho” (Sainsaulieu, 1988:

256) até porque a organização será, no

entender de Sainsaulieu, “um lugar de

aprendizagem de normas de relação porque

oferece possibilidades de experimentação

estratégica” (ibidem), o que

fará com que o indivíduo possa

ser “influenciado na sua

Professores: Imagens e auto imagens

Maria Paula de Almeida Borges

181

forma de racionalizar, de simbolizar e de

interpretar a sua experiência ou a dos outros

pelas circunstâncias da com

unicação no trabalho” (ibid:11).

E já que falamos de um universo de trocas estratégicas lembremos que é

Teixeira (1993:442) que afirma que “entre

a organização e o actor

organizacional se

estabelece um sistema de tr

ocas que se pode exprimir pe

la existência de um duplo

constrangimento. É este duplo constrangiment

o que faz dele suje

ito activo e passivo,

determinante ou determinado” ou como disse

mos anteriormente citando Etzioni, é este

duplo constrangimento que faz com que

o actor seja servo ou senhor.

E é ainda de relevar que para além de fa

larmos de um universo de trocas falamos

de um universo de trocas estratégicas e

que este sublinhar da

noção estratégica

47

releva

de facto de que quando se afirma que "um act

or tem um comportamento estratégico [se]

significa que ele é capaz de uti

lizar os recursos de uma situa

ção e as ocasiões que se lhe

oferecem para atingir objectivos pessoais.

Estes não são, aliás, sempre claros e

coerentes; não emergem sempre forçosamente

da consciência. Pa

ra o observador, como

para o par ou o adversário,

a estratégia do actor torna os seus actos totalmente

imprevisíveis visto que dependem do ajustame

nto do actor a recurs

os flutuantes da

situação organizacional, segundo os seus

objectivos pessoais.

" (Petit, 1989:138).

As relações profissionais actualizam-se

e ocorrem estrategicamente, acontecem

pois entre os indivíduos e, dependendo do tipo

de relações que cada um estabelece com

os que rodeiam – relações de par ou de chefe ou subordinado –“desenvolvem-se

47

Alves-Pinto (1995:159) afirma que a “análise estrat

égica (...) vai trabalhar muito com as atitudes das

pessoas. Só que estas atitudes não vão ser olhadas como determinadas em exclusivo pelo passado das

pessoas. Este passado vai interessar na medida em que

permite delimitar, de forma mais adequada , as

representações que os actores vão ter das situações

e das oportunidades de accção que essas situações lhes

abrem”.

E porque como já dissemos anteriormente a identidade profissional transporta dentro de si

também a noção de futuro esta não está ausente da noção de análise estratégica. É de novo Alves-Pinto

que refere que “a análise estratégica põe os projectos

pessoais, com a dimensão de futuro no centro da sua

interpretação. Com efeito, estudar as estratégias do

actor num determinado sistema é perspectivar a sua

acção em termos de como se projecta no futuro pr

óximo, a médio ou a longo prazo, tendo em conta as

oportunidades que vislumbra no sistema onde interage” (ibidem)

Professores: Imagens e auto imagens

Maria Paula de Almeida Borges

182

constantemente fenómenos de identificação projectiva ou identificativa” (Sansaulieu

1988: 304). Estes fenómenos estão intrinsecamen

te relacionados com as interacções no

campo profissional, que se

repercutem directamente

na identidade do indivíduo.

Estaremos, pois de acordo com o autor

quando afirma que “o conceito de

identidade é portanto muito precioso para de

signar esta parte do sistema do sujeito que

reage permanentemente à estrutura do sistema social. A identidade exprime esta busca

da força que encontramos nos recursos soci

ais do poder para se chegar a possibilidade

de se fazer reconhecer como detentor

de um desejo próprio” (1988: 333).

Entre os indivíduos estabelecem-se relações de poder

48

que relevam quer da

modalidade do exercício de autoridade, quer

de modalidades de reacções à autoridade.

Neste último caso podemos distinguir quatro formas de reacção

49

a essa mesma

autoridade. Estas quatro formas relevarão

ainda em termos de análise feita da

observação de “dois grandes ei

xos que estruturam as identidades do trabalho concebidas

como forma de socialização no trabalho e na empresa” (Cohen-Scali, 2000:84). Os dois

grandes eixos referidos serão aqueles que re

speitam por um lado à integração colectiva

e por outro à ou às sociabilidades

50

no trabalho. As quatro formas de reacção à

48

No que respeita ao poder, Boudon e Bourricaud le

mbram que "o poder é a capacidade exercida pelos

líderes (...) para fazer coincidir motivaçõ

es e interesses heterogéneos" (1986:442).

Livian aponta para o facto de que, o poder pode ser entendido como a "capacidade que tem um

indivíduo ou grupo de indivíduos para afectar concretamente o funcionamento e os resultados de uma

dada organização" (1987:9) até porque "compreender como os homens cooperam no seio de uma

organização permite-nos dese

nvolver propostas importantes sobre o

modo como se podem resolver os

problemas de integração em conjuntos complexos e sobre o modo como tais conjuntos se regulam".

(Crozier e Frie

dberg,1977:256).

Crozier e Friedberg dizem que "o poder reside na margem de manobra de que dispõe cada uma

das partes envolvidas numa relação de poder" pelo

que, será, também, possível afirmar com estes autores

que "o poder de um actor social está em função da

amplitude da zona de in

certeza que a im

previsibilidade

do seu comportamento lhe permite contro

lar face aos outros actores" (1977:59)

49

Cohen-Scali (2000:84) afirma que Sainsaulieu diz qu

e “a identidade no trabalho se ancora nas relações

de poder que os trabalhadores estabelecem na empresa”

50

Sainsaulieu a respeito da análise das formas de sociabilidade no trabalho afirma que esta “mostra

definitivamente que as categorias socioprofissionais clássicas não coincidem com modelos de

comportamento homogêneo” (1988:244) o que pressupõe ainda a necessidade de se ter em conta as

mudanças e os constrangimentos do mundo do trabalho que ao longo dos tempos e das décadas foram e

vão ocorrendo como já afirmamos.

Professores: Imagens e auto imagens

Maria Paula de Almeida Borges

183

autoridade nas relações humanas de trab

alho que deles relevam podem então, de acordo

com Sainsaulieu (1988:241-243), ser denominadas da seguinte forma:

descomprometidas, conciliadas, excluídas e solidárias.

A cada uma destas formas corresponderá

um tipo de trabalhador ou grupo de

trabalhadores.

À reacção descomprometida corresponderão os trabalhadores que não têm poder

no que respeita ao controlo da regra e da comunicação

51

, que têm uma forte

dependência no trabalho e que “procuram utilizar

a relação de autoridade para retirarem

vantagens individuais” (ibid:241).

A situação em que a “colectividade é central para as trocas humanas” mas em

que os “constrangimentos da situação, nom

eadamente as fontes de acesso a um poder

real [existem] mas [nos apresentam e

sse poder como] limitado para cada um dos

indivíduos “ (ibid:242) sendo ainda

as condições de acesso a

essas fontes “tais, que o

grupo de colegas não funciona senão com uma

relativa indiferença entre eles” (ibidem)

51

Quando Sainsaulieu refere o controlo da regra e da

comunicação remete-nos em termos do poder para o

que poderemos entender como fontes de poder.

Vários foram os teóricos das organizações que

procuraram compreender de que forma as fontes

de poder podem ou não interferir com o desempenho e

as relações que os actores desenvolvem nas orga

nizações. De entre eles destacamos o que Crozier e

Friedberg afirmam quanto a duas das quatro fontes de poder que enunciam e que respeitam às fontes de

poder que permitem o controlo

da informação e das regras. Assim, para estes autores, o

domínio dos

fluxos de informação e da comunicação

(1977:74) entre as unidades e os membros de uma organização

estará relacionado com a forma como cada actor tr

ansmite as informações que possui o que afectará

profundamente a capacidade de acçã

o não só dos outros actores mas também a capacidade de acção da

própria organização.

No mesmo sentido parece-nos estar Burke que ao referir o

controlo dos recursos na organização

diz que ele "decorre directamente da capacidade

de acesso à informação" afirmando, ainda que "a

aquisição e a distribuição de recursos valiosos constituem uma excelente fonte de exercício do poder" até

porque " quanto mais aumenta a dependência de B (s

ujeito) em relação a A (aquele que detém o recurso

que B necessita) mais a influência de A é importante" (1991:36-37) e, portanto, quando se é o único a

deter o recurso desejado maior poder se tem para influenciar e controlar os outros.

Quanto ao controlo da regra que Crozier e Friedberg afirmam, dizer respeito à fonte de poder

existência de regras gerais da organização

(1977:75), este poder ser visto como, "um constructo e pode

compreender-se como uma resposta da direcção ao prob

lema posto pela existência das três outras fontes

de poder"(ibidem). Para Crozier e Friedberg é através da

existência de regras gerais da organização que se

definem, também, as regras da direcção - aquilo qu

e denominam da "autoridade oficial" - permitindo, o

seu conhecimento, que os actores se aproveitem dela

s como uma protecção contra eventuais decisões

discricionárias, tomadas a um nível superi

or da hierarquia or

ganizacional (1977:77).

Professores: Imagens e auto imagens

Maria Paula de Almeida Borges

184

é aquela que parece caracterizar a forma conciliada. Nesta forma cada um, indivíduo ou

grupo, depende fortemente dos líderes dos

grupos, aceita uma organização rígida da

colectividade e um tipo de “reivindicações à

autoridade formal” (ibid:243) que permite

que cada um assuma as suas responsabilidades e que o líder proteja os indivíduos.

A forma excluída caracterizar-se-á pela

inexistência de “sinais de uma vida

colectiva estável” (ibidem), pelo facto de

“as trocas entre pares estarem carregadas de

um conteúdo diferenciador fort

e” e ainda pelo fact

o de o tipo de poder a ser exercido ser

o do “perito parcial” (ibidem). Para Sainsa

ulieu esta é a forma em que “a exclusão, o

sentimento de ruptura e a dificuldade em de

finir um novo universo de pertença social e

profissional são os elementos mais prová

veis da vida colectiva” (ibidem).

Por último e no que respeita à quarta forma, a solidária, Sainsaulieu diz-nos que

esta “corresponde à experiência maior do poder. Os indivíduos são mergulhados na

possibilidade permanente de redefinir a

regra a partir do poder do especialista

52

(ibidem). A relação que os indivíduos e os

grupos desenvolvem entre si permitirá então

a existência de uma vida colectiva “pensada

como numa fonte de solidariedade activa

porque pode repousar sobre gran

des trocas e sobre a lei

democrática da maioria”

(ibidem).

Estas quatro formas de reacção poderão ree

nviar-nos para formas de estar, de

participar nas organizações, o que nos poderá

levar a dizer que, quer as formas de

participar apresentadas por Thévenet (1990)

no que respeita ao modo como os actores

aderem aos valores das organizações que

integram e as oportunidades que daí crêem

poder retirar, quer algumas das apresentadas

por Alves-Pinto (1995) quando refere as

52

De novo somos aqui remetidos para as fontes de poder e se tomarmos como exemplo o que Crozier e

Friedberg (1977) ou Teixeira (1993) afirmam estaremos, no que se refere ao poder do especialista,

perante a fonte de poder

conhecimento

ou

domínio de uma competência específica

. Crozier e Friedberg

entendem que a fonte de poder que decorre de se

ser possuidor de uma comp

etência ou especialização

funcional será dificilmente substituível. O especialista é o único que dispõe do saber, do saber fazer, da

experiência do contexto que lhe permite resolv

er problemas cruciais

da organizaçã

o (1977:72).

Professores: Imagens e auto imagens

Maria Paula de Almeida Borges

185

formas de estar na escola como expre

ssão de uma modalidade

de interacção, poderão

estar próximas.

Assim parece-nos encontrar alguma similitude entre a reacção descomprometida

e o tipo de adesão “mercenário” apresenta

do por Thévenet (1990:46). Como referimos a

reacção descomprometida caracterizar-se-á pe

lo facto de os indivíduos procurarem

utilizar a relação de autoridade para reti

rarem vantagens individuais. Enquanto que de

acordo com Thévenet o mercenário procurar

á retirar da organização o maior número de

vantagens pessoais, abandonando-a quando mel

hores propostas lhe são apresentadas.

Já no que respeita à reacção

conciliada parece-nos ser

possível dizer que ela se

inscreverá relativamente às formas de esta

r enunciadas por Alve

s-Pinto num misto de

participação apática

ou abandono (1995:166).

Assim, neste tipo de reacção Sainsau

lieu adverte-nos que o indivíduo e o grupo

funcionará apenas “com uma relativa indi

ferença entre eles” (1988:242). Transportando

esta reacção para as formas de estar numa organização poderemos dizer que ela se

conteria entre a hipótese de “os actores fazer

em aquilo que lhes é formalmente exigido”

(Alves-Pinto, 1995:166) –

participação apática - e o consid

erar que a sua

participação

não revela “trazer grandes vant

agens” (ibidem) para o facto

de se sentir que se “caiu

numa certa rotina” (ibidem) – abandono. Se r

ecorremos a Thévenet encontrar-nos-emos

provavelmente face a uma posição de “presentismo contemplativo” (1990:46) que

caracterizará aquele que

é entendido como tendo uma adesão de demissionário.

Por último a reacção solidária poderá, em

nosso entender, encontrar ecos junto

do enunciado por Thévenet como a adesão mi

ssionária ou a forma de estar participação

convergente apresentada por Alves-Pinto.

Assim, para Thévenet, o missionário cara

cterizar-se-á pela “forte adesão aos

valores da empresa sem qualquer preocupação pelas oportunidades” (ibidem) enquanto

Professores: Imagens e auto imagens

Maria Paula de Almeida Borges

186

que para Alves-Pinto os actores que revela

m ter uma forma de es

tar na modalidade de

participação convergente serã

o “os que jogam com as regras

que estão estabelecidas e

conseguem inscrever no âmbito

da organização os seus pr

óprios projectos de forma não

problemática. Isto não significa que sejam ‘act

ores fáceis’ no sentido de estarem sempre

de acordo. Até podem, em certo

s momentos, mostrar a sua in

satisfação e tecer críticas

(...). Mas fazem-no nos locais apropriados, usando os mecanismos formais e informais

ao seu dispor” (1995:165). Tais

formas de adesão ou de

estar não estarão longe da

reacção solidária definidas

por Sainsaulieu (1988:243).

Em jeito de conclusão cremos ser possíve

l dizer que a identidade profissional é

uma forma específica da identidade social, que com ela partilha as características, por

vezes paradoxais, da necessária continuidade

, temporalidade, similitude e diferença,

mas que para além de se construir na relação que cada um de nós estabelece com os

outros, nos sentido de pertença

e de referência ao ou aos gr

upos em que nos integramos

ou desejamos integrar, “representa (...)

uma forma de identidade colectiva

particularmente durável, ancora

da no trabalho” (Dubar, 1998

b:67) e que tem dentro de

si todas as potencialidades do futuro, dos projectos que permitem a cada um ir-se

(re)construindo enquanto identidade para

si e identidade

para os outros e

(re)conhecendo-se enquanto porta

dor de uma identidade.

A identidade profissional, entendida como a “articulação entre uma transacção

‘interna’ do actor e uma trans

acção’externa’ entre o actor,

os grupos e o contexto

profissional com os quais o actor entr

a em interacção” (Blin, 1997:179), será

constituída, portanto, por um conjunto de re

lações de trabalho que cada um de nós vai

estabelecendo ao longo da vida de adulto, inserido num campo profissional, pelas

Professores: Imagens e auto imagens

Maria Paula de Almeida Borges

187

representações sociais, pelas representações

de si e pela articula

ção entre as várias

transacções que vão ocorre

ndo entre as relações e

a biografia de cada um.

4. Conclusão

Chegados ao fim desta nossa reflexão sobre a identidade cremos ser chegado o

momento de voltarmos à nossa ideia inicial, is

to é a de que a identidade é um conjunto

concatenado da identidade pesso

al e da identidade social.

Ter, ser possuidor de uma identidade

significará, em nosso entender, ter

percorrido ou melhor estar em constante cam

inhada de construção, de conhecimento de

si, de conhecimento dos outros, de aceitação de

si e dos outros, de procura de aceitação

e reconhecimento de si por parte dos outros.

Ter, ser possuidor de uma identidade significará que cada um de nós será um ser

singular, diferente, mas ao mesmo tempo

semelhante. Significará ter um projecto

próprio que ao mesmo tempo é partilhado

por outros, ser solitário, autônomo, ter

liberdade de escolher de decidir por si

e ao mesmo tempo integrar-se em grupos de

pertença, desejar pertencer

a outros grupos ou pelo meno

s identificar-se com eles

naquilo que são os valores, as crenças, as at

itudes, a cultura, as

finalidades ou objectivos

que os fazem mover-se. Signifi

cará ser semelhante ao outros ao mesmo tempo que deles

se é totalmente diferente, em suma significará ser, como afirma Mounier (1976:87), “ser

aquela árvore, pulsar ao

doce calor primaveril, crescer com ela no seu secular

crescimento, brotar com alegri

a de seus rebentos, sempre

sendo eu próprio e sempre

sendo distinto”.

Professores: Imagens e auto imagens

Maria Paula de Almeida Borges

188

Ter ou ser possuidor de uma identidade si

gnificará, ainda, que cada um de nós

tem um passado que nos ancora, um presente que se vai construindo e vivendo nas

relações pessoais, afectivas,

cognitivas, racionais e de

trabalho que estabelecemos com

os que nos rodeiam e connosco próprios. É te

r um futuro que se perspectiva, que se

deseja, que corresponde a um projecto indi

vidual mas também colectivo. É ter uma

imagem de si que se foi, vai e irá constr

uindo através do refle

xo observado nos olhos,

nos comportamentos, nas confirmações, reje

ições ou desconfirmações de si que os

outros nos vão dando, fornecendo.

Ter ou ser possuidor de uma identidade significará viver crises e a elas

sobreviver, evoluir, aprender com elas

desde que nascemos até que morremos.

Significará viver as crises da infância, da

adolescência, da juventude, de si próprio e

crescer, e sobreviver e ser “aquilo qu

e não pode ser repetido” (Mounier, 1976:77).

Ter ou ser possuidor de uma identidade significará que não se é apenas um,

significará que dependendo dos contextos,

do tempo, do espaço, dos grupos a que

pertencemos ou vamos pertencendo ao longo da

vida construímos diferentes identidades

para os outros o que nos permitirá dizer que somos seres poli-identitários e que a noção

de identidade, para além de multifacetada, tem dentro de si paradoxos, o que faz com

que a entendamos como uma noção complexa em constante devir. Por outro lado

significará, também, e apesar de sermos

seres poli-identitários que nos possamos

reconhecer enquanto pessoas, ao longo da nossa vida, aconteça o que acontecer, pois

existe sempre um fio condutor, um grande

baluarte, fortaleza a que podemos recorrer

em momentos de confusão que é a identidade para si.

Por fim ter ou ser possuidor de uma iden

tidade significará

ter vivido, significará

ser ao mesmo tempo servo e senhor, vassal

o e rei de si e dos

outros, significará

reconhecer que a identidade não é algo de “uni

ficado” mas que ela será sim “algo que se

Professores: Imagens e auto imagens

Maria Paula de Almeida Borges

189

move e muda, que constitui através de uma pl

uralidade de expressões uma trama sólida

à imagem desses fios diversificados na te

xtura e na cor que constituem nos seus

múltiplos cruzamentos os tecidos resistentes que nós conhecemos” (Maffesoli,

1979:59)

 

 

 Nota: "Adolescente" redireciona para este artigo. Para outros significados, veja Adolescente (desambiguação).

 

 

Retrato de uma jovem adolescente, quadro de Sophie Gengembre Anderson (1823-1903)

Adolescência é a fase que marca a transição entre a infância e a idade adulta. Com isso essa fase caracteriza-se por alterações em diversos níveis - físico, mental e social - e representa para o indivíduo um processo de distanciamento de formas de comportamento e privilégios típicos da infância e de aquisição de características e competências que o capacitem a assumir os deveres e papéis sociais do adulto.[1]

Os termos "adolescência" e "juventude" são por vezes usados como sinônimos (como em alemão Jugend e Adoleszenz,[1] inglês Youth e Adolescence), por vezes como duas fases distintas mas que se sobrepõem: para Steinberg a adolescência se estende aproximadamente dos 11 aos 21 anos de vida,[2] enquanto a ONU define juventude (ing. youth) como a fase entre 15 e 24 anos de idade - sendo que ela deixa aberta a possibilidade de diferentes nações definirem o termo de outra maneira;[3] a Organização Mundial da Saúde define adolescente como o indivíduo que se encontra entre os dez e vinte anos de idade e[4], no Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente estabelece ainda uma faixa etária para menores de idade - dos 12 anos completos aos 18 anos incompletos, aonde o menor nessa faixa de idade se cometer um crime pode receber medidas sócio educativas dele, inclusive de restrição da liberdade através de apreensão.[5] Além disso Oerter e Montada decrevem uma "idade adulta inicial" (al. frühes Erwachsenenalter) que vai dos 18 aos 29 anos e que se sobrepõem às definições de "juventude" apresentadas. Mas a idade da adolescência varia culturalmente de nação para nação, no Brasil a adolescência culturalmente começa ao se completar 13 anos e termina ao se completar 18 anos. Como quer que seja, é importante salientar que "adolescência" é um termo geralmente utilizado em um contexto científico com relação ao processo de desenvolvimento bio-psico-social.[1] Como mais adiante se verá, o fim da adolescência não é marcado por mudanças de ordem fisiológica, mas sobretudo de ordem sócio-cultural; o presente artigo se dedica assim à adolescência em sentido restrito, tomando a idade da maioridade civil no caso brasileiro - 18 anos - como fim

 

 

Definição

O termo adolescência é usado com vários significados em contextos diversos:[1]

Construção histórico-social

 

 

Adolescentes alemães em 1988

Adolescência e juventude são fenômenos de forte caracterização cultural e sua definição está intimamente ligada à transformação da compreensão do desenvolvimento humano e também à transformação da forma como cada geração adulta se define a si própria.[1]

A idéia de que a adolescência é uma fase qualitativamente diferente da infância e da idade adulta tem sua origem já na antiguidade. A base sócio-política dessa diferenciação só surgiu, no entanto, com a transformação das estruturas sociais ocorrida em fins do século XIX que permitiram que os jovens (adolescentes) fossem retirados do mercado de trabalho para frequentarem a escola e outras instituições educacionais. Ligados a essa idéia de adolescência como fase de formação para o trabalho foram propostos os termos "adolescência encurtada"[6] e "adolescência estendida",[7] que descrevem as diferentes oportunidades de formação e educação que têm pessoas que entram no mercado de trabalho mais cedo ou mais tarde - normalmente de acordo com a situação cultural e a possibilidade financeira da família.[8] O aumento da complexidade das funções e papéis a serem exercidos na idade adulta levam a um aumento progressivo dessa fase de formação.[1]

Adolescência e juventude na ciência

A fase da adolescência e da juventude são objeto de estudo das mais diferentes disciplinas - sociologia, política, psicologia, pedagogia, biologia, medicina, direito, etc. - e apresentam assim um grande número de diferentes significados. Tais significados abrangem por exemplo "juventude como fase do desenvolvimento individual", "juventude como ideal e mito" (com uma correspondente idealização dessa fase da vida) e "juventude como grupo social" que possui uma cultura própria.[9]

Psicologia do desenvolvimento

Se, do ponto de vista da psicologia do desenvolvimento, o início da adolescência é claramente marcado pelo início do amadurecimento sexual (puberdade), o seu fim não se define apenas pelo desenvolvimento corporal, mas sobretudo pela maturidade social - que inclui, entre outras coisas, a entrada no mercado de trabalho e o assumir do papel social de adulto.[1]

A adolescência não é, no entanto, uma fase homogênea. Pelo contrário, é uma fase dinâmica que, para o seu estudo, exige uma maior diferenciação. Steinberg propõe uma divisão em três fases: (1) Adolescência inicial, dos 11 aos 14 anos; (2) adolescência média, dos 15 aos 17 anos e (3) adolescência final, dos 18 aos 21. Essa última fase sobrepõe-se à "juventude" em sentido estrito, que marca o início da idade adulta, definida por Oerter e Montada como a fase entre os 18 e os 29 anos de idade.[1]

Desenvolvimento cognitivo

 

 

Adolescentes em Oslo

O desenvolvimento cognitivo é, ao lado das mudanças corporais tratadas mais abaixo, uma das características mais marcantes da adolescência. Tal desenvolvimento se mostra sobretudo através:[1]

  • do aumento das [[operações mentais]];
  • da melhora da qualidade no processamento de informações e
  • da modificação dos processos que geram a consciência.

Dessa maneira o adolescente adquire a base cognitiva para redefinir as formas com que lida com os desafios do meio-ambiente, que se torna cada vez mais complexo, e das mudanças psicofisiológicas. As principais características desse desenvolvimento são:[1][10][11]

  1. Pensar em possibilidades - ou seja, o pensamento não se limita mais à realidade, mas atinge também hipóteses irreais e permite ao indivíduo gerar novas possibilidades de ação;
  2. Pensamento abstrato - a capacidade de abstrair se desenvolve, pemitindo ao indivíduo compreender não somente conceitos abstratos, mas também estruturas complexas, sobretudo sociais, políticas, científicas, econômicas e morais;
  3. Metacognição - o próprio pensamento é alvo de reflexão, permitindo o direcionamento consciente da atenção, a reflexão e a avaliação de pensamentos passados, abrindo assim caminho para as capacidades de autoreflexão e introspecção;
  4. Pensamento multidimensional - o indivíduo torna-se capaz de levar em conta cada vez mais aspectos dos fenômenos. Essa capacidade permite ao indivduo compreender a interdependência de fenômenos de diferentes áreas e argumentar a partir de diferentes pontos de vista;
  5. Relativização do pensamento - o indivíduo se torna cada vez mais capaz de compreender outros pontos de vista e sistemas de valores.

Desenvolvimento corporal e psicossexual

Crescimento físico

Durante a adolescência o corpo do indivíduo cresce continuamente até a idade de 16 a 19 anos, quando a estatura adulta é alcançada - os rapazes atingem a estatura adulta em média dois anos mais tarde do que as moças. Tal crescimento, no entanto, não se dá de maneira contínua: aproximadamente aos 14-15 anos os rapazes - as moças dois anos antes - têm um "salto no crescimento", ou seja eles crescem em um ano mais do que nos anos anteriores e nos seguintes. Depois desse salto, a velocidade do crescimento diminui marcadamente até o indivíduo atingir sua altura final. Paralelamente ao crescimento físico há um aumento no peso, que, no entanto, é dependente da alimentação e da forma de vida.[1]

As diferentes partes do corpo também crescem com velocidades diferentes. De maneira geral os membros superiores (braços) e inferiores (pernas) e a cabeça crescem mais rapidamente que o resto do corpo, atingindo seu tamanho final mais cedo. Isso leva a uma desproporção visível com relação ao tronco, que cresce mais devagar. Essa desproporção é observável também nos movimentos por vezes desajeitados, típicos da adolescência.[1]

Até a idade de 11 anos, meninos e meninas têm aproximadamente a mesma força muscular. O crescimento muscular dos rapazes é, no entanto, maior, o que explica a maior força física média dos homens na idade adulta.[1]

Puberdade

Mudanças corporais

Apesar das muitas diferenças individuais no crescimento e no desenvolvimento sexual, o processo de amadurecimento sexual apresenta uma certa sequência, comum tanto aos rapazes como às moças. Para as moças, no entanto, esse processo tem início, em média, dois anos mais cedo do que nos rapazes.[1]

Desenvolvimento dos caracteres sexuais primários e secundários nas mulheres

  1. 10-11 anos: Início da formação dos quadris com a acumulação de gordura, primeiro crescimento dos seios e dos mamilos;
  2. 11-14 anos:
    1. Surgem os pelos pubianos (lisos), a voz torna-se mais grave, rápido crescimento dos ovários, da vagina, do útero e dos lábios da genitália;
    2. Os pelos pubianos tornam-se crespos
    3. Idade do "salto de crescimento" (ver acima), os seios começam a tomar forma (estágio primário), amadurecimento dos óvulos: menarca (primeira menstruação):
  3. 14-16 anos: Crescimento dos pelos axilares, os seios adquirem a forma adulta (estágio secundário)[12]

Desenvolvimento dos caracteres sexuais primários e secundários nos homens

  1. 12-13 anos: Surgem os pelos pubianos (lisos); início do crescimento dos testículos, do escroto e do pênis, mudanças temporárias no peito; formação de esperma
  2. 13-16 anos:
    1. Início da mudança de voz, crescimento acelerado do pênis, dos testículos, do escroto, da próstata e da vesícula seminal, primeira ejaculação
    2. Os pelos pubianos tornam-se crespos
    3. Grande "salto de crescimento"
    4. Crescimento dos pelos axilares
  3. 16-18 anos: aparecimento da barba, início das "entradas" no contorno dos cabelos, marcante mudança de voz.[12]

O significado dessas mudanças para os adolescentes

 

 

Um adolescente de Singapura

Em uma pesquisa realizada na Alemanha[13] Schmid-Tannwald e Kluge registraram uma tendência entre as meninas de terem a menarca aproximadamente 13 anos mais cedo do que em uma pesquisa anterior de 1981. As meninas que foram preparadas pelos pais para esse fenômeno corporal relataram terem-no visto como natural, enquanto as moças que não haviam sido preparadas relataram terem tido um sentimento desagradável. Também entre os meninos o mesmo estudo registrou uma tendência de uma primeira ejaculação aproximadamente 1,7 anos mais cedo do que dez anos antes. Dos adolescentes entrevistados apenas 43% tiveram uma primeira ejaculação espontânea; 31% a tiveram através de masturbação e 5% através do ato sexual.

Mudanças hormonais

A ação dos hormônios, muito importantes na regulação do metabolismo, é muito complexa e ainda não completamente compreendida. Com relação ao crescimento corporal dois hormônios desempenham um papel preponderante: a somatotrofina, hormônio do crescimento produzido pela hipófise, e a tiroxina, produzida pela tiróide. A somatotrofina regula o crescimento do corpo como um todo; já a tiroxina, que só é produzida "sob instrução" da hipófise através da tirotrofina, regula principalmente o crescimento do cérebro, dos dentes e dos ossos.[1]

A puberdade traz consigo uma mudança na ação dos hormônios. Ativada pelo hipotálamo a hipófise começa a secretar novos hormônios que agem sobre os órgãos sexuais (gonadotrofinas: hormônio folículo-estimulante e hormônio luteinizante) e sobre as glândulas supra-renais (hormônio adrenocorticotrófico). Nos meninos, aproximadamentes aos 11 anos, o hormônio folículo-estimulante provoca o desenvolvimento das células que produzem os espermatozóides e o hormônio luteinizante leva à produção do hormônio masculino, a testosterona. Esta, por sua vez, conduz aos desenvolvimento das característicxas típicas masculinas. Já nas meninas, aproximadamente aos 9 anos, o hormônio folículo-estimulante leva ao amadurecimento dos folículos de Graaf no ovário, que produzem os óvulos, e o hormônio luteinizante à menstruação. Os ovários produzem, por sua vez, dois hormônios: o estrogênio, que regula o crescimento dos seios, dos pelos pubianos e a acumulação de gordura, e a progesterona, que regula o ciclo menstrual e a gravidez.[1]

Aceleração e retardo no desenvolvimento

Como se viu, as mudanças típicas da adolescência iniciam, em média, em uma idade específica. No entanto alguns adolescentes iniciam o seu amadurecimento mais cedo do que a média enquanto outros o fazem mais tarde. Dos primeiros se diz que seu amadurecimento é acelerado, enquanto o dos segundo é retardado. Importante é notar que tal comparação só pode ser feita em algumas situações, pois tais diferenças existem entre pessoas de diferentes raças e de diferentes gerações.

Em nenhuma outra fase da vida há uma variação tão grande entre pessoas da mesma idade como na adolescência. Essa situação é ainda mais confusa porque o desenvolvimento físico, o social e o cognitivo (ver abaixo) não andam necessariamente juntos. O meio-ambiente, no entanto, reage de forma diferente, de acordo com o desenvolvimento visível da pessoa - meninos que parecem mais velhos tendem a ser tratados como mais velhos e vice-versa. Essa reação do meio ambiente influencia o desenvolvimento social e psicológico dos adolescentes de maneira marcante. Adolescentes com desenvolvimento retardado tendem a ser emocionalmente menos estáveis e menos satisfeitos; tendem a ter uma autoimagem mais negativa, a ser menos responsáveis e mais inseguros. Já os adolescentes com desenvolvimento acelerado têm um maior risco de terem problemas com drogas e com o comportamento social, provavelmente por terem acesso mais cedo a grupos mais velhos.[14][15][16] Outros estudos registraram que rapazes com desenvolvimento acelerado apresentam algumas vantagens com relação a seus coetâneos: mesmo na idade de 38 anos eles se mostraram mais responsáveis, coocperativos, seguros, controlados e mais adaptados socialmente; ao mesmo tempo se mostraram mais convencionais, conformistas e com menos senso de humor; já os rapazes com desenvolvimento retardado mostraram-se, mesmo com 38 anos, mais impulsivos, instáveis emocionalmente, mas em compensasão mais capazes de reconhecer seus erros, mais inovativos e divertidos.[17] Também com relação ao desenvolvimento da identidade há diferenças entre rapazes com desenvolvimento acelerado e retardado. Como têm mais tempo para desenvolver seu conhecimento e suas estratégias de coping os rapazes com desenvolvimento retardado tendem a ter melhores possibilidades no desenvolvimento da própria identidade, enquanto os rapazes com desenvolvimento acelerado acabam sendo introduzidos mais cedo no muno adulto e acabam assumindo uma identidade mais próxima aos padrões socialmente estabelecidos.[1][11] Já no caso das moças a situação é um pouco distinta. Moças com desenvolvimento acelerado tendem a ter uma autoestima mais baixa por crescerem mais rapidamente e assim não corresponderem ao ideal de beleza culturalmente estabelecido. Por outro lado moças com uma menarca muito tardia parecem também mostrarem uma tendência a terem uma autoestima mais baixa.[18] Resumindo: aceleração e retardo no desenvolvimento são dois fenômenos que podem trazer consigo certos riscos para o desenvolvimento da pessoa. No entanto um trabalho de esclarecimento dos pais e dos adolescentes pode reduzir esses risco de maneira drástica, oferecendo aos adolescentes melhores condições de desenvolvimento.[1]

Outro fenômeno muito discutido é o da chamada aceleração secular, ou seja, a tendência, nos países ocidentais, de a puberdade iniciar cada vez mais cedo. Em um estudo comparativo, Tanner mostra como desde 1840 a idade média da menarca caiu de 17 anos para 13,5 anos na Noruega, fenômeno observável também em outros países europeus e nos Estados Unidos.[19] Os adolescentes atingem, assim, a maturidade corporal cada vez mais cedo. Por outro lado o início da idade adulta - entrada no mercado de trabalho e formação de uma família - tende a ocorrer cada vez mais tarde devido à longa formação necessária (escola, universidade). Essas duas tendências contrárias geram novas oportunidades mas também novos desafios - e estresse - para os adolescentes.[1]

A sexualidade do adolescente

Paralelamente ao início da maturidade sexual também o comportamento sexual começa a se desenvolver. Esse desenvolvimento é um processo muito complexo e é fruto da interação de vários fatores - desenvolvimento físico (ver acima), psicosocial, a exposição a estímulos sexuais (que é definida pela cultura), os grupos de contatos sociais (amigos, grupos de esporte, etc.), e as situações específicas que permitem o acesso à experiência erótica.

O início do desenvolvimento sexual se encontra já na infância. Não apenas os casos de abuso sexual, mas também as experiências quotidianas de troca de carinho e afeto, de relacionamentos interpessoais e de comunicação sobre a sexualidade desempenham um papel importantíssimo para o desenvolvimento do comportamento sexual e afetivo do adolescente e, posteriormente, do adulto. Importantes aqui são sobretudo processos de aprendizado através do modelo dos pais: em famílias em que carinho e afeto são trocados abertamente e em que a sexualidade não é um tabu os adolescentes desenvolvem outras formas de comportamento do que em famílias em que esses temas são evitados e considerados inconvenientes.[1]

Comportamento sexual

Baseados em seus estudos com adolescentes alemães Schmid-Tannwald e Kluge (1998) defendem três teses que resumem o resultado desse trabalho:[13]

  1. O desenvolvimento do comportamento social está cada vez mais acelerado, acompanhando a aceleração secular da maturidade sexual (ver acima "aceleração e retardo no desenvolvimento"). O início da vida sexual está ligado ao início da maturidade sexual (menarca nas moças e primeira ejaculação nos rapazes) mais do que a qualquer outro fator: a maior parte dos adolescentes tendem a ter sua primeira relação sexual nos primeiros anos após atingirem a maturidade sexual. Dessa forma, em um estudo de 1983[20] 44% das moças e 33% dos rapazes com 17 anos afirmavam já ter tido uma relação sexual, enquanto em 1994[13] 92% das moças e 79% dos rapazes com 17 anos diziam já ter tido uma experiência sexual. Apesar da pouca idade, a maioria dos adolescentes tende a trocar carícias e a fazer experiências de toques íntimos sem penetração ("petting") como preparação para o ato sexual. Já nos primeiros anos de atividade sexual ambos os sexos tendem a ver o sexo como algo belo, se bem que essa tendência seja maior entre os rapazes.[1]
  2. O comportamento sexual de ambos os sexos está se aproximando cada vez mais: em 1983[20] a diferença entre a idade média da menarca e da primeira ejaculação era de 0,7 anos (ou seja, em média as moças tinham a primeira menstruação 9 meses antes dos rapazes); já em 1994[13] a diferença era de apenas 0,3 anos (3-4 meses). Em 1983 as moças tendiam a ter a primeira relação sexual 0,7 anos mais cedo do que os rapazes,[20] já em 1994 a idade era a mesma: 14,9 anos.[13]
  3. O comportamento sexual é influenciado pela cultura familiar. Mas mesmo em famílias que tendem a conversar menos abertamente sobre sexualidade e relacionamentos e a não preparar os adolescentes para a menarca e a maturidade sexual os adolescentes têm uma vida sexual ativa - mesmo a revelia dos pais.[1]

Um outro ponto importante é a preferência dos adolescentes por relacionamentos estáveis ao invés de liberalidade sexual. Sobretudo para as moças uma vida sexual satisfatória está fortemente relacionada a um relacionamento estável e íntimo.[1]

Sexualidade e contracepção

No estudo de 1983 30% das moças e 50% dos rapazes diziam ter tido a primeira relação sem proteção, por crerem que não se engravida tão facilmente;[20] já em 1994 80% das moças e 76% dos rapazes alemães diziam ter utilizado algum tipo de método contraceptivo já no primeiro ano de vida sexual ativa.[13] As principais razão para a pouca proteção é sobretudo pouco ou mesmo falso conhecimento: os adolescentes frequentemente não conhecem suficientemente o ciclo menstrual mas julgam saber quando podem ter sexo sem proteção e sem risco de gravidez. Em comparação às moças os rapazes têm um maior defict de conhecimento. O esclarecimento sobre a sexualidade ainda tende a ser feito por amigos ou livros e não em casa.[1]

Prevenção de sexualidade precoce

A partir dos dados disponíveis, Oerter e Dreher (2002) enfatizam três ponto principais:[1]

  1. O controle e o apoio sociais ao adolescente são importantes para o seu desenvolvimento - também para o sexual. A tendência atual, de a vida sexual ativa dos adolescentes se tornar cada vez mais aceita, de forma que os jovens podem, por exemplo, dormir com a namorada em casa torna a família um importante ponto de referência também com relação à sexualidade;
  2. A sexualiade faz parte do processo de desenvolvimento da própria identidade do adolescente e é assim uma parte importante do seu desenvolvimento humano;
  3. A sexualidade, como outras atividades na vida do adolescente, tem uma função no desenvolvimento da identidade. O desenvolvimento de outros interesses que tenham uma função análoga podem ajudar a evitar um início precoce da vida sexual.

Desenvolvimento da Identidade

 

 

Adolescente da Mauritânia

Ver artigo principal: Identidade

Ver artigo principal: Si mesmo

O termo "identidade" corresponde à resposta à pergunta "quem sou eu?". A resposta a essa pergunta se desenvolve num longo e complexo processo que começa nas primeiras horas de vida e se estende até a mais alta idade. Nesse longo processo a adolescência representa um momento chave, de grande significado. No processo de desenvolvimento da identidade agem duas forças motrizes: (1) o desejo do indivíduo de conhecer a si mesmo (autoconhecimento) e (2) a busca de dar forma a si, de construir sua personalidade, se aprimorar e se desenvolver (autodesenvolvimento, al. Selbstgestaltung).[1]

Durante muito tempo a adolescência foi vista como uma fase de "tempestades e tormentas" (Sturm umd Drang, por exemplo por Granvillle S. Hall[21]). Com o auxílio da pesquisa mais atual, no entanto, essa visão tem se tornado mais diferenciada. Por exemplo, quando medidas através de questionários, a autoimagem[22] e a autoestima mantém-se relativamente estáveis durante toda a adolescência - se bem que em uma importante minoria, sobretudo entre as moças, há uma tendência de diminuição da autoestima.[23]

Enquanto a autoimagem e a autoestima parecem permanecer constantes, a complexidade da estrutura da identidade aumenta constantemente durante a adolescência. Esse aumento de complexidade se mostra nos seguintes pontos:[24]

  • A descrição de si se torna cada vez mais contexto-específica: por exemplo, a pessoa se vê como tímida diante de pessoas do outro sexo, mas autoconfiante diante de amigos e colegas;
  • A autoimagem real (como eu sou) e a autoimagem ideal (como eu gostaria de ser) são vistas cada vez mais como diferentes;
  • O "eu verdadeiro" é visto cada vez mais como diferente de um "eu falso" ou "fingido": enquanto adolescentes com 12 ou 13 anos não fazem essa diferença, rapazes e moças mais velhos a consideram importante;
  • Os adolescentes aprendem cada vez mais a verem-se pelos olhos dos outros;
  • A dimensão do tempo desempenha um papel cada vez mais importante na descrição de si: enquanto crianças se descrevem sempre no presente, os adolescentes começam a levar em conta o passado (como eu era) e o futuro (como eu gostaria de ser) em consideração.

Higgins (1987) descreveu três tipos de "si mesmo" - o si mesmo real, o si mesmo ideal (como a pessoa gostaria de ser) e o si mesmo como deveria ser (que representa a identificação da pessoa com determinadas obrigações e tarefas apresentadas pelo ambiente social). O ambiente social tem, ele mesmo (ou melhor, a pessoas que dele fazem parte), uma imagem de como o indivíduo é e de como ele deveria ser (expectativas). O aumento da complexidade na compreensão de si mesmo expõem o adolescente assim a diferentes tipos de discrepância:[25]

  • Entre o si mesmo real e o ideal - ou seja, a imagem que o indivíduo faz de si não corresponde com a pessoa que ele gostaria de ser; a pessoa tende se sentir decepcionada e insatisfeita;
  • Entre o si mesmo real e a imagem que os outros têm do indivíduo - a imagem que a pessoa faz de si não corresponde àquela que outras pessoas - família, amigos - fazem; a pessoa tende a se sentir envergonhada e humilhada;
  • Entre o si mesmo real e o como deveria ser - a imagem que a pessoa faz de si não corresponde à idéia que ela faz a respeito das obrigações e tarefas que ele deveria cumprir; a pessoa tende a ter sentimentos de culpa e a fazer acusações, condenando-se a si mesma;
  • Entre o si mesmo real e as expectativas dos outros - a imagem que a pessoa faz de si não corresponde às expectativas e desejos da família, amigos ou outroas pessoas ou grupos importantes para o indivíduo; a pessoa tende a se sentir ameaçada, com medo, esposta a perigos e dor.

A tomada de consciência desses conflitos de interesses expõe o adolescente ao estresse e, dependendo da carga genética e do ambiente em que se desenvolve, ao risco de diversos tipos de problemas sociais e psicológicos - desde transtornos alimentares (anorexia, bulimia) até o suicídio, passando por problemas de desempenho escolar, abuso e dependência de substâncias químicas, fobias e depressão. Segundo estudos epidemiológicos europeus entre 15% e 22% da população infanto-juvenil apresenta alguma forma de distúrbio mental nessa faixa etária.[26]

 

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Significado social

Os adolescentes são um alvo cobiçado pelo comércio. Telemóveis, música contemporânea, jogos eletrónicos e roupas "da moda" são populares entre adolescentes, desde os últimos anos do século XX. Da mesma forma, a propaganda utiliza a imagem do próprio adolescente para vender seus produtos, buscando mostrar a idéia de jovialidade, mudança e independência. Em muitas culturas há cerimônias que celebram a passagem da adolescência ao mundo adulto, geralmente ocorrendo na adolescência. Por exemplo, a tradição judaica considera como adultos (membros da sociedade) os homens aos 13 e as mulheres aos 12 anos de idade, sendo a cerimônia de transição chamada Bat Mitzvah para as garotas e Bar Mitzvah para os rapazes. Os jovens católicos de ambos os sexos recebem o sacramento da Crisma por volta da mesma idade (16 anos). No Japão a passagem para a idade adulta é celebrada pelo Seijin Shiki (ou “cerimônia adulta” em tradução literal), marcando o Genpuku ("de menor de idade" ou "de maior de idade", do japonês). Em África, muitos grupos étnicos indígenas praticam ritos de iniciação, por vezes associada à circuncisão masculina ou feminina, esta com aspetos que têm sido postos em causa, por alegadamente atentarem contra a saúde física ou mental das jovens, como a excisão do clitoris e a infibulação.

Questões de instância legal

Em muitos países, pessoas maiores de uma certa idade (18 anos, em vários casos, apesar de variar de país a país) são legalmente considerados adultos. Pessoas que têm menos que essa delimitada idade podem ser considerados jovens demais para serem considerados culpados por crime. Isto chama-se defesa da infância. O direito a votar em eleições é dado a pessoas com idade mínima entre 16 e 21 anos, em muitos países.

A venda de certos produtos como cigarros, álcool, filmes e jogos eletrônicos com conteúdo pornográfico ou violento é proibido a menores de idade. Tais restrições de idade variam de país a país. Na prática, é possível encontrar pessoas que tiveram contato com estes produtos antes da maioridade.

Sexo entre adultos e adolescentes

Ver artigo principal: Idade de consentimento: comparação entre os países

A relação sexual entre adultos e adolescentes é regulada pelas leis de cada país referentes à idade de consentimento. Alguns países permitem o relacionamento a partir de uma idade mínima (12 anos na Arábia Saudita, 13 anos na Espanha, 14 no Brasil, Portugal, Itália, Alemanha e Áustria, 15 na França e Dinamarca, 16 na Noruega). Para além das restrições legais, a questão é muitas vezes tratada como um problema social, chegando alguns setores da sociedade a pregar a abstinência sexual nesta faixa etária.

Um exemplo de relacionamento com grande diferença de idade foi dramatizado no romance Lolita, de Vladimir Nabokov levado ao cinema pela primeira vez por Stanley Kubrick em 1962.

No Japão, o termo joshi-kousei (女子高生) indica as estudantes femininas de ensino médio e é usado por garotas de 16 a 18 anos. Elas são frequentemente notadas por suas obsessões por roupas, cultura pop e telefones celulares. A prostituição por parte delas, chamada enjo kosai (援助交際), tornou-se uma preocupação social japonesa a partir da década de 1990. O problema da prostituição juvenil e mesmo infantil é aliás preocupação em muitas sociedades.

Pornografia envolvendo pessoas abaixo de certa idade (geralmente 18) é também considerado inaceitável e é proibida na maioria dos países.

Emancipação de menores

A emancipação de menores é um mecanismo legal através do qual uma pessoa abaixo da idade da maioridade adquire certos direitos civis, geralmente idênticos àqueles dos adultos. A extensão dos direitos adquiridos, assim como as proibições remanescentes, variam de acordo com a legislação local.

No Brasil, porém, ainda que esteja emancipado, o menor de idade de 18 anos não comete crime e sim ato infracionário. Os efeitos da emancipação alcançam apenas a esfera civil, ou seja, o emancipado abaixo de 18 anos continua penalmente inimputável

O que é auto-estima?

É a opinião e o sentimento que cada pessoa tem por si mesma.

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É ser capaz de respeitar, confiar e gostar de si. Você está de bem com seu corpo? Saiba agora se está dentro peso saudável.

Melhor caminho para o autoconhecimento: diálogo interno. Características da baixa auto-estima:

- insegurança

- inadequação

- perfeccionismo

- dúvidas constantes

- incerto do que se é

- sentimento vago de não ser capaz de realizar nada >> depressão

- não se permite errar

- necessidade de agradar

- aprovação

- reconhecimento

O que diminui a auto-estima?

- críticas e autocríticas

- culpa

- abandono

- rejeição

- carência

- frustração

- vergonha

- inveja

- timidez

- insegurança

- medo

- humilhação

- raiva

- e, principalmente: perdas e dependência (financeira e emocional)

Quando começa a se formar

Na infância. A partir de como as outras pessoas nos tratam. Quando criança pode-se alimentar ou destruir a autoconfiança. Auto-estima baixa geralmente está relacionada a falsos valores. Crença que é necessária aprovação da mãe ou pai.

Para elevar a auto-estima é preciso:

- autoconhecimento

- manter-se em forma física (gostar da imagem refletida no espelho)

- identificar as qualidades e não só os defeitos

- aprender com a experiência passada

- tratar-se com amor e carinho

- ouvir a intuição (o que aumenta a autoconfiança)

- manter diálogo interno

- acreditar que merece ser amado(a) e é especial

- fazer todo dia algo que o deixe feliz. Pode ser coisas simples como dançar, ler, descansar, ouvir música, caminhar.

Resultados da auto-estima elevada

- mais à vontade em oferecer e receber elogios, expressões de afeto

- sentimentos de ansiedade e insegurança diminuem

- harmonia entre o que sente e o que diz

- necessidade de aprovação diminui

- maior flexibilidade aos fatos

- autoconfiança elevada

- amor-próprio aumenta

- satisfação pessoal

- maior desempenho profissional

- relações saudáveis

- paz interior

E os meus direitos?!

As pessoas estão cada vez mais conscientes de que têm direitos. Isso é bom. O problema é que algumas, em número não desprezível, só se lembram dos SEUS direitos, e esquecem os dos outros. Esquecem que o direito é compartição de liberdade, e que liberdade ilimitada para uns significa total supressão da liberdade para outros.

Fala-se, diante da lei seca, na "liberdade para beber", em evidente e sofística mudança de foco, pois a questão não é saber se as pessoas são livres para beber, mas se são livres para DIRIGIR tendo bebido, o que é muito diferente, e afeta diretamente a liberdade das outras pessoas que dirigem e caminham pelas ruas de permanecerem vivas e inteiras.

Diante das restrições ao fumo, as pessoas falam na "liberdade" para fumar em locais fechados, esquecendo a liberdade dos outros, que não fumam, mas que são obrigados a inalar a fumaça alheia. Gosto às vezes - muito raramente mesmo - de um charuto, mas só os consumo na minha casa, e na varanda.

Mas isso é pouco. Outro dia uma mãe estava reclamando porque brigaram com o filho dela. O bichinho apenas tinha feito pichações na escola que todos - alunos e professores -, em regime de mutirão, tinham acabado de pintar. A professora, "insensível com o pobre adolescente", fez algo "terrível": chamou-o de bobo e mandou que pintasse novamente as paredes que sujou. Ora, isso foi uma "humilhação" para o bichinho...

Putz.

Nessa maré de excesso de direitos (para não dizer de outra coisa), vi há pouco, no twitter - no qual estou cada vez mais viciado - uma aluna que plagiou a monografia de fim de curso e depois processou a IES porque a banca a reprovou, causando-a uma "humilhação"...

Felizmente ainda existem pessoas lúcidas no mundo, sendo a manifestação do Desembargador uma aula de bom senso e razoabilidade:

ainda que o orientador tenha sido omisso e negligente, não se pode acreditar que um aluno universitário, prestes a obter o bacharelado em Direito, não tenha a mínima noção de que escrever um trabalho não é o mesmo que copiar um texto de outro e apresentá-lo como próprio, principalmente quando se trata de trabalho tão importante e sério (ao menos assim deveria ser encarado por alunos e professores), como é o trabalho de conclusão de curso”.

 

A prevalecer tais absurdos, é preciso ter cuidado até mesmo ao ser assaltado. Vai que a vítima reage, e o ladrão se machuca... Se grita "pega ladrão", pode ser processada por calúnia, e por haver causado danos morais ao assaltante...

 

Isso me lembra o perfeitíssimo exemplo que o professor Marcelo Pinto usava, nas aulas de Direito do Trabalho I, para explicar a diferença entre emprego e trabalho. Dizia ele: - Emprego todo mundo quer, ao passo que trabalhar...

 

Sistema Reprodutor Masculino:

Estes órgãos são descritos na ordem em que os espermatozóides, células sexuais masculinas, são formados e conduzidos para o órgão copulador masculino, o pênis.

Os testículos
Glândulas sexuais masculinas. Produzem os espermatozóides e o hormônio sexual masculino, a testosterona. A hipófise fica no cérebro, e é a glândula que controla e regula o funcionamento dos testículos. São formados por um conjunto de tubos pequeníssimos que se juntam nos epidídimos. A partir da puberdade os testículos começam a fabricar os espermatozóides e este processo continua ao longo de toda a vida. O testículo é um corpo ovóide suspenso na bolsa escrotal pelo funículo espermático. Sob a serosa visceral, apresenta grossa túnica albugínea, cápsula conectiva densa, espessada posteriormente em mediastino. Deste irradiam-se os septos, internamente, que separam incompletamente os lóbulos do órgão. Cada lóbulo consiste em alguns tubos seminíferos contorcidos, em que se formam os espermatozóides; a eles seguem-se curtos túbulos retos que se abrem na rede do testículo; de canais interastomasados no mediastino. Na rede saem ductos deferentes para a cabeça do epidídimo. Este é um longo ducto (6-7m), extremamente convoluto, que constitui corpo em vírgula (sobre a margem posterior do testículo) em cuja cauda são armazenados os espermatozóides até o momento da ejaculação. O testículo, contendo células sexuais primordiais desde o início do desenvolvimento embrionário, forma-se na parte alta do abdome, retroperitonealmente. Entre o testículo e a eminência escrotal (do períneo superficial anterior) há um tecido mesenquimal dito gubernáculo do testículo. Antes do nascimento o testículo segue ou é tracionado pelo gubernáculo, até o ânulo profundo do canal inguinal, sempre por trás do peritônio perital. Uma invaginação do peritônio perital, o processo vaginal, passa pelo canal inguinal da parede abdominal. O testículo completa seu descenso deslizando por trás do processo vaginal, isto é, ainda "retroperitonealmente". Levando a parede posterior deste processo deste processo, adquire uma serosa visceral. De regra, a comunicação visceral do processo vaginal com a cavidade peritoneal oblitera-se. Se não, fazer-se aí uma hérnia inguinal congênita. Na descida, o testículo leva seus vasos e nervos que, juntamente com o testículo, constituem o funículo espermático. Este sobe pela bolsa escrotal e canal inguinal, até o ânulo profundo.

Bolsa escrotal
A bolsa escrotal é uma seculação pendente da junção entre o períneo e a região abdominal inferior. Sua função é conter o testículo fora da cavidade corporal, cuja temperatura é superior à ótima para a manutenção dos espermatozóides. No escroto há uma camada muscular lisa, os dartos, que o corruga quando contraída. A bolsa escrotal é dividida, por septo, em compartimentos para cada testículo e uma serosa vaginal, derivada da cavidade abdominal. Esta túnica vaginal, levantada por trás pelo testículo e pelo epidídimo, reveste-os como folheto visceral e reflete-se como folheto perital, profunda, da bolsa escrotal. A cavidade virtual da serosa é úmida, pra movimento suave do testículo dentro de sua bolsa.

Espermatozóides
Os espermatozóides são células reprodutoras masculinas. Inicialmente são maiores, mas com o seu amadurecimento perdem a camada de gordura que os envolve e cresce-lhes uma cauda, o que lhes possibilitará uma maior mobilidade. O espermatozóide maduro é formado por uma cabeça, um corpo intermédio e uma cauda. Podem chegar a viver três dias no interior do aparelho genital feminino. O epitélio dos tubos seminíferos é estratificado, com células sustentaculares e células sexuais em várias fases de desenvolvimento. Células sexuais primitivas, espermatogônias dividem-se incessantemente após a puberdade, situa-se na periferia do epitélio. Seguem-se complicados processos de divisão e diferenciação das células à medida que se aproximam da luz do túbulo. São 2 os processos fundamentais em jogo: redução do número de cromossomos para a metade, e formação de célula de grande mobilidade.

Os epidídimos
Estruturas com formato de vírgulas situadas sobre os testículos. São formados pela reunião dos pequenos tubos testiculares. No seu interior acabam de amadurecer os espermatozóides.Os espermatozóides permanecem por pelo menos 3 dias para receberem as caudas e nutrientes dentro dos canais enrolados dos epidídimos.

Os canais deferentes
Saem de cada epidídimo, sobem, comunicam com as vesículas seminais, entram na próstata e, no seu interior, desembocam na uretra. À medida que os espermatozóides amadurecem, sobem pelos canais deferentes e instalam-se nas vesículas seminais. O ducto deferente é o canal excretor do testículo. Tem parede muscular lisa muito espessa. Sobe pelo funículo espermático e percorre o canal inguinal. No ânulo profundo separa-se dos vasos e nervos testiculares para descer pela parede lateral da pelve, sob o peritônio perietal, após cruzar os vasos ilíacos externos. Cruza depois por sobre o ureter e segue para baixo da base da bexiga. O funículo espermático compreende o ducto deferente, com seus vasos e nervos deferenciais, a artéria testicular, linfáticos e nervos do testículo, e um rico plexo pampiniforme de veias testiculares tortuosas. Os elementos do funículo são envoltos pelas seguintes túnicas: fáscia espermática externa, fáscia cremastérica e fáscia espermática interna, contínuas com as da bolsa escrotal e estratos correspondentes da parede abdominal. Após cruzar medialmente por sobre o ureter, o ducto deferente dilata-se em ampola, póstero-superior à vesícula seminal. Esta é uma invaginação glandular do ducto deferente, que contribui com sua secreção para o sêmen. A ampola e a vesícula afinam-se sob a base da bexiga, reúnem-se e formam o ducto ejaculador que penetra na base da próstata.

As vesículas seminais
Pequenos sacos que contêm os espermatozóides maduros. Estão situados debaixo da bexiga. Fabricam um líquido viscoso que protege os espermatozóides, os alimenta e facilita a sua deslocação. Este líquido é formado por substâncias alimentares (glicoses, etc.) e chama-se líquido seminal. Os espermatozóides não se podem alimentar por si mesmos, pois perderam a capa de gordura que os envolvia. Precisam, por isso, de uma alimentação externa.

A próstata
Estrutura única situada perto das vesículas seminais e por debaixo da bexiga. No interior da próstata os canais deferentes desembocam na uretra. A próstata produz também um liquido que protege, alimenta e facilita a mobilidade dos espermatozóides. Chama-se líquido prostático. O conjunto formado pelo líquido seminal e prostático e pelos espermatozóides constitui o sêmen ou o esperma, liquido branco e espesso que sai durante a ejaculação através da uretra. A próstata, situada sob a bexiga, rodeia a porção inicial da uretra, de cujas paredes se originou; suas múltiplas glândulas, que secretam a maior parte do líquido seminal, abre-se na uretra prostática. Seu estroma é rico em musculatura lisa que, na eminência da ejaculação, contrai e expulsa a secreção. Os ductos ejaculadores convergem e abre-se na parede posterior da uretra prostática. A próstata tem 2 lobos laterais e, superiormente, um mediano. Tumores benignos, principalmente do lobo mediano de pessoas idosas, salientam-se na base da bexiga e na uretra, interferindo com a emissão da urina.

As glândulas de Coowper
São duas pequenas glândulas situadas por baixo da próstata. Segregam um pouco de líquido que limpa a uretra, neutralizando os resíduos da urina. Esta emissão de líquido produz-se antes da ejaculação, e pode conter espermatozóides vivos. Isto quer dizer que, mesmo que o coito seja interrompido antes da ejaculação (coito interrompido também é possível que se produza uma gravidez. Portanto, se utilizar o preservativo como método contraceptivo, é necessário colocá-lo desde o princípio da ereção).

A uretra
Canal por onde passam o sêmen e a urina. O seu funcionamento é regulado por um pequeno músculo que impede a saída dos dois líquidos ao mesmo tempo. A parte final da uretra é um pouco mais larga e chama-se meato urinário. Através da uretra sai o esperma: é a ejaculação. A uretra é também o canal por onde passa a urina, através do pênis. Mas quando o esperma está saindo, um músculo perto da bexiga fecha a passagem da urina. Por isso os dois nunca saem ao mesmo tempo.

Pênis e Uretra Peniana
O pênis desempenha 2 funções. Os seus corpos cavernosos, cilíndricos preenchem-se de sangue e o enrijecem para a introdução na vagina feminina, durante o coito. Outra parte do pênis é a uretra peniana, envolta por seu corpo esponjoso. Quando flácida, a uretra conduz a urina e, na ejaculação, emite o sêmen. A parte livre do pênis apresenta corpo e glande, esta expandida em coroa na junção com o corpo do órgão. O resto da glande afina-se em ápice arredondado, com fenda sagital: o óstio externo da uretra. A pele do pênis é fina e muito móvel no corpo, mas fixa e modificada na glande. Entre ambas as partes, uma prega móvel da pele, o prepúcio, pode cobrir a glande ou descobrí-la. Três cilindros de tecido erétil (envoltos por forte túnica colágena, albugínea) forma a massa principal do pênis, 2 deles no dorso do órgão, os corpos cavernosos; ventralmente a eles, o corpo esponjoso da uretra. No extremo proximal do órgão os corpos cavernosos divergem como raiz do pênis e fixam-se ao ramo do ísquio de cada lado, cobertos pelos mm. isquicavernosos. O corpo esponjoso prolonga-se no períneo, coberto pelos mm. bulbos esponjosos unidos em rafe mediana e entumesce (bulbo do corpo esponjoso) posteriormente á uretra (membranosa) que depois (uretra esponjosa) percorre seu eixo até o óstio externo da uretra. A glande do pênis é intumescimento anterior do corpo esponjoso. O tecido erétil é uma esponja de trabéculas conectivas, com músculo liso, entre espaços sangüíneos intercomunicantes, forrados por endotélio. A excitação sexual provoca vasodilatação arterial do pênis, por ação parassimpática. O aumento de sangue intumesce o órgão, em rigidez erétil, por estancamento de drenagem venosa. Cessada a excitação, ou após a ejaculação, as artérias contraem-se, o sangue flui pelas veias, e o órgão volta ao estado de flacidez.

A Bexiga
Órgão do aparelho excretor, a bexiga é ligada ao pênis através da uretra. Sendo muito ácida em sua composição, compromete a vida dos espermatozóides e por este motivo antes da ejaculação uma pequena gota de semem ou esperma passa pela uretra para limpar o caminho e tirara a acidez provocada pela urina, que é letal aos espermatozóides.A uretra é também o canal por onde passa a urina, através do pênis. Mas quando o esperma está saindo, um músculo perto da bexiga fecha a passagem da urina. Por isso os dois nunca saem ao mesmo tempo.

Corpo Cavernoso
No interior do pênis existe uma região abaixo da uretra, que pode ficar com seus vasos sanguíneos muito cheios quando o homem está excitado. O corpo cavernoso é cheio de vasos que ao se encherem de sangue promovem a ereção.

Corpo Esponjoso
No interior do pênis existe outra região, envolvendo a uretra que apresenta espaços vazios, ou seja, cheios de ar, que permitem aos vasos sanguíneos ocuparem espaços quando o homem fica excitado. Quando os vasos se enchem eles aumentam de volume precisando se expandir e assim, ocupando mais volume.

Tubos seminíferos
São ductos que conduzem o líquido seminal produzido nas glândulas como a próstata, as vesículas seminais e a glândula de Cowper.

Ureter
Conduz líquidos como urina e esperma ao meio externo.

Sistema Reprodutor Feminino
O sistema reprodutor feminino inclui: os ovários, onde amadurecem os óvulos; as tubas uterinas, que transportam e protegem os óvulos; o útero, que provê um meio adequado para o desenvolvimento do embrião, e a vagina, que serve como receptáculo dos espermatozóides, e os órgãos externos.

Ovários

Os ovários, gônadas femininas são responsáveis pela produção dos óvulos e esteroidogênese. Apresenta uma camada externa, o córtex que envolve a medula central. No nascimento, o córtex de cada ovário contém centenas de milhares de óvulos imaturos em pequenas esferas individuais compostas de uma única camada de células. Cada uma dessas estruturas é um folículo primário, e as células envoltórias constituem as células foliculares. A maioria desses folículos permanece como folículos primários até a puberdade.

Tubas Uterinas

As tubas uterinas são formações tubulares que transportam o óvulo em direção ao útero. Cada tuba estende-se desde o polo distal do ovário, através da borda superior do ligamento largo até a borda supero-lateral do útero. A tuba uterina divide-se anatomicamente em quatro regiões: infundíbulo, ampola, istmo, intramural. A porção do ligamento largo que ancora cada tuba é chamada mesosalpinge. A porção medial da tuba uterina, de calibre menor, é chamada istmo. A extremidade distal de cada tuba é chamada infundíbulo, e se abre na cavidade abdominopélvica, muito perto do ovário. O infundíbulo tem prolongamentos digitiformes, denominadas fimbrias, que envolvem grande parte da superfície do ovário. A porção adjacente é a ampola. A fertilização geralmente ocorre na ampola. Acredita-se que os movimentos das fímbrias e de seus cílios produzem uma corrente de fluido peritoneal que entra na tuba uterina e assim carrega o óvulo liberado do folículo para a tuba.

Útero

O útero é um órgão ímpar, oco, com a forma de uma pêra, que recebe as tubas uterinas nos seus ângulos superiores e se continua para baixo pela vagina. A porção superior do útero é chamada corpo, abaixo é chamado óstio, e a porção inferior é denominada colo uterino. A região em forma de cúpula do corpo uterino acima e entre os pontos de entrada das tubas uterinas é chamada fundo. A cavidade do útero é revestida por um epitélio de células cilíndricas ciliadas denominado endométrio. O endométrio consiste de uma camada funcional sobre acentuadas alterações no desenvolvimento durante o ciclo menstrual.

Vagina

A vagina é o canal que se estende do vestíbulo até o colo uterino. Está em relação com a bexiga e a uretra anteriormente, e com o reto, posteriormente. A mucosa vaginal prolifera durante o ciclo menstrual de maneira semelhante às mudanças endometriais ocorridas no útero. Contém numerosas pregas transversais ou rugas vaginais. Perto da entrada da vagina, a mucosa usualmente forma uma prega vascular chamada hímen. O hímen bloqueia parcialmente a entrada vaginal, mas em alguns casos fecha completamente o orifício.

Órgãos Genitais Femininos Externos

Os órgãos genitais externos femininos são conhecidos como vulva. Sob a influência de estrógenos, há uma tendência na mulher de se depositar tecido adiposo à frente da sínfise púbica. Esta deposição produz uma elevação chamada monte do púbis. Duas dobras arredondadas - os lábios maiores - estendem-se para trás do monte do púbis. A superfície interna é lisa e úmida em decorrência da presença de numerosas glândulas sebáceas.

Os lábios menores são duas dobras menores localizadas medialmente aos lábios maiores. Anteriormente, rodeiam o clítoris. Os lábios menores são altamente vascularizados. Eles circundam um espaço, o vestíbulo, onde se abrem a vagina e a uretra. Diversas glândulas abrem-se no vestíbulo deixando suas paredes úmidas, facilitando o intercurso sexual. O clítoris é uma pequena estrutura alongada localizada na junção anterior dos lábios menores. É homólogo à porção dorsal do pênis e, como este, é formado de tecido erétil. O clítoris é muito sensível ao toque, torna-se ingurgitado de sangue e rígido quando estimulado, contribuindo para o estímulo sexual da mulher.

Glândulas Mamárias

Cada glândula mamária é uma elevação hemisférica coberta de pele localizada superficialmente aos músculos peitorais maiores. Logo abaixo do centro de cada glândula mamária há um mamilo saliente rodeado por uma aréola circular. A aréola apresenta muitas pequenas elevações devidas à presença de numerosas glândulas sebáceas grandes chamadas glândulas areolares. Estas produzem uma secreção serosa com a função de prevenir as rachaduras do mamilo durante a amamentação.

Internamente, a periferia de cada glândula mamária é constituída de tecido adiposo mantido por um estroma conjuntivo. Centralmente, há de 15 a 20 lobos, cada um deles consistindo numa glândula tubuloalveolar composta separada. Cada lobo é drenado por um ducto lactífero, que se abre no mamilo. Logo antes de alcançar o mamilo, cada ducto lactífero expande-se em pequenos reservatórios de leite chamados cada um de seio lactífero.
As glândulas mamárias começam seu desenvolvimento após a puberdade, quando ficam expostas às estimulações cíclicas por estrógeno e progesterona. Aumentam em tamanho durante a gravidez e alcançam seu tamanho máximo durante a amamentação.

 

A nossa sociedade ainda é muito repressora ao falar de sexo. Existe uma falsa liberdade e muita hipocrisia reinante: sexo é sempre caricaturizado perdendo-se muita qualidade com tal postura. Percebe-se em todos os indivíduos o reflexo deste recalque. Um exemplo clássico, um tanto antigo e, ao mesmo tempo, cada vez mais atual, é o da gravidez na adolescência. Apesar da quantidade de informação veiculada ainda persiste como assunto de extrema importância social e receio entre os adolescentes.

Acontece que as adolescentes ainda usam mal a tabelinha, pouca informação prática é oferecida - isso quando a correta informação atinge o universo deles e muitas garotas tomam pílula somente nos dias em que mantém relação sexual, colocam um absorvente com vinagre antes do coito, numa tentativa de anticoncepção, ou ainda acreditam que na primeira relação sexual não se engravida [1]. Tudo isso, claro, não funciona e acaba gerando muita insegurança. Os meninos, por sua vez, ainda assumem a postura machista de deixar a anticoncepção por conta delas, como se a eles só coubessem a penetração e a elas, passíveis em todo o ato, tivessem que tomar conta de todo o resto.

Um método anticoncepcional cuja utilização tem crescido entre as meninas é a pílula. Mas vale lembrar que aquela que serve para uma amiga não serve para todas as outras. Cada uma tem um organismo que reage de forma diferente. Porém, elas relatam grande desconforto com a possibilidade dos pais descobrirem a cartela denunciando uma vida sexual ativa. Sabe-se da necessidade de se cuidar, mas o ter que "fazer escondido" gera angústia e falta de autonomia.

Já com os meninos, o medo é de broxar. Ficam imaginando o que aconteceria com a reputação deles se não "dessem conta" do recado. Por isso, muitos estão tomando Viagra, medicamento desenvolvido pela Pfizer usado para tratar impotência masculina, como uma medida paliativa - e irresponsável - contra a disfunção erétil. Além disso, o temor do tamanho do pênis já é algo que acompanha os meninos nessa idade.

Uma coisa é certa: todos estão no "mesmo barco" com as mesmas angústias e temores. Compartilham as informações e as dúvidas com os amigos que sabem tanto quanto eles próprios. E nessa roda de "troca" de conhecimentos, viciam as mesmas questões e acabam cristalizando erros por falta de informação.

Tal quadro é alarmante. Hoje pais e educadores parecem se preocupar mais. Por outro lado, a rapidez da vida atual não deixa tempo para que seja entendido de quem é afinal a responsabilidade de tal assunto: da escola ou da família. Mas será que ao se tratar de sexualidade há como fazer uma educação fragmentada, pela escola OU pela família?

A melhor educação é aquela que fixa limites: os indivíduos em desenvolvimento precisam para que possam assumir responsabilidades e os pais necessitam de limites no papel de educadores já que não podem determinar a vida dos filhos para sempre. À escola cabe punir o aluno contra a transgressão da lei além da obrigação de protegê-los. Pela falta de procedimentos educativos sexuais, as deformações dos pensamentos circulam livremente. A ausência da institucionalização da educação sexual alimenta e autoriza opiniões e conceitos distorcidos sobre as questões sexuais.

Vale se questionar: "De onde tiramos tanta crença que só faz empobrecer e dificultar o sexo?" Estas mensagens entram com facilidade em nossas mentes, porque temos uma insegurança básica sobre sexo e anseio por qualquer informação sexual. Por ser um dos mais essenciais exercícios do instinto humano, o sexo tem sido causa de numerosos desacertos e mitos, pois nossa sociedade ainda é preconceituosa e ignorante em relação à sexualidade.

Os mitos são instituídos com a função de divulgar a expressão social, e são perpetrados através das gerações. Dificultam o acesso a uma vida sexual saudável e sem angústias, levando inadequações e disfunções sexuais. Eles desenvolvem-se no ambiente dos temores e proibições que induzem ao sofrimento dispensável. Esse ambiente propicia o surgimento de novos mitos, reveladores de receios e inseguranças pessoais, não permitindo a satisfação plena. Um excelente remédio contra esse mal-estar, não só para os adolescentes, mas para todas as pessoas em geral é a informação e sinceridade para poder lidar com tais crenças e (re)conquistar a habilidade de realização.

[1] A gravidez pode ocorrer sempre que a mulher estiver no período fértil e tiver contato com o esperma do homem (que sai inclusive, mesmo que em pequenas quantidades, antes da ejaculação) no canal vaginal. Assim, se o menino ejacular fora, com famoso coito interrompido, mas o esperma escorrer para a vagina, a menina corre o risco de engravidar.


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SEXO NA ADOLESCÊNCIA

Transformações da Mente e do Corpo

A Adolescência, período de vida compreendido entre 10 e 20 anos, é uma fase bastante conturbada. Ocorrem transformações físicas e emocionais importantes, preparando a criança para assumir um novo papel perante a família e a sociedade. A criança desenvolve-se, amadurece e fica apta para usufruir sua sexualidade, firmando sua identidade sexual e buscando um par, já com a possibilidade de gerar filhos.

A fase onde há modificações no corpo chama-se de Puberdade. Ocorre a primeira menstruação nas meninas (menarca), as poluções masculinas (ejaculações espontâneas sem coito), o crescimento de pêlos no corpo, a mudança de voz nos rapazes, o amadurecimento da genitália, com aumento do tamanho do pênis e dos seios, entre outros.

Mas nem sempre esta fase vem acompanhada das transformações emocionais e sociais que são o marco da adolescência. Dependendo da cultura de cada povo, a adolescência pode chegar mais tarde, independente da criança estar já bem desenvolvida fisicamente. É o caso dos países ocidentais, como os Estados Unidos e a Inglaterra ou França. O processo de educação continuada e a grande soma de informações, por exemplo, acabam por retardar a necessidade, por parte dos jovens, da busca de uma vida separada de seus pais. Muitos ainda moram com a família depois dos 20 anos. Já em sociedades mais simples, como em algumas regiões do Brasil, da África ou da Ásia, a necessidade de força braçal, desde muito cedo, antecipa a entrada da criança na adolescência e nas responsabilidades que lhe são devidas.

O Adolescente e a sua Sexualidade

A jovem adolescente amadurece em média dois anos antes do rapaz. Busca fortificar sua feminilidade, prorrogar os encontros sexuais e selecionar um parceiro adequado para poder ter sua primeira relação sexual, o que ocorre de forma gradativa. Vai experimentando seus limites progressivamente. Os rapazes buscam encontros sexuais com mais ansiedade, geralmente, persuadindo as garotas ao sexo com eles. Em nosso meio, há uma tendência do jovem em experimentar sensações sexuais com outros de sua idade, sem necessariamente buscar uma relação sexual propriamente dita. O termo que se usa atualmente é "ficar".

A perda da virgindade ainda é um marco importante para os jovens. É um rito de iniciação sexual, que pode ser vivenciado com orgulho ou com culpa excessiva, de acordo com a educação e tradição da família. Inicialmente, os jovens buscam apenas envolvimento sexual, testando suas novas capacidades e reações frente a sensações antes desconhecidas. É a redescoberta do corpo. Só depois procuram o envolvimento afetivo complementar passando a conviver não apenas em bandos, mas também aos pares.

A masturbação faz parte da vida das pessoas desde a infância e, na adolescência, se intensifica com a redescoberta de sensações, tanto individualmente quanto em dupla ou em grupo.

Os jovens podem apresentar algum tipo de atividade homossexual nessa fase, como exposição dos genitais, masturbação recíproca e comparação dos seios e dos genitais em grupo (comparação do tamanho do pênis, por exemplo), atividades estas consideradas absolutamente normais. A fortificação dessas condutas, com o abuso sexual por parte de um adulto de mesmo sexo ou com alta ansiedade perante o sexo oposto, pode desenvolver uma orientação homossexual definitiva nos jovens.

Em tempos da super informação, com a internet, a globalização, a pouca censura nos meios de comunicação de massa, há um apelo sexual freqüente e precoce, expondo os jovens a situações ainda não bem compreendidas por eles. Os adolescentes falam como adultos, querem se portar como tal e ter os privilégios da maturidade. No entanto, falta-lhes a experiência, a responsabilidade e o significado real de um envolvimento sexual. A gravidez de risco na adolescência, infelizmente, é um dos resultados desastrosos desta situação atual. A pouca informação qualificada e o precário respeito dos adultos perante as necessidades dos jovens são os verdadeiros responsáveis pelo falso e ilusório desenvolvimento do adolescente de hoje.


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MASTURBAÇÃO

Preconceitos X Saúde Sexual

Define-se masturbação como a autogratificação sexual e esta não está associada exclusivamente ao estímulo dos genitais como a maioria das pessoas acredita. Em uma criança de um ano, por exemplo, a autogratificação está na satisfação oral. Ou seja, a automanipulação é feita colocando-se objetos ou partes do corpo na boca (masturbação rudimentar).

A masturbação é um comportamento absolutamente normal e em qualquer idade pode estar presente. As fantasias vinculadas a ela e o ato em si são fontes de culpa universais. É muito importante que os pais possam permitir esse comportamento em seus filhos, oferecendo a privacidade necessária a eles, evitando que suas próprias vergonhas e repressões afetem o início da vida sexual de suas crianças.

Já na primeira infância, de 1 a 3 anos de idade, pode-se observar ereções penianas ao toque ou durante o sono do bebê. Por volta dos 3 ou 4 anos de idade, a criança passa a manipular de forma direta os genitais. Acontece de forma disfarçada nos brinquedos com os adultos, como aviãozinho ou cavalinho. Mais tarde, na puberdade e adolescência, técnicas de roçar o pênis e o clitóris vão sendo aprendidas e especializadas de acordo com as preferências.

É necessário enfatizar que a masturbação é um prelúdio essencial para a realização sexual de um adulto. Estes aprendem a obter orgasmo um na companhia do outro com o coito propriamente dito, mas geralmente mantêm a atividade masturbatória como um acessório à vida sexual, um regulador do próprio desejo sexual. Nos idosos a masturbação é comum e saudável.

A masturbação geralmente é acompanhada de fantasias que podem variar largamente em assunto, intensidade e nos participantes. Em sua origem, as fantasias são uma simulação do que a criança acredita que ocorre entre os pais a portas fechadas. A agressividade pode estar envolvida nessas fantasias, como por exemplo, situações de espancamento. A submissão à agressão sofrida na fantasia pode ser vista e sentida como passividade feminina à figura do pai. A satisfação sexual é a de união e aceitação com estes pais.

Mas como acontece com as outras funções fisiológicas como o hábito de se alimentar, o de urinar e de evacuar, a aprendizagem sexual também é sujeita às normas sociais, sendo a masturbação até mesmo inibida, de acordo com a cultura em que a pessoa foi criada. As fantasias e atitudes sexuais das mulheres, principalmente, são muito freqüentemente inibidas como proteção à iniciação sexual precoce e à gravidez indesejada.

Recomendações
 

 

Evite chamar a atenção de forma agressiva ou punir a criança em atividade masturbatória. Recomende a ela que o faça em privado, já que é parte de sua individualidade. As perguntas dela devem ser respondidas de forma simples e somente ligadas à sua dúvida. Não queira dar grandes explicações, tampouco minta sobre sexo.

 

Respeite a crença religiosa das pessoas, mas saiba que a masturbação já foi considerada pecado religioso no que tange a desperdício de sêmen (esperma). Na religião, o ato sexual deveria sempre visar a reprodução, a geração de mais filhos.

 

Evite propagação de mitos como os que dizem que quem se masturba fica louco, epiléptico, esquizofrênico e com um anormal crescimento de pêlos nas mãos. Também o sexo não gasta! Muitas pessoas acreditam que o número de orgasmos, a longo prazo, é diminuído se a pessoa o desperdiça em automanipulação. Não é verdade, absolutamente. Claro que em um mesmo momento, os orgasmos repetidos levarão à saciedade do desejo sexual momentaneamente. Mas passado algum tempo (o que varia de pessoa para pessoa ou de acordo com a idade) o desejo sexual retorna e incita uma nova procura por sexo.


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O que é?

Orientação de nome praticamente autoexplicativo, mas que não deve ser confundida com o celibato, que é a abstinência deliberada de atividade sexual. Ou seja, enquanto que no celibato escolhe-se pela privação da intimidade sexual ainda que haja o desejo, a assexualidade é uma parte intrínsica da condição do envolvido. Os assexuados não tomaram tal decisão, eles simplesmente não possuem desejo sexual, e não se importam com isso.

Assim, assexualidade não tem nada a ver com castidade, com disfunção sexual ou moralidade. Atualmente, as pessoas estão buscando compreendê-la fazendo com que muitos a defendam, não como uma patologia, mas uma orientação sexual legítima, ainda que há quem afirme que tal critério se encaixa no distúrbio de hipoatividade sexual, ou mesmo no da aversão sexual.

O que se sente?

Pode-se dizer que é uma identidade e uma forma de descrever o estilo de vida caracterizado pela falta de atração sexual por qualquer um dos gêneros. Para alguns, também compreende a falta de atração romântica e há aqueles que sentem pouca necessidade de relacionamentos interpessoais e, ainda, os que mantêm uma ampla rede de amigos, o que lhes oferece suporte emocional necessário.

As necessidades emocionais são as mesmas, variando a forma como são supridas. Se, para muitos, o sexo é uma parte chave na ligação entre as pessoas, não necessariamente para outros ele é a única expressão possível de amor. A realização pode vir do carinho, da compaixão, da proximidade, da empatia e da aceitação.

É preciso deixar claro que ser assexuado não significa não gostar ou ir contra o ato sexual, embora há quem se encaixe nessa categoria, mas demonstra a falta de interação com outras pessoas em uma base sexual. Os sentimentos não se perdem. Uma pessoa que se diz assexuada pode se apaixonar por outra, amá-la e ser feliz, ainda que nunca se sinta sexualmente atraída e tenha necessidades sexuais. Não há vergonha, oposição ou medo nisso.

O sexo é aceitado como natural, só que não se envolvem pela falta de desejo. Ou seja, ainda que experimentem a atração, não necessariamente sentem necessidade de expressá-la sexualmente. Alguns até podem experimentar diferentes níveis de excitação sexual ocasional, ainda que não esteja associada ao desejo de haver parceiros sexuais, e sentem-se mais à vontade se masturbando, num impulso mais fisiológico.

Como se faz o diagnóstico?

Para fazermos parte da sociedade ocidental, temos que ter uma vida sexual ativa, em que a sexualidade é uma parte essencial e de interação. Num mundo que valoriza tanto a expressão sexual, pode ser difícil imaginar que existam pessoas que se identifiquem como assexuadas. Muitos podem até se sentir cobrados socialmente, passando a se questionar se são normais por se sentirem assim.

A contrário do que podem pensar, tal atitude não gera incômodo, mas, muitas vezes, são os outros que se sentem incomodados pelo jeito de ser do indivíduo assexuado. Assim, o que percebemos é que tais indivíduos não veem a falta de excitação como um problema que precisa de tratamento.

Não há nenhum teste capaz de determinar a assexualidade. Mas, de qualquer forma, mais do que curar, é preciso aceitar tal orientação. Qualquer que seja o significado, ser assexuado diz respeito a não ser sexual, não se importar com o sexo, e não ver a falta de excitação sexual como um problema a ser corrigido. De forma resumida, se não causa angústia, não deve ser entendido como um distúrbio emocional ou médico.


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TRÊS DICAS BÁSICAS PARA UMA VIDA SEXUAL SAUDÁVEL E PRAZEROSA

1. Sexo não se nasce sabendo, aprenda com seu corpo!

Uma das maiores causas de problemas sexuais está na desinformação e na falta de conhecimento do próprio corpo. Se não sei como reajo ao estímulo sexual, quais partes de mim são mais sensíveis ao toque, como poderei tirar maior prazer de mim mesmo e de um parceiro? Busque orientação especializada! Em algum momento, na sua intimidade, vasculhe seu corpo, observe-se no espelho, compare os pontos de seu corpo que mais lhe provocam sensações prazerosas. Para ensinar um parceiro a lhe dar satisfação, é necessário que você o ensine. Não há vergonha alguma em aprender. Geralmente o processo de descoberta e de aprendizado por si só já é bastante afrodisíaco.

2. Não focalize sua atenção no orgasmo e sim, nas sensações!

Se você inicia um envolvimento sexual ansiando logo pelo prazer final, há uma grande probabilidade de haver, cedo ou tarde, alguma forma de frustração, sua e/ou de seu parceiro. A rotina impera! O objetivo passa a ser o fim, e não o meio. No sexo, as coisas não funcionam assim. O orgasmo é o coroamento de um relacionamento sexual, muito desejado, necessário, mas não indispensável em todos os momentos. Por vezes, experimente gratificar seu parceiro, dar-lhe boas sensações, prorrogar ao máximo o clímax dele. Deixe passar essa vez, adie para o próximo encontro. É, sem dúvida, um tempero importante para resgatar o desejo em um casal.

3. O risco como afrodisíaco: limites para a saúde sexual

Buscar sexo em situações proibidas e de risco é uma via de duas mãos. Sabemos que o medo de leve intensidade pode estimular o desejo sexual. No entanto, qual é o limite de exposição a um risco, e em que circunstâncias devemos interromper a atividade sexual para não sofrermos danos?

Você não Sabe a Resposta!

A Fantasia é um substituto eficaz e seguro para a pessoa que precisa de riscos e proibições para se estimular sexualmente. Fantasie junto com seu parceiro, crie histórias, não há limites para os sonhos. Mas envolva-se sexualmente com segurança. O uso de condom (camisinha) e de algum outro método contraceptivo é de vital importância para a prevenção a danos. Não produza preocupações desnecessárias (já bastam as que vêm espontaneamente)


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Sexo na Idade Madura: Uma Opção de Vida Melhor

Recomendações para um bom sexo na maturidade.

Apesar de hoje em dia grande parte do conhecimento poder chegar à maioria da população, ainda encontramos, além de vícios de uma educação repressora em determinadas tradições que inibem a expressão da sexualidade, uma falta de valorização da nossa vida sexual.

E não estou me referindo a culturas muito diversas da nossa, como os países muçulmanos, onde as mulheres são obrigadas a se cobrir inteiramente com as burkas e algumas ainda têm seus clitóris extirpados com cacos de vidro infectados.

Falo de nosso dia a dia comum nas cidades, de nossa rotina tão veloz, na qual não sobra tempo para a alimentação, eliminação, sono e sexo.

Não costumamos lembrar que sexo precisa de tempo.

A sexualidade de cada pessoa é exclusiva. Cada um pode amadurecer o seu próprio erotismo independentemente de um companheiro ou companheira.

Pode até dividir, compartilhar suas sensações, mas jamais perder de vista que a vida sexual é responsabilidade sua, somente sua e de seus próprios preconceitos. É bastante comum ver casais que chegam ao consultório buscando culpar seus cônjuges por suas falhas sexuais e insatisfações.

Este é o primeiro erro. Quando recebo um casal assim, já de início oriento que o casal é o meu paciente, e não o marido ou a esposa. Divido entre os dois as responsabilidades frente às suas queixas.

Duas das causas mais freqüentes de problemas sexuais são a falta de educação e orientação sexual ao adolescente e ao adulto jovem e a presença constante de repressões ao erotismo individual. As pessoas tendem a se esconder de sua sexualidade, assumindo uma roda-viva de afazeres.

Na maturidade, inúmeras dúvidas já foram sanadas, experiências já foram avaliadas e a oportunidade de se auto-redescobrir torna-se viável. É justamente na idade mais madura que podemos reavaliar nossos próprios conceitos e valores, assumindo novos caminhos e abandonando os ultrapassados.

Recomendações simples e práticas
 

 

Não se acomode em um sexo rotineiro. Muitas satisfações ainda podem ocorrer se você procurar sair um pouco de sua rotina. Convide seu parceiro para sair por um ou dois dias. Procure algum lugar calmo e privado. Deixe seus filhos com alguém responsável para não trazer preocupações durante esse período. Você pode sair a dois. Não precisa se culpar por isso. Aliás, você deve manter a individualidade do casal perante seus filhos, já os educando para que estes também possam sair a dois sem culpas. Deixe os problemas financeiros e de trabalho em casa. Você está saindo para namorar.

 

Busque em suas lembranças o que fazia seu parceiro feliz. Um jantar, um jogo qualquer, uma dança ou um simples passeio. Faça isso. Passe uma tarde agradável, evitando tocar em assuntos que possam inibir a harmonia da dupla. Comece a noite de forma branda, sem muitas atividades e sem fazer uma refeição pesada. Na intimidade de seu quarto, fique apenas de roupa íntima, você e seu parceiro.

 

O primeiro exercício se chama Foco I. Acaricie o corpo de seu parceiro por uns 20 minutos, invertendo as posições para que você possa sentir o toque dele depois. Atenção, é proibido tocar nos genitais e mamas. Eleve o prazer, aguce os sentidos.

 

O Foco II consiste em poder acariciar agora todo o corpo, inclusive genitais e mamas, mas o orgasmo é proibido. Pode haver estimulação direta do clitóris e do pênis, mas o orgasmo ainda é vetado. Prolongue o prazer, espere um pouco. Pode-se assistir a um vídeo erótico ou ler algum livro estimulante. Não tenha pressa. A pressa é o fim do prazer. Fantasie um pouco. Divida com seu parceiro alguma fantasia que você jamais contaria para alguém. A intimidade não se faz só com toques, mas com o partilhamento de impressões, de fantasias e de sonhos. O constrangimento por vezes pode seduzir o parceiro, mas não se acanhe tanto.

 

O Foco III permite o orgasmo. Mas não vá direto ao ponto. Quando você sentir que é quase inevitável, pare por completo, só por alguns instantes. Depois recomece vagarosamente. Pode interromper a iminência de seu orgasmo por umas duas ou três vezes até, aí sim, chegar ao clímax. Não precisa sair correndo para o banheiro se lavar ou limpar a cama. Nada é sujo, o esperma e as secreções não são infectadas, não vão contagiar ninguém. Abrace o seu parceiro e lhe certifique que o amor ainda existe no casal e que a cumplicidade pode ser renovada.

 

Use a criatividade e deixe suas fantasias se exteriorizarem. Não as isole de quem você ama. Pelo contrário, partilhe em prol de uma vida sexual de renovação. Existem casais constituídos há 40 anos que conseguem adaptar sua idade e o tempo de convívio a uma vida sexual prazerosa. A fantasia permite que aqueles mesmos corpos possam se satisfazer um com outro, renovando e descobrindo cada vez mais sobre si mesmos.

 

Dê tempo a você para rever as razões de excluir uma vida sexual prazerosa de sua vida. Questione se não são seus preconceitos. Damos tempo (ainda bem) para dormir e recarregar as nossas energias. Por que esquecemos de dar tempo para renovar e recarregar o sexo também?


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Métodos comportamentais

São métodos tradicionais com baixa eficácia, mas ainda utilizados por algumas mulheres. Dados da PNDS 2008 (Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde) mostram que 3% das mulheres usam os métodos tradicionais. Os métodos comportamentais usam a abstinência sexual no período do mês em que a mulher pode engravidar (período fértil). Vários são os fatores que podem indicar o período de fertilidade da mulher, como: as características do muco cervical, as alterações da temperatura basal ou o método da tabelinha.

Método da “Tabelinha”

Esse método calcula o período em que a mulher é fértil baseando-se na duração mínima e máxima dos ciclos menstruais observados durante um longo período de tempo. Para tanto, a mulher tem que prestar atenção e anotar a duração dos ciclos menstruais em um período de, pelo menos, seis meses. Esse método serve para mulheres que apresentam ciclos muito regulares, ou seja, com a mesma duração de dias, ou pelo menos sem grandes variações na duração.

Mulheres que possuem ciclos mais curtos ou mais longos, em que a diferença entre a duração do ciclo mais longo em relação ao mais curto está acima de dez dias, não devem usar a tabelinha. Isso porque o número de dias em que se deve manter a abstinência sexual aumenta muito e há maior probabilidade de falha pela dificuldade em cumprir essa abstinência.

Como calcular o período fértil usando o método da tabelinha:

1. Anote a duração dos seus ciclos menstruais por, pelo menos, 6 meses;

2. Anote a duração do ciclo mais curto e do mais longo;

3. Diminua 18 da duração do ciclo mais curto para identificar o início do período fértil;

4. Diminua 11 do período mais longo para identificar o final do período fértil.

Calculando o período fértil através da tabelinha

Vamos dar um exemplo: nos últimos seis ciclos a mulher apresentou um ciclo de 24 dias (mais curto) e outro de 30 dias (mais longo).Subtraindo-se 18 de 24 sobram seis; subraindo-se 11 de 30 sobram 19. Resultado: o período fértil dessa mulher é do sexto dia do ciclo até o 19º dia, o que dá um período de abstinência sexual de 14 dias. O 1º dia de menstruação é considerado como o dia de início de um ciclo menstrual e todos os outros dias são numerados a partir desse.


Este não é um bom método para mulheres com muita irregularidade menstrual porque o tempo de abstinência será muito grande. Também não é um método que possa ser iniciado de uma hora para outra porque exige a observação da duração dos ciclos menstruais por, pelo menos, seis meses.

Método da temperatura basal

Esse método exige que a mulher anote diariamente a sua temperatura basal, deixando o termômetro por cinco minutos. O valor dessa temperatura deve ser marcado em um gráfico com todas as temperaturas do mês. A ovulação faz com que a temperatura do corpo da mulher suba. Na ovulação a temperatura sobe de 0,3oC a 0,8oC por, em geral, três dias seguidos.

Para evitar a gravidez, a mulher não deve ter relações sexuais desde o primeiro dia da menstruação até a queda da temperatura (após o aumento causado pela ovulação). Esse método não pode ser utilizado quando a mulher está com febre por outra razão que não a ovulação. Também não é um método muito eficaz e implica em longos períodos de abstinência sexual.

Método da observação das características do muco cervical

O muco cervical muda ao longo do ciclo menstrual. A mulher deve observar diariamente as características do muco para tentar identificar o período ovulatório. O muco aumenta em quantidade e fica mais gelatinoso (maior filância é o termo técnico empregado) no período ovulatório. A mulher deve evitar ter relações desde o primeiro dia em que o muco aparece até três dias depois da mudança do muco. A presença de leucorréia (corrimento vaginal) pode mudar as características do muco e interferir no resultado.

Coito interrompido

Coito interrompido é o nome que se dá à retirada do pênis da vagina antes da ejaculação, impedindo a entrada de uma grande quantidade de esperma na vagina. O problema desse método é que mesmo antes da ejaculação já há liberação de secreção contendo espermatozóides viáveis. Portanto, há possibilidade de engravidar mesmo usando esse método.

 

Introdução a Como funcionam os métodos contraceptivos

       
   
 

métodos contraceptivos

   
   

A taxa de fecundidade mede o número de filhos por mulher. Na década de 50 a taxa era de 6,2 filhos por mulher na faixa dos 15-49 anos. Na década de 70 essa taxa caiu para 5,8 por mulher e na década de 80 caiu mais ainda - 4,2 filhos por mulher. Entre 1980 e 1990 esse número caiu para 3 filhos por mulher, e em 2008, os dados da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde referentes a 2006 mostraram uma fecundidade de 1,8 filhos por mulher. Ou seja, o que países como a Inglaterra fizeram em um período de 100 anos, o Brasil fez em muito menos tempo. Os métodos contraceptivos com certeza desempenharam um papel nesse quadro. Quais são os métodos contraceptivos mais utilizados por aqui?

No Brasil, vários métodos anticoncepcionais são indicados pelo Ministério da Saúde: anticoncepcionais hormonais de uso oral ou injetáveis, dispositivo intra-uterino (DIU), métodos de barreira, como camisinha, diafragma e espermicida, e por último os métodos cirúrgicos. Embora todos esses métodos estejam indicados, os mais usados são a pílula, nome popular do contraceptivo hormonal de uso oral, a camisinha e a laqueadura.


crédito: Anton Zhukov © istockphoto.com


Em 1996, a Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde perguntou sobre métodos contraceptivos, mostrando que o método mais utilizado naquela época era a laqueadura, tanto em São Paulo quanto no Brasil como um todo. Foram estudadas todas as mulheres casadas ou que moravam com companheiro. Os dados mostraram que até os 30 anos predominava o uso de pílula, e depois dos 30 anos, a esterilização feminina. A probabilidade da mulher fazer laqueadura era maior nas mulheres com muitos filhos e menor escolaridade. Os dados já mostravam um aumento dos métodos contraceptivos masculinos, com uso mais elevado em São Paulo.

Vasectomia

Com nova norma do Conselho Federal de Medicina, o médico que se propuser a realizar uma vasectomia deverá estar habilitado para reverter o processo.

Leia mais em VEJA.com

A Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (PNDS) publicada em julho de 2008 mostra que 29% das mulheres com companheiro estão esterilizadas (laqueadura) e 21% utilizam pílula. Para 12%  o contraceptivo é a camisinha masculina, e 5% declaram que o companheiro fez vasectomia. Mais de 80% das mulheres usam algum método contraceptivo, valores mais elevados que o de muitos outros países.

Nas próximas páginas fique por dentro de cada um dos métodos contraceptivos mais utilizados e conheça as vantagens e desvantagens de cada um deles.

Pílulas

Contraceptivos orais combinados

Os contraceptivos orais combinados, também conhecidos como pílulas combinadas, são contraceptivos à base de estrógeno e progesterona sintéticos. Este é o método contraceptivo mais utilizado no Brasil. É considerado um método reversível, já que permite que a mulher engravide após o seu uso, em contraponto à laqueadura, que é um método definitivo.

Os contraceptivos hormonais por via oral foram mudando ao longo do tempo. Os primeiros continham doses muito elevadas de estrógenos e progestágenos, com muitos efeitos colaterais. Com a evolução, a quantidade de hormônios foi diminuindo, assim como o perfil de efeitos colaterais dos hormônios utilizados. Atualmente, há quatro tipos de pílulas combinadas de  estrógeno e progesterona:  monofásicas, bifásicas, trifásicas e contínuas.


Imagem cedida pelo Ministério da Saúde

Pílula monofásica

Nesse tipo de pílula, as doses de estrogênio e progesterona permanecem constantes durante todo o ciclo. As cartelas em geral contêm de 21 a 24 pílulas com hormônio e podem conter ou não pílulas sem hormônio para completar um ciclo de 28 dias. As pílulas sem hormônio completam a cartela, e assim quando ela acabar pode ser começada imediatamente outra cartela. Elas servem para evitar que a mulher esqueça de começar uma outra cartela depois de um breve intervalo sem pílulas.

Pilula bifásica

Nas pílulas bifásicas, a cartela apresenta comprimidos com duas composições diferentes. Os comprimidos têm cores diferentes de acordo com a dosagem de hormônios. Isso permite que seja fácil diferenciar as pílulas com duas concentrações diferentes de hormônio. As cartelas contêm 22 comprimidos.

Pílula trifásica

Nessas cartelas há pílulas com três dosagens diferentes de hormônio. Dependendo da marca, há pílulas sem hormônio para completar o ciclo de 28 dias.


Imagem cedida pelo Ministério da Saúde

Contínuas

As pílulas de uso contínuo são as que devem ser tomadas sem pausa e impedem a menstruação.

Minipílulas - Anticoncepcionais à base de progestágenos para uso por via oral

Conhecidaos como minipílulas, elas contêm progestágenos sintéticos em baixas doses. Agem localmente via espessamento do muco cervical, o que dificulta a passagem dos espermatozóides. O endométrio fica atrofiado, não permitindo a implantação do ovo. Indicado para mulheres que estão amamentando.

O Índice de Pearl das minipílulas durante a amamentação é de 0,5 gestações a cada 100 mulheres por ano. Por isso é um método contraceptivo muito útil para mulheres amamentando, porque não faz mal para o bebê.

O principal efeito colateral é irregularidade menstrual  (aumento ou diminuição) ou amenorréia. Também são comuns: acne, enxaqueca, dor nas mamas e náuseas (enjôo).  É contra-indicada para mulheres com câncer de mama.

Modo de usar

- Inicie o uso seis semanas após o parto. Mulheres que menstruam devem começar no quinto dia do ciclo menstrual. Quando acabar a cartela, comece uma nova sem pausa. O atraso por mais de 3 horas na tomada da minipílula aumenta o risco de gravidez indesejada. Se a mulher esquecer de tomar por um dia, assim que lembrar deve tomar um novo comprimido e usar método de barreira como, por exemplo, camisinha masculina ou feminina por dois dias.

Como age a pílula?

O mecanismo de ação básico é impedir a ovulação. Os hormônios contidos na pílula provocam um espessamento do muco cervical, que impede a passagem dos espermatozóides através do útero, alteram a migração do óvulo e modificam o endométrio, impedindo a implantação do óvulo fecundado.

Trata-se de um método eficaz considerando-se o uso habitual com Índice de Pearl (método que avalia a eficácia de um método contraceptivo) de 6 a 8 gestações para cada 100 mulheres no primeiro ano de uso. Se usado de forma correta, o risco de falha cai para 0,1 gestação a cada 100 mulheres por ano. Portanto, a eficácia é muito maior quando há um uso correto da pílula.

As pílulas apresentam muitas vantagens: não alteram a vida sexual da mulher, são tomadas através da via oral (boca), o custo não é alto e são distribuídas em todos os serviços de saúde de atenção primária. Para iniciar o uso da pílula a mulher deve tomar a primeira antes do sétimo dia do ciclo, o que faz com que essa eficácia já seja bastante alta mesmo no primeiro ciclo.

Além de evitar a gravidez, a pílula ajuda a tratar vários problemas associados à menstruação como as cólicas (dismenorréia). Em relação à quantidade de fluxo menstrual, há uma diminuição do fluxo com o uso da pílula. Por isso, ela pode ser recomendada a mulheres com anemia por falta de ferro associada ao fluxo menstrual excessivo.

Para mulheres com ciclo irregular, a pílula pode ajudar na regularização da menstruação. Muitas mulheres aderem ao uso da pílula pela melhora da qualidade de vida associada ao seu uso. Além disso há ainda uma melhora considerável da tensão pré-menstrual.

Problemas associados ao uso da pílulas

Como todo medicamento, há vários efeitos colaterais. Os principais são: ganho de peso, inchaço, náuseas (enjôo), dor nas mamas, dor de cabeça com características de enxaqueca, alterações do humor e da libido. Entretanto, esses efeitos colaterais são mais comuns nos seis primeiros meses após o início do uso, melhorando ao longo do tempo. Há efeitos colaterais raros associados ao uso da pílula, como tromboses e tumores benignos do fígado. O risco aumentado de tromboses e suas complicações como as embolias em mulheres com mais idade ou com outros fatores de risco para doença cardiovascular contra-indicam seu uso nesses casos.

A Organização Mundial da Saúde classifica os métodos anticoncepcionais de acordo com suas restrições em quatro categorias.


1 - Método usado sem restrições;
2 - Método com vantagens que superam os riscos. Há necessidade de acompanhamento cuidadoso;
3 - Os riscos do método superam os benefícios. Há necessidade de acompanhamento rigoroso. É a última escolha possível;
4 - Método que não deve ser utilizado por risco inaceitável.

São contra-indicações absolutas ao uso da pílula (categoria 4 da OMS): suspeita de gravidez ou gravidez confirmada, na vigência de amamentação; em mulheres fumantes com mais de 35 anos e/ou com histórico de doença tromboembólica (pelo elevado risco cardiovascular);  doença hepática prévia (pelo risco de tumores de fígado); antecedente de doença cardiovascular como acidente vascular cerebral ou doença coronariana; hipertensas sem controle; diabéticas sem controle; com câncer de mama, no pré-operatório de cirurgia de grande porte com imobilização prolongada pelo aumento do risco de tromboses; com história de enxaqueca (em mulheres com enxaqueca há aumento do risco de acidente vascular cerebral principalmente associado ao risco concomitante de hormônios).

Já estas situações também requerem muito cuidado: mulheres com antecedente de câncer de mama, histórico de doença cardiovascular, hipertensão pouco controlada e uso de anticonvulsivantes. Entre as situações classe 2 estão idade acima de 40 anos, fumante, antecedente familiar de doença cardiovascular ou tromboembólica e câncer de colo do útero.

É importante lembrar que o efeito dos contraceptivos orais pode diminuir na vigência do uso de outros medicamentos como:

- grupo dos antibióticos: amoxacilina, ampicilina, dapsona, doxiciclina, eritromicina, oxacilina, tetraciclinas;

- anticonvulsivantes: carbamazepina, fenitoína, fenobarbital, oxcarbazepina, primidona e topiramato.

Isso quer dizer que, na presença dos medicamentos citados, a metabolização dos hormônios da pílula fica acelerada. Como conseqüência, os níveis hormonais caem e há risco de gravidez. Por isso, ao iniciar um novo medicamento, é importante ver se há algum tipo de interação com a pílula que você está tomando.

Como usar a pílula?

O dia da menstruação é sempre considerado o primeiro dia do ciclo menstrual. A mulher deve começar a tomar o contraceptivo no primeiro dia do ciclo. Na bula de algumas pílulas pode estar marcado o uso no 5º dia do ciclo sem que haja,  por causa disso, aumento do risco de gravidez.

Quando a cartela termina, há alguns dias de descanso que variam de acordo com o número de pílulas na cartela: nas com 21 comprimidos, deve-se parar por 7 dias até completar um ciclo de 28 dias; nas cartelas com 22 pílulas, o intervalo é de seis dias; nas com 24 pílulas, há quatro dias de descanso. Em algumas cartelas, há comprimidos sem hormônios que completam os 28 dias do ciclo, para facilitar a vida de quem toma e evitar que a mulher esqueça de iniciar um novo ciclo após o descanso. Na pílula contínua, os 28 comprimidos contêm hormônios e mulher fica sem menstruar o tempo todo.

- O que fazer quando você esquece de tomar a pílula? Isso aumenta o risco de gravidez?

Sim, esquecer de tomar o contraceptivo aumenta o risco de gravidez porque cai a eficácia do medicamento. O uso correto da pílula está associado a um risco de gravidez de 0,1 gestação a cada 100 mulheres por ano, enquanto que no uso com falhas o risco de gravidez aumenta para 7 gestações a cada 100 mulheres por ano, o que corresponde a um aumento de 70 vezes.


- O que fazer se você esqueceu de tomar a pílula por alguns dias?

Para pílulas com ≥ 30 mcg de etinilestradiol:

- Esquecimento de uma ou duas pílulas: tome imediatamente uma pílula e continue a cartela;

- Esquecimento de três ou mais pílulas, ou ainda atraso superior a três dias para iniciar uma nova cartela: se isso ocorrer na terceira semana da cartela de pílula (final da cartela), comece uma nova cartela no dia seguinte sem fazer pausa; se o esquecimento for na primeira semana, procure contracepção de emergência.

Para pílulas com ≥ 20 mcg de etinilestradiol

- Esquecimento de uma pílula: tome imediatamente a pílula esquecida e continue a cartela normalmente;

- Esquecimento de duas ou mais pílulas: tome imediatamente a pílula esquecida e use o método de barreira por 7 dias.

Pílula do dia seguinte

O esquema contém duas pílulas de 750 mcg de levonorgestrel. Age em várias fases do ciclo inibindo ou atrasando a ovulação, além de atrapalhar a migração do óvulo e a fertilização. Quanto mais rápido a mulher tomar a pílula, melhor será a sua eficácia. Tomada até 24 horas após a relação de risco, previne a gravidez em 95% dos casos. Essa eficácia cai para 85% se for tomada entre 24 e 48 horas e para 58% com tomada após 24-72 horas. Após 12 horas a mulher deve tomar o segundo comprimido.Os efeitos colaterais mais comuns são náuseas, cefaléia, dor abdominal, tontura e fadiga.


AP Photo/Findlay Kember

Porém, não deve ser usada como método habitual, já que a sua eficácia é menor do que outros métodos contraceptivos. Ela pode ser usada até 72 horas após relação sexual desprotegida. Também pode ser usada por mulheres durante a amamentação.

 A menstruação pode adiantar ou atrasar. Depois de tomar a pílula do dia seguinte, a mulher deve usar outro método como, por exemplo, de barreira até a próxima menstruação. Ou seja, a proteção é somente para uma relação sexual de risco que já aconteceu. Após a menstruação, a mulher pode optar por outro método hormonal combinado.

 

Anticoncepcionais injetáveis mensais e trimestrais

Injetáveis mensais

Muitas mulheres optam, atualmente, pelas injeções à base de estrógenos e progestágenos aplicados por via intra-muscular usados mensalmente em vez dos comprimidos po via oral.

Diferentemente das pílulas por via oral que usam estrógenos sintéticos, os estrógenos utilizados nos contraceptivos injetáveis são naturais e acarretam menos efeitos colaterais. Os estrógenos mais utilizados nos contraceptivos injetáveis são o cipionato de estradiol, enantato de estradiol ou valerato de estradiol. Os progestágenos  mais utilizados são o acetato de medroxiprogesterona, enantato de noretindrona e o aetofenido diidroprogesterona. A principal vantagem dos anticoncepcionais injetáveis é que a mulher não tem que lembrar todo dia de tomar a pílula, diminuindo o risco de uma falha.

O mecanismo de ação é o mesmo dos contraceptivos hormonais orais: bloqueio da ovulação e alteração da composição do muco cervical. São altamente eficazes com Índice de Pearl de 0,1-0,4 gestações por 100 mulheres no primeiro ano de uso. A eficácia é imediata. Podem ser excelentes opções para mulheres que se beneficiam dos contraceptivos hormonais, mas se esquecem de tomar a pílula com grande freqüência. Após interromper o uso, a mulher volta  ser fértil muito rapidamente - depois de um mês de pausa.

Se a mulher tiver certeza de que não está grávida, a injeção pode ser aplicada em qualquer dia do ciclo , porém, o ideal é que seja aplicada entre o 1º e o 7º dia do ciclo menstrual. Se a mulher não estiver amamentando após o parto, a injeção pode ser tomada após três semanas. Já se a mulher amamentar, a injeção deve ser tomada após seis meses ou se a amamentação acabar antes disso, a injeção pode ser tomada logo, não sendo necessário esperar pela menstruação.

Injetáveis trimestrais

É composto por acetato de medroxiprogesterona de depósito e aplicado por via intra-muscular. Inibe a ovulação por supressão das gonadotrofinas, alteração do muco cervical e do endométrio. O Índice de Pearl é de 0,3 gestações a cada 100 mulheres por ano.

Os efeitos colaterais mais comuns são irregularidades menstruais ou amenorréia e ganho de peso além de enxaqueca, dor nas mamas e redução da libido.

Pode ser usada em mulheres de qualquer idade e durante a amamentação. A grande desvantagem é que, após a interrupção, a mulher só voltará a ser fértil a partir de mais de seis meses podendo chegar a um ano. Portanto, não ocorre volta imediata da fertilidade nas injeções de uso mensal.

A primeira injeção deve ser aplicada até o 5° dia do ciclo menstrual ou 7° dia após o parto. A injeção deve ser aplicada por via intra-muscular profunda, nas nádegas. Uma nova dose deve ser aplicada a cada 90 dias.

Implantes, anel vaginal, adesivos e outros métodos

Pílula vaginal

Combinação de etinilestradiol e levonorgestrel com menos efeitos colaterais gastrintestinais. A cartela contém 21 pílulas que devem ser usadas por via vaginal, um comprimido por noite. Entre duas cartelas há um intervalo de uma semana. Os efeitos colaterais incluem irritação local, dor nas mamas e enxaqueca.

Adesivo anticoncepcional transdérmico

Contém estrógeno e progesterona que são absorvidos pela pele. Inclui um ciclo de 28 dias com três adesivos usados semanalmente com intervalo de uma semana. Da mesma maneira que os outros contraceptivos hormonais inibe a ovulação e altera o muco cervical. O Índice de Pearl é de 0,88 gestações a cada 100 mulheres por ano em usuárias com menos de 90 kg. Mulheres acima desse peso apresentam um risco maior de falha, sendo portanto, contra-indicado.

Modo de usar

- Aplique o primeiro adesivo no 1º dia do ciclo, na pele limpa e seca das nádegas, abdômen, parte superior externa do braço ou superior das costas. Nunca aplique nas mamas, dobras ou pontos de atrito. Use por sete dias. No oitavo dia, aplique o segundo adesivo em local diferente e retire o anterior. Repita a troca após uma semana. Na quarta semana, deixe livre, sem aplicação de adesivos. É o período de descanso. Comece outro ciclo após sete dias.


Imagem cedida pelo Anticoncepção Online
Adesivo anticoncepcional transdérmico

Não retire o adesivo no banho. Se ele soltar, tente colar novamente. Se não der certo e o tempo sem adesivo for superior a um dia, inicie um novo ciclo de quatro semanas de adesivo e use um outro método contraceptivo por sete dias. Os principais efeitos colaterais são: irritação no local da aplicação, dor nas mamas, náuseas e enxaqueca.

Anel vaginal

Trata-se de um anel de plástico flexível com 4 mm de espessura e  5,5 cm de diâmetro. Ele libera compostos de estrógeno e progesterona que são absorvidos pela mucosa vaginal. O Índice de Pearl é 0,40 gestações a cada 100 mulheres por ano.

Modo de usar

- O anel deve ser inserido pela mulher entre o 1º e o 5º dia do ciclo e dura um ciclo completo. A inserção é feita em posição confortável, agachada, deitada ou em pé com uma perna levantada. Não há necessidade de ajustar o anel ao redor do colo do útero porque o anel é flexível. É recomendável o uso de método de barreira nos primeiros sete dias de colocação do anel. Após 21 dias, retire o anel em horário semelhante ao da sua colocação. Para retirá-lo, puxe a borda com o dedo indicador ou prenda o anel entre o indicador e o dedo médio e puxe-o com cuidado. Após uma semana de intervalo, coloque um novo anel. O anel não precisa ser retirado para a relação sexual ou uso de absorvente interno. Pode ser usado com espermicida.

Os principais efeitos colaterais se referem ao próprio anel e incluem a sensação de um corpo estranho, saída do anel durante a relação sexual, infecções vaginais e enxaqueca.


Imagem cedida pelo Anticoncepção Online
Anel vaginal

Implante subdérmico de progesterona

É pequeno (4 cm por 2 mm) sendo inserido sob a pele na parte superior do braço. A duração do efeito é de três anos. Funciona inibindo a ovulação, aumentando a viscosidade do muco cervical e alterando o endométrio. A taxa acumulada de gravidez foi de zero em mais de 73.000 ciclos avaliados. Os efeitos colaterais são: irregularidade menstrual ou amenorréia, dor no local da aplicação do implante, náuseas, enxaqueca, aumento de peso, diminuição da libido e tontura. Apresenta alta eficácia e rápida reversibilidade  após interrupção do efeito.

Modo de usar

- O implante deve ser inserido até o 7° dia do ciclo menstrual ou seis semanas após o parto em caso de não amamentação. A colocação do implante é feita em ambulatório com anestesia local utilizando o aplicador que acompanha o produto.

Métodos contraceptivos durante a lactação e esterilização

Métodos utilizados durante a lactação

Amamentar frequentemente evita a ovulação. O método amenorréia lactacional ou método da amamentação só pode ser usado por mulheres na chamada "amamentação exclusiva" com intervalo de no máximo seis horas entre as mamadas. Existe eficácia nesse método enquanto a mulher não menstruar, mais ou menos por volta dos seis meses após o parto. Mulheres que engravidam com facilidade não devem usar a amamentação exclusivamente como método contraceptivo pelo alto índice de falhas. Há métodos hormonais que podem ser acoplados à amamentação com melhora da eficácia que são as mini-pílulas a base de progesterona.


Imagem cedida pelo Ministério da Saúde

Esterilização


A esterilização feminina (laqueadura) e masculina (vasectomia) são métodos definitivos. Comparando os dados de 1996 com os dados da PNDS divulgados em julho 2008 mostrou-se a queda da laqueadura como método anticoncepcional em mulheres - de 40% em 1996 para 29% em 2008. Já o número de homens vasectomizados nesse intervalo de tempo aumentou de 3 para 5%. Ou seja, houve uma queda do uso da laqueadura em mulheres como método contraceptivo e um aumento discreto da vasectomia em homens.


3D4Medical.com/Getty Images
Em uma vasectomia, o cirurgião corta os canais que transportam o esperma: os dutos deferentes


A Lei 9.263 de 1996 regula o planejamento familiar permitindo a esterilização feminina ou masculina em adultos com mais de 25 anos com dois filhos vivos, observando-se um prazo de 60 dias entre a manifestação da vontade e o ato cirúrgico.

 

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Como funcionam os métodos contraceptivos

por Isabela Benseñor

 

Neste artigo

1. 

Introdução a Como funcionam os métodos contraceptivos

 

2. 

Camisinha

 

3. 

DIU

 

4. 

Diafragma

 

5. 

Métodos comportamentais

 

6. 

Pílulas

 

7. 

Anticoncepcionais injetáveis mensais e trimestrais

 

8. 

Implantes, anel vaginal, adesivos e outros métodos

 

9. 

Métodos contraceptivos durante a lactação e esterilização

 

10. 

Como avaliar a eficácia de um método contraceptivo?

 

11. 

Mais informações

 

12. 

Veja todos os artigos sobre Gravidez e Reprodução

 

Como avaliar a eficácia de um método contraceptivo?

A eficácia de um método contraceptivo pode ser avaliada pelo índice de Pearl . O Índice de Pearl avalia a razão entre o número de gestações em um determinado período pelo número de ciclos ou de meses no período. O resultado deve ser multiplicado por 1300 se for expresso por número de meses ou 1200 se for expresso por número de ciclos. O resultado final é expresso como número de falhas (número de mulheres que engravidaram) a cada 100 mulheres por ano.

O Índice de Pearl costuma ser usado para avaliar a eficácia do método contraceptivo por longos períodos de tempo. Para períodos de tempo mais curtos pode-se calcular o número de falhas por mês de utilização de um determinado método, permitindo o cálculo de uma taxa cumulativa ao final de um período.

Um método contraceptivo pode falhar por duas razões: ele propriamente ou o uso incorreto por parte do usuário. A eficácia de uso comum (ou eficácia de uso habitual) é calculada incluindo todas as pessoas que usam o método seja de forma correta ou incorreta. A eficácia de uso correto (ou eficácia teórica) mede a eficácia somente entre os que usam o método corretamente. Pode ser definida também como a menor probabilidade de gravidez com o método.

Há métodos que não precisam desses dois cálculos, pois são muito fáceis de usar e com pouca falha no seu uso. É o caso, por exemplo, dos contraceptivos hormonais injetáveis. Outros métodos como, por exemplo, a camisinha, exigem alta aderência por parte dos usuários. A tabela abaixo lista todos os métodos contraceptivos e sua eficácia de uso comum e sua eficácia teórica. Veja quais são os melhores.

Tipos de contraceptivos e sua eficácia de uso comum e de uso correto (número de gestações por 100 mulheres no 1º ano de uso)

Eficácia

Método

Uso habitual (índice de Pear)

Uso correto (índice de Pearl)

Muito eficaz

Vasectomia

0,1

0,1

 

Injetáveis trimestrais

0,3

0,3

 

Injetáveis mensais combinados

0,3

0,3

 

Laqueadura tubária

0,5

0,5

 

DIU de cobre Tcu-380A

0,8

0,6

 

Pílula de progesterona na lactação

1

0,5

 

Amenorréia exclusiva na lactação (até 6º mês)

2

0,5

Eficácia média no uso habitual e muito eficaz no uso correto

Pílula combinada

6-8

0,1

 

Camisinha masculina

14

3

Eficácia baixa no uso habitual e média no uso correto

Diafragma com espermicida

20

6

 

Abstinência periódica

20

1-9

 

Camisinha feminina

21

5

 

Espermicidas

26

6

 

Nenhum método

85

85

 

É  importante saber lidar com os proprios sentimentos, uma pessoa que sabe controlar seus próprios sentimentos vai se sair bem em qualquer situação, mas as pessoas que não dominam suas emoções podem ser prejudicadas em muitas áreas da vida. Se a pessoa  não conseguir ter um relacionamento harmonioso com outras pessoas, devido a falta de um ajuste emocional, provavelmente terá problemas na vida pessoal e também na vida profissional, não importando o seu Q.I..


Todos os nossos sentimentos são derivações da tristeza, do medo, da alegria ou da raiva que são os sentimentos mais fortes que temos, é muito bom  reconhecê-los em nós. Para ter controle das emoções faz-se necessário este  reconhecimento dos próprios sentimentos assim como  de outros.


Às vezes pensamos que se conseguíssemos ter controle emocional seria muito bom, mas não é tão simples, não é verdade? Vamos imaginar uma situação comum hoje em dia. Uma pessoa está dirigindo seu carro atrasada e irritada. Acaba levando uma fechada e fica vontade de brigar com o suposto culpado, mas ela  consegue se controlar e não briga. Você  acha que ela tem controle emocional porque não explodiu? Infelizmente na verdade  ela  controlou apenas a sua reação,  reprimiu a raiva que sentia, , ou seja, não conseguiu utilizá-la e nem modificá-la de modo produtivo e acabou guardando tal emoção e fingindo que não a sentiu.
O que aconteceu então?

Esta pessoa foi controlada por sua emoção porque houve neste caso certamente uma incongruência entre o que ela expressou e o que ela estava sentindo naquela hora. Se ficasse  reclamando  também teria tido  uso inadequado da sua emoção, pois este tipode  reclamação limita escolher as melhores ações porque faz com que a pessoa não veja uma alternativa.

 

Mas o quer dizer então controlar-se?

 

Tenho que expressar tudo e por pra fora o que sinto, mesmo ferindo ou magoando outras pessoas?       

 

As explosões  deveriam ser evitadas, por outro lado ao suprimir uma emoção  dará a ela a liberdade de se manifestar como quer, onde quer, ou seja, pode haver uma somatização para emoções reprimidas, gerando fortes reações sensoriais, desencadeando doenças psicossomáticas, como problemas de saúde e problemas mentais que podem resultar em violência, agressividade, uso de drogas, que também podem resultar em delinqüência, abandono e agressões a crianças, desemprego, evasão escolar, brigas de trânsito, violência doméstica entre tantos outros prejuízos emocionais. Deve ser feito, portanto uma ressignificação, ou seja, elaborar uma nova interpretação sobre o sentimento a fim de evitar as emoções reprimidas, e ao dar um novo significado para elas, as explosões serão evitadas naturalmente.


Pagamos um preço alto por este analfabetismo emocional, que muitas vezes podem resultar nestas conseqüências desastrosas. Muitos problemas podem evitados com um uso mais adequado das emoções.


Infelizmente nem sempre é percebido como pode-se ter uma escolha emocional e a tendência é continuar cada vez mais presos a emoções que não geram nenhuma produtividade para os objetivos pessoais.

 

Mas o que é escolher a emoção mais correta e como sei quais são as corretas?

 

Muitas vezes os sentimentos que não são facilmente identificados. Sabe-se se é bom ou ruim, mas há uma incapacidade de descrevê-los ou nomeá-los, ter emoções e nem saber o que é, e achar que tudo que acontece é incontrolável, achar que é “seu jeito de ser” e simplesmente não conseguir modificar.


Para escolher e poder estar no controle a primeira regra é conhecer a estrutura das “próprias” emoções, tudo o que sente, como e quando sente, assim como o porque e qual comportamento tem quando manifestam-se estes sentimentos. Observar as emoções que trazem benefícios e quais te trazem apatias (inércia) ou pior, desastres emocionais para si e para outra pessoa. Não é considerado normal descarregar um sentimento ruim em alguém e não se dar conta do que é e porque fez isto, deve ser capaz de entender porque sente certas coisas e porque tem comportamentos inadequados, quando não os deseja. O impulso de culpar outras pessoas por seus sentimentos certamente é uma reação equivocada. Os estados emocionais não são fatores externos, mas sim o que acontece dentro de cada pessoa.


Torna-se mais fácil mudar o comportamento que temos frente ao problema quando se sabe qual é a estrutura dos sentimentos. Para isso é importante refletir sobre o assunto querer ver as opções que tem. Entender-se a si mesmo, suas ações e reações. Quanto mais você se conhece, mais entende suas necessidades. Quanto mais elaborada a referência de emoção, mais adequada e mais opções emocionais construídas com a razão vai ter, assim torna mais claro o controle emocional.

 “Planos emocionais representam um acréscimo maravilhoso no automatismo emocional, permitindo que sejamos atores emocionais, não reatores” (LeDoux, 2001, p.162).

 

 

Muitos dos problemas emocionais são traumas causados por situações sofridas, ou seja, qualquer lembrança da experiência em questão pode dar a sensação de que a situação se manifesta novamente.

 

Quando a pessoa não consegue fazer sozinha a mudança no sistema emocional e este limita sua qualidade de vida, causando um total descontrole emocional, deve procurar ajuda a fim de não perder parte da vida tendo emoções que não servem para nada ou pior podendo prejudicar sua vida e a de outros. Pois é dever de cada uma ajudar o seu cérebro a construir as conexões sinapticas mais adequadas para que as emoções sejam as mais produtivas possíveis.

 

Qualquer problema emocional, mesmo os mais intensos podem ser reformulados.  Uma das maneiras de tratar isto é reviver a situação em um momento que a pessoa esteja com emoção adequada. Se ela tiver um trauma muito profundo que gera a sensação de inviabilidade, ainda assim poderá ser ressignificado e uma vez refeita a história, a pessoa não tem mais a sensação anterior, pois houve uma intervenção em suas programações neurológicas, ou seja, houve uma neuroeducação.